1 de novembro de 2011

Um Amor Proibido


Luz da Minha Vida!

Diz uma antiga lenda que os Sidhe são espíritos celtas, criaturas egoístas que levam uma vida superficial, marcada por irresponsabilidades e excessos.

Sendo uma Sidhe, Lasair nunca se interessou por amar alguém, até o dia em que fica conhecendo Cormac Casey...

Cormac é um artista itinerante, um desenhista que observa locais místicos para reproduzi-los em ilustrações para um livro, quando é repentinamente atingido pela flecha do amor ao deparar com a deslumbrante Lasair, uma jovem com a beleza de uma fada...
Mas Lasair corre um sério risco se entregar seu coração a Cormac, um perigo que provém não só de sua própria gente como do simples fato de amar um homem que não faça parte de seu povo, pois assim como uma fada pode extrair forças de um humano, um humano pode ceifar a vida de uma fada...
Será o amor de Cormac e Lasair suficientemente poderoso para vencer as forças inclinadas a destruí-lo?...

Capítulo Um

Conforme a luz se enfraquecia, tão insubstâncial quanto os sonhos, Lasair flutuava pelos ares.
Vez ou outra parava para sentir o perfume de uma rosa silvestre, ou para observar a inusitada luta da luz do sol e das sombras das nuvens na tentativa de cobrir a maior extensão das montanhas verdejantes.
De vez em quando ela suspirava melancólica.
Não que estivesse triste, mas sentia uma lacuna dentro do peito que nem a beleza resplandecente dos verdes campos irlandeses no verão conseguia suprir.
Ela havia identificado aquilo como uma sensação de espera, embora não soubesse exatamente o que aguardava.
Se voltasse para casa com aquele humor, seu povo com certeza iria rir dela.
— Venha dançar conosco! Seja feliz! — clamariam em uníssono. — Você não faz o gênero da melancolia.
Lasair era freqüentemente criticada por ser diferente dos demais de sua espécie em diversos aspectos.
Embora eles jamais ficassem bravos ou entrassem em conflito com ela.
Pois ela era de uma beleza inebriante.
Passeando e sonhando, ela parou diante de um lago para admirar seu reflexo na água espelhada.
Observou o próprio rosto por alguns segundos antes que a luz incandescente nublasse sua imagem.
Foi o tempo suficiente para ver de relance os longos cabelos sedosos, os olhos grandes, o queixo benfeito e delicado e a boca curvada como o arco-íris...
De repente, a bela imagem desapareceu. Sugada pela luz que agora brilhava da lagoa como uma luminosidade opalescente.
Lasair não se surpreendeu.
Sua imagem era sempre obscurecida de alguma forma, assim ela contava apenas com a descrição de alguém de seu povo para revelar sua aparência.
— Você é tão divina quanto uma camélia branca — Greine costumava elogiá-la.
No entanto era sabido o quanto ele a desejava, portanto sua opinião nunca seria objetiva.
Aliás, todos a desejavam com o apetite passional dos moradores daquele reino.
Não poderia mesmo ser de outra forma.
Aquele era seu povo, sua família.
Eram descendentes da civilização mágica da deusa Danu, a raça misteriosa que governara Erin, antes da chegada dos galeses.
Rejeitando as perigosas emoções dos humanos, eles utilizaram outras energias para explorar o espírito da natureza e vice e versa.
A feitiçaria era a base da força daquele povo.

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