24 de abril de 2011
Viena, Música E Amor
Carla sentia a música vir do céu, como um arco-íris encantado
De repente, o salão do palácio real ficou em penumbra.
Bem suavemente, as primeiras notas de uma linda valsa se fizeram ouvir.
Rakó segurava Carla bem junto ao seu coração.
A melodia apoderava-se deles como se estivessem sozinhos na imensa pista.
Rakó recusava-se a pensar no amanhã. Não agora.
Seu sonho estava sendo realizado.
Não eram mais o príncipe e a plebéia que não podiam sequer se aproximar um do outro. Eram apenas um homem e uma mulher, apaixonados...
Capítulo Um
1877
Lady Milbanke levantou a cabeça da escrivaninha quando a filha entrou na sala.
— Não adianta, mamãe — disse Carla. — Fui com Bessie verificar o preço dos frangos; são caros demais para nós.
Lady Milbanke não respondeu logo. Apenas olhou para a filha, admirando-a. Achou-a linda.
O ar frio do exterior colocou um tom róseo nas faces de Carla, e a cabeça bem formada dela estava coberta por um gorro de lã, que lhe emoldurava o rosto de traços perfeitos.
Contudo, lady Milbanke não podia deixar de pensar que outras moças da idade de sua filha estariam usando naquele momento um capuz enfeitado de pele.
Carla vestia um casaco pequeno demais para ela, e já bastante gasto.
— Por isso, mamãe, compramos carne de segunda. — prosseguiu Carla — Bessie pode fazer um bom ensopado para nós.
A jovem franziu o nariz e acrescentou:
— Estou enjoada de ensopados, e sei que você também está, mamãe. Mas, honestamente, não tínhamos outra escolha.
Lady Milbanke suspirou, um suspiro profundo, vindo do fundo de seu peito.
Aos trinta e oito anos de idade, lady Milbanke era ainda muito bonita. Como a filha, se tivesse condições de andar bem vestida, causaria sensação em qualquer festa a que comparecesse.
Porém, os convites escasseavam.
Desde que lorde Milbanke morrera, há um ano, as duas mulheres iam aos poucos sendo afastadas do mundo social que haviam freqüentado antes, simplesmente por não possuírem meios para tal.
Contudo, não eram apenas as toaletes da moda que estavam fora do alcance das finanças de lady Milbanke.
Ela também não poderia retribuir os convites recebidos, e era bastante orgulhosa em aceitá-los, por essa razão.
E agora, olhando para a filha, se perguntava se, de fato, agira certo, considerando o bem de sua filha.
Lady Milbanke sofrera muito com a morte do marido, que sobreveio de maneira inesperada.
E embora ele fosse muito mais velho, viviam felizes.
Ao constatar a situação financeira em que ficara, após a morte dele, assustou-se.
Entretanto, não poderia agüentar a comiseração das pessoas que, no passado, haviam cortejado lorde Milbanke.
Não apenas era ele um homem importante diplomaticamente como também uma pessoa inteligente e de grande poder de atração.
Mas havia outro problema.
Era difícil a uma anfitriã receber uma viúva e uma filha bonita, rival perigosa para as próprias filhas.
E existia algo ainda mais grave: lady Milbanke não tinha dinheiro para pagar uma carruagem de aluguel para comparecer aos jantares.
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Adoro ler os livros da Bárbara Cartland com histórias românticas, apaixonantes, nos fazem sonhar, nos remetem a outros tempos... Obrigada pelas postagens.
ResponderExcluirTenho bastante livros virtuais também se poder contribuir de alguma forma me mande um email, terei prazer responder.
Celes