26 de julho de 2015
O Castelo do Lobo
Apaixonada por seu protetor.
Obrigada a se casar com um homem a quem abomina, Thomasina terá que se valer de toda a sua virtude e coragem para colocar os deveres de família acima da própria felicidade.
Até que sua vida muda de rumo ao ser raptada durante uma terrível invasão!
Cativa do lendário Lobo de Gales, não tarda para Thomasina sentir uma irresistível atração pelo homem protegido pela pesada armadura. Embora tenha abduzido Tamsin em nome da vingança, Rheged não consegue abafar a voz de seus instintos de proteção. Mas amá-la poderia tornar ainda maior a ira dos inimigos do Lobo!
Capítulo Um
Inglaterra, 1214
A luz tremeluzente dos tocheiros e das velas de cera de abelha no salão nobre do castelo DeLac sombreavam as tapeçarias com estampas de caçadas e guerras, penduradas à parede. A lareira estava acesa, aquecendo o salão do frio da tarde de setembro.
Dos dois lados da lareira, cavaleiros e damas sentavam-se às mesas perto do palanque, onde lorde DeLac, sua filha e os convidados mais importantes compartilhavam a refeição da noite.
Cachorros circulavam pelas mesas, procurando pedaços de comida que caíam no piso de pedra. Um menestrel franzino, vestido de azul, entoava uma canção com a voz trêmula, que versava sobre um cavaleiro que enfrentava uma batalha para salvar seu amor perdido.
Sir Rheged de Cwn Bron, não estava interessado na refeição, nem na canção ou nos outros convidados. Que os nobres passassem o resto da noite se divertindo com bebidas, danças e músicas, enquanto ele descansaria para o torneio do dia seguinte.
Assim, levantou-se, ajeitou a sobreveste preta e seguiu para a porta de onde espiou aqueles que competiriam com ele no torneio, uma disputa que mais parecia uma batalha de verdade do que uma competição entre cavaleiros.
Alguns deles, como o rapaz animado vestido de veludo verde brilhante, ou o velho cavaleiro que cochilava de tanto vinho, seriam fáceis de vencer, um por ser jovem demais e sem experiência, outro velho demais para se mover com agilidade. Havia outros que tinham vindo mais para se divertir nas competições do que para ganhar o prêmio.
O prêmio estava dentro de uma caixa de ouro, cravejada de pedras, uma das razões pelas quais Rheged estava ali, além do pagamento em armas e cavalos daqueles que derrotaria na disputa. Ele era um veterano de muitas batalhas, acostumado a participar de torneios, quando testava suas habilidades.
Conforme ele seguia pelo corredor, outros cavaleiros comentavam a seu respeito:
— Esse não é o Lobo de Gales? — perguntou um normando bêbado.
— Por Deus, é ele mesmo! — murmurou outro.
— Por que ele não corta o cabelo? — perguntou uma mulher. — Ele parece um selvagem.
— Minha querida, ele é um galês — respondeu outro nobre com desdém. — Todos eles são selvagens.
Houve uma época em que Rheged se incomodava com aqueles comentários e insultos. Mas agora o que importava era vencer nos campos. Se acreditassem que ele lutaria com a determinação de um selvagem por causa do cabelo, tanto melhor.
O céu não tinha nenhuma nuvem quando Rheged saiu para respirar ar puro. A lua cheia iluminava os campos como se fosse dia, embora o vento anunciasse chuva. Mas, não seria uma tempestade, nada que justificasse adiar o torneio.
Um facho de luz, saindo de uma porta semiaberta de uma construção baixa adjacente ao salão nobre, iluminou os pedregulhos do pátio. Era a porta da cozinha, de onde vinha o som de panelas se chocando e conversas dos criados.
Dali saiu uma mulher de vestido escuro com uma sobreveste mais clara por cima, carregando uma cesta grande e fechando a porta com os quadris. Rheged reconheceu lady Thomasina, a sobrinha do anfitrião, vestida como uma freira com uma longa trança descendo-lhe pelas costas. Quando a conheceu, Rheged tinha ficado impressionado pela inteligência que reluzia em seus olhos castanhos. A responsabilidade de gerenciar a casa devia ser da linda filha de lorde DeLac, Mavis, quando na verdade a tarefa ficava por conta de Thomasina.
Rheged a observou cruzar o pátio até um portão menor que antecedia o portão duplo. Nem mesmo o vestido simples escondia a altivez e elegância natural dela. Os guardas abriram o portão para ela passar. O burburinho de vozes dos pobres famintos, ansiosos pelos restos da festança, remeteu Rheged à infância.
— Obrigada, milady!
— Deus a abençoe, milady!
Gostei, leitura leve, queria saber se tem sequência, parece que a história da irmã dela ficou meio no ar
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