18 de agosto de 2011

A Dama Misteriosa








A Filha seria a arma de sua vingança !

Havia meses que o tinha compreendido.
Através dela, conseguiria vingar-se de todo o clã Faringdon, pois dos quatro homens culpados pelo que lhe acontecera havia vinte e três anos, Broderick Faringdon era o pior.
Ela seria o meio pelo qual conseguiria recuperar o seu direito de primogenitura e castigar aquele que o tinha retirado. 


Capítulo Um 

Simon Augustus Traherne, conde de Blade, deteve o enorme alazão castanho num local junto a uns salgueiros nus e sentou-se, olhando silenciosamente para a grande casa.
Não via St. Clair Hall havia vinte e três anos, mas aos seus olhos pensativos parecia igual ao dia em que a deixara.
A fraca luz do sol do fim do inverno fazia cintilar as paredes de pedra da mansão com o brilho frio do mármore cinzento.
A casa era forte e graciosa e não uma longa mistura arquitetônica como tantas residências semelhantes.
Fora construída no estilo palladiano, muito apreciado no século anterior, que lhe conferira uma grave e remota dignidade.
A casa não era tão grande como algumas, mas havia uma inabalável embora fria elegância de linhas desde as janelas até à larga escadaria que conduzia à porta principal.
Simon reparou que, enquanto a casa não tinha sido alterada, a paisagem mudara completamente.
Tinha desaparecido o extenso panorama de verdes relvados ocasionalmente salpicados por fontes clássicas.
A substituí-los havia jardins floridos.
Muitos jardins floridos. Era óbvio que alguém perdera a cabeça a plantá-los.
O efeito suavizante da casa era óbvio, mesmo no meio do Inverno.
Na Primavera e no Verão, as frias paredes cinzentas de St. Clair Hall erguiam-se de entre uma calorosa agitação de flores brilhantes, cascatas de vinhas e sebes elegantemente cortadas.
Era caricato. A mansão nunca fora uma casa quente e convidativa.
Não deveria estar rodeada por jardins alegres e luminosos, nem por sebes aparadas com formas ridículas.
Simon tinha um palpite de que sabia quem deveria culpar por aquele ofensivo panorama.
O cavalo castanho empinava-se, inquieto.
O conde acariciava-lhe distraidamente o pescoço com a mão enluvada.
- Já não falta muito Lap Seng - murmurou ao animal, enquanto puxava as rédeas.
- Em breve darei conta daqueles bastardos dos Faringdon.
Vinte e três anos depois, conseguirei finalmente vingar-me.
E a filha era a chave.

3 comentários:

  1. Estou louca para ler essa história.

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    1. Auriana, então leia e venha aqui contar pra gente se gostou.
      Se é nova no pedaço...rs.rs...baixe o ebook na biblioteca e por favor leia a página toda e divirta-se.

      bjs

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  2. simplesmente maravilhoso, me prendeu do começo ao fim!!!

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!