17 de setembro de 2011
A Longa Viagem
Apaixonada pelo belo capitão Cheverly, Camilla temia o momento do adeus
O vento fustigava impiedoso no rosto pálido de Camilla, enquanto o navio se distanciava do porto vencendo o mar encapelado.
Em silencio, ela se despedia de sua amada Inglaterra, imaginando se poderia haver futuro pior que o seu.
Obrigada, para salvar a família, a casar com um homem a quem sequer conhecia, o poderoso príncipe Hedwig de Meldenstein, era levada até ele pelo atraente capitão Hugo Cheverly, o único que lhe conquistara o coração...
Iria suportar separar-se dele ao final da viagem?
Conseguiria forças para não se atirar nos seus braços e implorar-lhe que fugissem?
Capítulo Um
1817
Ouvindo um súbito estalo seguido por um ruído lento, surdo e prolongado sobre sua cabeça, lady Lambourn, que estivera cochilando, sentou-se muito ereta e assustada em sua cadeira de rodas.
— Meu Deus! O que pode ser isso? — perguntou, apreensiva.
Sua filha Camilla levantou-se do sofá embutido sob a janela, onde estivera sentada costurando, atravessou a sala e veio para junto da mãe.
— Receio, mamãe, que tenha sido o forro do quarto de tapeçarias — respondeu, colocando a mão sobre o ombro de lady Lambourn.
— Depois das últimas chuvas houve uma grande infiltração, manchando todo o gesso. O velho Wheaton avisou-nos de que o forro poderia desabar, mas nada foi feito para consertar o estuque.
— Já é o terceiro forro! Esta casa parece estar desmoronando diante de nossos olhos!
— Consertos custam dinheiro, mamãe — Camilla disse melancolicamente. — Como tudo mais.
Lady Lambourn ergueu para a filha seus olhos cansados, onde brilhavam as lágrimas.
— O que vai ser de nós, filha? Deus sabe que nada mais nos resta para ser vendido e eu disse a seu pai, antes de ele partir para Londres, que sua viagem seria infrutífera.
— Também é esta minha opinião. Papai, no entanto, sempre foi muito otimista e partiu com certeza absoluta de que iria encontrar alguém que nos pudesse ajudar.
— Sir Horace foi um otimista a vida toda — lady Lambourn disse com um profundo suspiro. — Jamais abandona a esperança mesmo que as chances sejam contra ele.
A situação, porém, é tão desesperadora que receio que, ao voltar do mar, Gervase nos encontre na prisão por dívidas.
— Não, mamãe! Isto jamais irá acontecer!
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