11 de dezembro de 2011

Num Passe De Mágica






Como alguém pode maltratar um anjo como você, Ula?

Sob a proteção da Duquesa de Wrexham, a jovem e doce Ula Forde seria apresentada à alta sociedade londrina.

Como num conto de fadas, ela ganharia os mais belos vestidos, e seu baile de debutante seria o mais lindo que alguém poderia sonhar.

Tudo isso, porém, sob uma única condição, que ela suplantasse em beleza e encanto sua prima

Sarah, tornando-se, em vez dela, a “incomparável” da temporada e satisfazendo assim a sede de vingança do belo “Drogo”, o rico e disputado Marquês de Raventhorpe.

Capítulo Um

1818
Quem quer que visse o Marquês de Raventhorpe dirigindo seu faetonte ficaria impressionado.
Com uma cartola sobre os cabelos escuros, o casaco de tecido grosso e estriado, muito bem assentado e impecável, o plastrom amarrado num estilo inovador não conhecido nos círculos de St. James, o Marquês era, sem dúvida, o supra-sumo da elegância.
Grande parte dessa elegância, entretanto, era devida à arte e à categoria de Weston, alfaiate excelente que conferia às roupas do Marquês um caimento perfeito, apesar do corpo musculoso que Raventhorpe conseguira como pugilista respeitado na Academia Jackson’s.
Suas botas reluziam como espelho e cobriam as pernas fortes, acostumadas a caminhar milhas caçando pássaros em suas terras.
Possuidor de muitas propriedades e Senhor de grande fortuna, sendo, além disso, um homem tão bonito que fazia todas as mulheres da alta sociedade ansiarem por sua atenção, o Marquês devia, certamente, adorar a vida, ou, pelo menos, estar contente com ela.
Entretanto, ocorria o contrário, as linhas dos dois lados de seus lábios firmes revelavam certo ceticismo, e o olhar lânguido, apesar de dar-lhe charme, fazia-o parecer desiludido e, ao mesmo tempo, irônico.
O Marquês não ignorava que, enquanto os jovens dândis copiavam suas maneiras e seu modo de trajar-se, os Cavalheiros mais velhos de seu clube meneavam a cabeça e diziam que aquela atitude arrogante e aquele ar de Condescendência revelavam excesso de dinheiro, de conforto e falta de responsabilidade.
No entanto, mesmo sabendo das críticas que eram feitas, o Marquês fazia questão de ignorá-las e vivia como desejava, ganhava todas as corridas de cavalos mais importantes e dirigia sua Mansão ancestral com organização tão perfeita que chegava a irritar o Príncipe Regente.
Este, na última vez em que se hospedara em casa do Marquês, dissera,
— Não consigo entender como posso ter em sua casa um tratamento bem melhor do que na minha, comida muito mais saborosa, mais atenção e, sem dúvida, melhor vinho.

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