2 de outubro de 2011

Mais Forte É O Amor







O bem e o mal lutavam para conquistar o amor de Dorina.

Quem venceria?
O grito atravessou a porta entreaberta fazendo Dorina se arrepiar de medo.
As terríveis palavras ecoavam nas paredes do quarto mal iluminado,
—Lúcifer, vinde a mim!

Senhor das trevas, imploro, sou teu servo!
Vinde, honrai-me com vossa poderosa presença!
Se me der poder, eu ofertarei o sacrifício de uma virgem pura e inocente!
Dorina estava a ponto de desmaiar.
Tinha reconhecido a voz do homem que clamava pelo Demônio.
E entendeu, apavorada, que seria ela a virgem ofertada a Satanás!

Capítulo Um

1818
— Adivinhe quem acabei de ver!
Dizendo isso, Rosabelle irrompeu na sala de jantar.
Sua irmã, Dorina, sentada à cabeceira da mesa e servindo um ensopado de cheiro apetitoso, ergueu o olhar severo.
— Você está atrasada, Rosabelle.
— Eu sei e peço desculpas, mas é que vi o Conde!
— Onde você o viu? — perguntou Peter, com a boca cheia.
— No parque — retrucou Rosabelle.
Dorina colocou o prato de ensopado que acabara de servir diante da irmã e falou, com rispidez,
— Já disse mil vezes, Rosabelle, que não devia ir ao parque agora que o novo Conde chegou, a menos que ele a convide!
— Sempre tivemos perMissão de ir ao parque — retrucou Rosabelle — Por que ele nos impediria, agora?
— Porque ele é o dono do parque, sua tola! — respondeu Peter.
Peter tinha onze anos, idade em que todos os meninos acham que as meninas são bobas.
— Ele poderia prendê-la, se quisesse, por invasão de domicílio — acrescentou ele, com ar de sabido.
Rosabelle fez beicinho e ficou ainda mais bonita.
— Vocês são todos exagerados e desmancha prazeres! — disse ela – Foi muito interessante ver o Conde. Ele estava cavalgando com três outros cavalheiros muito bonitos.
— Ele viu você? —perguntou Dorina.
— Eu estava com Rover e me agachei atrás dos arbustos para que ele não me visse.
— Você vai me prometer que não voltará mais ao parque — disse Dorina, com voz firme — e isso inclui o bosque também!
Rosabelle e Peter protestaram com veemência.
— Mas nós sempre passeamos no bosque, Dorina! Se não pudermos mais ir lá também, só vai sobrar a estrada empoeirada para caminharmos e isso não tem graça nenhuma!
— Eu sei, eu sei — concordou Dorina — mas, por favor, façam o que digo!
Tenho certeza de que o Conde vai achar uma invasão se os encontrar lá. Eu não quero isso!

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