8 de janeiro de 2012
Um Homem Inesquecível
Ele era a sua única esperança!
Rebecca Tinsdale estava desesperada: seu filho fora seqüestrado!
O xerife Luke Scanlin era o único que podia salvar a criança das mãos dos bandidos.
Mas como confiar nesse homem, se ele já arruinara a vida de Rebecca?
No passado, Luke desperdiçara sua chance de ser feliz. Agora, porém, não deixaria Rebecca escapar.
Ela lhe pertencia... para sempre.
Capítulo Um
Califórnia, 1880.
Luke Scanlin apeou do cavalo e enrolou as rédeas no anel de metal liso que saia da barra grossa de ferro e madeira, onde se amarravam os animais.
Nuvens escuras e ameaçadoras, anunciando tempestade, vagavam pelo céu. Gotas de chuva respingavam em seu rosto.
O cabelo, molhado, estava colado ao pescoço.
Ele tremeu, mais por reflexo do que por causa do frio.
E não pode evitar uma dúvida: como seria sua vida em San Francisco?
Três dias. Já estava na cidade há três dias, e a chuva o perseguira desde que descera do trem, vindo de Cheyenne. Agora, tornava a cair.
Diabos, pelo jeito nunca mais ir parar de chover!
Olhou para a casa dela, um pouco mais a frente, e concluiu que lembrava uma fortaleza medieval. Era cinzenta, e intimidadora, como um castelo antigo.
Com seus três andares, mostrava-se tão imponente e impressionante quanto as demais mansões que circundavam a rua Califórnia.
Um sorriso malicioso desenhou-se em sua boca. Uma princesa precisava realmente de um castelo. Mas, se ela era uma princesa, então o que ele era?
Luke Scanlin podia ser tudo, mas com certeza ninguém se atreveria a chamá-lo de príncipe.
A chuva aumentou, escorrendo pelo chapéu de brim e alcançando-lhe o pescoço.
— Droga — ele murmurou enquanto sacudia o colarinho manchado de barro.
Estava com frio, molhado e desarrumado.
Mesmo assim parou em frente a casa e ficou olhando para ela.
A mão descansou na barra, dois dedos em volta do ferro gelado, segurando as rédeas de couro. Tivera que montar, cavalgar e desmontar umas cem vezes nos últimos sessenta minutos.
Seus músculos estavam tensos, doloridos.
Decidiu que era melhor dar meia volta e sair dali.
Chegou a virar-se, mas parou em seguida. Achou a situação patética.
Ali estava ele, como um colegial, com medo de entrar e vê-la... mas afinal, a atitude era compreensível.
Aquela não era uma mulher comum. Tratava-se da mulher que amava.
O irônico era que, quando Luke a deixara, oito anos atrás, estava certo de ter tomado a decisão correta. Não fazia idéia, na época, que passaria todo esse tempo pensando nela.
A brisa trazia o cheiro da água salgada da baía e a chuva se intensificava, ensopando a calça de lã preta e a bota de couro coberta de lama.
Carvalhos sussurravam ao sabor do vento, jogando suas ultimas folhas douradas ao longo da rua.
A seu lado, o cavalo relinchou, protestando contra o fato de ser obrigado a ficar debaixo da tempestade.
— Quieto, Scoundrel. Agüente mais um pouco.
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