4 de dezembro de 2011
Bandido Sedutor
Atrevido e ardiloso ele roubava os corações das mulheres.
Sequestrada por impiedosos bandidos, Vanda estava sendo mantida prisioneira nas ruínas de uma antiga Capela.
Pelo que ouvira falar a respeito da ganância e crueldade do chefe do bando, temia que ele não se contentasse apenas com a soma exigida por seu resgate.
Foi com horror, então, que viu suas suspeitas confirmadas ao ser entregue a um homem que, incógnito por uma máscara, ordenou,
"Venha! É inútil resistir, paguei um preço elevado por você e, antes que a noite termine, vou torná-la minha".
Capítulo Um
1817
Vanda atravessava o bosque refletindo que há muito não fazia um dia tão lindo como aquele.
As primaveras estavam floridas, violetas desabrochavam à sombra das árvores. Uma profusão de pássaros enchia o ar com seus trinados.
Sempre gostara de cavalgar no grande parque que circundava a Mansão Wyn.
O Senhor Rushman, o administrador da propriedade, durante a guerra dera permissão para passear à vontade por ali sempre que quisesse.
O velho Conde de Wynstock, nessa época, estava enfermo e preso ao leito, e o filho dele lutava contra Napoleão.
— Será bom ter alguém jovem circulando por aqui —dissera o administrador — e não é preciso se fazer acompanhar por um cavalariço.
Isso para Vanda era mais importante que qualquer outra coisa. Seu pai sempre insistira para que levasse um acompanhante quando saísse de casa para cavalgar. Eles moravam nas proximidades de Wyn Park, no fim da aldeia. Bastava apenas cruzar a estrada, sob as árvores, para se sentir, como ela própria definia, livre, e um acompanhante tolheria boa parte dessa sensação de liberdade.
Vanda refletiu então que seria muito frustrante se, agora que a guerra terminara, o Conde voltasse e a impedisse de usar a propriedade para seus passeios. Não imaginava como ele iria se comportar quanto a isso. Ela mal se lembrava dele. E o jovem Conde tomara posse do título há três anos por intermediação legal.
Soubera que se distinguira na Batalha de Waterloo e recebera Condecoração por atos de bravura. Juntara-se, então, à equipe do Duque de Wellington servindo no Exército de Ocupação.
Agora os soldados haviam sido desmobilizados e centenas deles começavam a voltar para a Inglaterra. Contudo, não haviam tido notícias do novo Conde de Wynstock.
— Talvez ele resolva não voltar — Vanda pensou triste. Assim devaneando, encaminhou-se para o centro do bosque, onde sabia que ninguém além dela ia.
Lá, em meio às árvores, havia as ruínas de uma antiga Capela, construída por um monge que se afastara do mundo civilizado para viver como ermitão.
Era um homem muito religioso, quase um santo, e naquela região corriam lendas sobre seu dom de curar animais.
As raposas que caíam em armadilhas só escapavam da morte porque ele as tocava. Crianças levavam-lhe gatos e cachorros doentes, pássaros com asas quebradas. O monge fazia uma prece e, colocando a mão sobre os animais, curava-os.
A pequena Capela, no entanto, desgastada pela ação do tempo e por falta de conservação, acabara destruída. Os aldeões acreditavam que o fantasma do monge assombrava o bosque e temiam ir até aquele lugar.
— Como é que a Senhora pode ter medo de alguém que foi um santo? — Vanda perguntou a uma mulher idosa, certa vez.
— Pode ser que seja santo, mas mesmo assim é horripilante a idéia de ver alguém que já morreu!
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!