7 de abril de 2011
O Primo Que Veio De Longe
Então, aquele homem alto, de olhos cinzentos, cabelos castanhos, era Benjamin Custis Stanton, que herdara o título de conde e a adorada propriedade da família!
Harriet, a jovem lady inglesa, não tolerava o "selvagem" americano, mas aceitou casar-se com ele.
Seria seu marido só no papei, voltaria para a América dentro de um ano e tudo seria dela.
Mas ao terminar esse prazo, lady Harriet descobriu que só queria uma coisa na vida: o amor de Ben Stanton... porém, seria tarde demais?
Capítulo Um
O homem passou a mão pela superfície do muro, avaliando-o, como se pretendesse transpô-lo.
Sua cabeça quase alcançava o alto, e não precisou de muito esforço para espiar por cima dele e ver o que havia do outro lado: um denso bosque, com árvores altas, copadas, silencioso e deserto.
Deixou-se cair no chão e esfregou as mãos empoeiradas.
O muro não apresentava problema.
Era construído por pedras sobrepostas, sem argamassa, muito sólido e oferecia vários pontos de apoio para os pés de quem quisesse saltá-lo.
Mas o sol ainda não chegara a aquecê-lo, embra já fosse meio-dia, e as pedras estavam escorregadias, levemente cobertas de geada.
O homem sabia que não poderia ficar durante muito tempo ali, sem ser visto por alguém que estivesse voltando para casa, a fim de almoçar.
Não queria que ninguém o visse, pois em lugares pequenos, no campo, uma pessoa estranha logo chama a atenção, tornando-se objeto de curiosidade e comentários.
Precisava agir sem demora, decidiu.
Pulou, agarrou-se ncvtopo do muro e com um impulso passou as pernas compridas para o outro lado, caindo num emaranhado de urtigas secas e mato enegrecido pelo frio.
Sua chegada na outra banda não provocou reações de vulto.
Um pássaro solitário levantou vôo e logo pousou num arbusto próximo, observando-o com olhos brilhantes e desconfiados.
O homem ficou imóvel, tentando discernir algum ruído que anunciasse perigo, porém tudo estava calmo.
Então, embrenhou-se no pequeno bosque, atravessando-o em pouco tempo.
No lado oposto viu uma ponte de pedra sobre um córrego e, mais além, uma extensão ampla de gramado em aclive, que ia até um casarão de pedra cinza, a certa distância.
A frente da casa tinha uma varanda e diante dela encontrava-se uma caleça puxada por uma parelha de cavalos.
Esta parecia de aluguel, daquelas usadas por pessoas que não tinham carruagem e precisavam viajar.
Isso demonstrava que havia visita e talvez se tratasse de negócios, pois a caleça esperando indicava que o visitante não iria demorar.
Viu um vulto feminino passar várias vezes diante de uma janela aberta. Franziu a testa e recuou, ocultando-se entre as árvores, para ver e esperar.
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