9 de março de 2011

Estígma do Pecado



Numa família lendária, os rituais do amor se mesclam com práticas de feitiçaria!

Uma réplica perfeita de um templo chinês numa ilha particular na Carolina do Sul era uma fonte inesgotável para a fantasia da curiosa e sonhadora Rebecca Trenton.

Ela imaginou que sua temporada com parentes distantes na Casa dos Sonhos seria uma experiência inesquecível.
Que sua atração pelos belos irmãos Jacques e Armand Molyneux lhe proporcionaria férias excitantes num sensual jogo de sedução.
Nunca um conflito permeado por devassidão e intrigas!

Como poderia adivinhar que ali se abrigavam mistérios inefáveis, perversões degradantes, vis sortilégios?
Se soubesse, Rebecca poderia conter sua curiosidade antes de envolver-se nos labirintos misteriosos daquela casa, tornando-se cúmplice de segredos devastadores...

Capítulo Um

1817,

Era um homem de meia-idade e aparência exótica, do tipo que nunca atrairia a atenção da exigente Rebecca Trenton.
No entan­to, ele parecia ter todas as informações de que ela precisava, e não dispensaria a oportunidade de conhecer tudo sobre a história local.
Ignorando o olhar desaprovador de sua prima Margaret, Re­becca sorriu docemente para Joshua Sterling, incentivando-o a falar, enquanto admirava o mar azul e revolto que banhava a cos­ta da Carolina do Sul.
— Tudo isso é fascinante! — exclamou Rebecca num tom me­loso, sabendo que a vaidade do seu companheiro de viagem não o deixaria perceber sua artimanha.
O homem estava decididamente inebriado pela atenção que recebia das duas jovens.
— É realmente um imenso prazer encontrar duas jovens ingle­sas tão interessadas em nossa história local. A maioria das jovens, hoje em dia, não se interessa pela história ou pelos mistérios que envolvem um lugar — Joshua declarou, fascinado com os encan­tos de Rebecca.
— Oh, sim, nós estamos interessadas! — Rebecca enfatizou. — Particularmente na ilha que chamam de Pirate's Bank. Edouard Molyneux, o proprietário, é nosso parente distante, e por isso sa­bemos muito pouco sobre ele e sua família, ou mesmo sobre a sua propriedade. Não sei como alguém poderia visitar um lugar sem procurar conhecer tudo a seu respeito, não concorda, sr. Sterling?
Rebecca reprimiu um sorriso, ao ver a expressão de satisfação estampada no rosto de Sterling ao ser requisitado.
Jamais per­ceberia que estava sendo usado, pelo menos não até que Rebecca pudesse arrancar-lhe tudo o que sabia sobre Pirate's Bank e o que prometia ser uma história fascinante sobre a família. Molyneux. Além disso, aquela longa viagem pela costa da Carolina do Sul há muito a entediara, e a figura empolada de Sterling a divertia. Rebecca continuou:
— É mesmo verdade que a ilha dos Molyneux foi refúgio de piratas, no passado?
— Parece não haver dúvidas sobre isso — Sterling concordou. — A lenda diz que até tesouros foram enterrados lá, mas nada foi encontrado até hoje.
— E os Molyneux? Há quanto tempo ocupam a ilha?
— Não estou certo da data exata, mas faz mais ou menos cinqüenta anos que Jean Molyneux construiu a casa chamada Extravagância, para sua noiva, Mignon.
— O senhor disse... Extravagância? Mas... que nome estranho para um casa!

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