26 de julho de 2016
O Prelúdio de Camelot
Um menino nascido para ser rei
Uther Pendragon, o rei de Kernow, deseja Ygraine, mulher de um de seus vassalos. Com a ajuda do mago Myrddin, ele consegue tê-la e, com ela, concebe Arthur.
Arthur cresce sem saber quem é seu pai. Seu mentor é Myrddin, e a única coisa que ele sabe é que deve lutar para salvar a Bretanha dos saxões...
Uma menina destinada a ser rainha
O melhor amigo de Arthur é Bedwyr, irmão mais velho de Gwen, uma menina independente e corajosa, que vive em Cameliard e está determinada a livrar o vilarejo do jugo de um homem, seja ele quem for. Arthur e Gwen só se viram quando crianças, mas na adolescência ela tem sonhos freqüentes com um guerreiro valente e bonito, alguém que ela não conhece, mas que lhe desperta fantasias românticas e sensuais...
Um príncipe com sangue de feiticeiro
A força de Lancelot nas batalhas se equipara à de Arthur, assim como suas habilidades na cama... uma competição que um dia irá determinar o destino de Camelot...
Capítulo Um
Bretanha, 485 d. C.
Arthur, com dez anos, bateu as costas na carroça, espalhando pelo chão os pães frescos, irritando o mercador. A praça ruidosa ficou parada com a briga dos garotos com os ciganos.
Arthur gemeu ao se contorcer no chão, segurando a virilha, onde tinha sido atingido. O segundo chute acertou as costas miúdas e o fez ranger os dentes de fúria. Com um movimento repentino e ágil, virou-se e pegou o oponente pelas pernas, derrubando-o no chão. De joelhos, acertou um soco no rosto do cigano.
Com o canto dos olhos, viu o irmão, Kai, lutando com dois meninos ciganos e um terceiro que disparava em sua direção.
Afinal, por que Kai os teria xingado de cães piores que os saxões? Teriam problemas com sir Ector quando chegassem em casa!
Foi então que viu o brilho de uma adaga. Um homem de olhos escuros e com a cabeça coberta por um lenço sujo, rumava em direção de Kai com a lâmina em punho.
— Cuidado! — gritou Arthur, ao se colocar de pé e correr na direção do homem.
O estranho virou-se ligeiro, a adaga cortando o ar na direção de Arthur. Um braço, vindo do meio da multidão, não se sabe de quem, prendeu o pulso do atacante, que deixou a adaga cair no chão.
Myrddin soltou o homem ao se destacar do meio das pessoas.
— Chega. Tirem suas carroças e caiam fora daqui!
Ele encarou um a um dos presentes, os cabelos emaranhados mais parecendo a juba de um leão. Os ciganos se dispersaram sem demora, deixando os dois meninos com o druida.
— O que houve? — perguntou.
Kai mancou uns passos à frente.
— Um deles estava tentando roubar um pedaço de carne, e decidi impedi-lo. — Como Myrddin não disse nada, ele continuou: — Está bem, eu devo tê-lo xingado também.
— Por que estava brigando também? — Myrddin questionou Arthur, pousando nele seus olhos claros de águia.
Arthur levou a mão à boca e passou a língua para limpar o sangue que escorria em um canto.
— Eu tinha de defender Kai. Ele é meu irmão.
— É mesmo. Obrigado. — Kai parecia um carneiro. — Eu não fazia ideia de que eles eram muitos. Eu podia tê-los derrotado. Você sabe como gosto de uma boa briga.
— Quantas vezes eu já não disse que é melhor usar a cabeça em vez dos punhos? — indagou Myrddin. — Lutem apenas em casos extremos.
— Mas... — Kai protestou.
— Basta. — Myrddin levantou-se, ostentando sua altura sobre Kai, que recuou. — Trate de arrumar as carroças e ajeitar a bagunça que criou, além de pagar por tudo que estragou dos mercadores. Será difícil compensar a perda de alimentos, que além de um desperdício, é um insulto aos deuses. Mas estes saberão como lidar com você. Vamos ver o que sir Ector tem a dizer.
Ector empalideceu ao ouvir as histórias. Sua esposa, Bronwen, rezava baixinho enquanto enrolava as costelas de Arthur, olhando, nervosa, para o marido.
— Já que os dois fizeram papel de tolos em praça pública, podem tomar o lugar dos bufões no jantar e ceder-lhes seus lugares — declarou Ector com voz grave.
O coração de Arthur se confrangeu. Detestava ter de cantar e fazer papel de bobo. Se assim fosse, não teria tempo de estudar a lição de astronomia de Myrddin. Não haveria como se desculpar. Correu o olhar pela sala à procura do mentor, mas Myrddin continuou impassível. Arthur passou os dedos pelos cabelos.
— Estávamos nos defendendo, sir — disse Kai com o rosto vermelho. — O garoto estava tentando roubar carne!
Ector balançou a cabeça com veemência.
— Esse é um lar cristão, Kai. Não lhe passou pela cabeça que ele podia estar com fome? Você bem sabe que os ciganos não são bem aceitos.
— Mas ele continua sendo um ladrão.
Arthur prendeu a respiração. A atitude do irmão iria colocá-los em apuros de novo.
Fique quieto, Kai.
— E nessa sua batalha para salvar um pedaço de carne, você conseguiu destruir muita coisa que alimentaria os aldeões por alguns dias. — Ector relanceou o olhar para Arthur e voltou para o filho. — Vocês dois podem muito bem passar sem comida por um dia. Esta será a penitência.
Myrddin bateu no ombro de Arthur.
— É o carma, menino. Não lhe disse para não insultar os deuses?
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