14 de maio de 2017

O que faria Jane?

Quando Eleanor vai para um concurso, com seus últimos desenhos de vestidos de época, à semana da Regência em uma antiga mansão na Inglaterra, não imagina que na manhã seguinte a sua chegada despertará dois séculos no passado… ano 1814!
Eleanor aceita viajar até os tempos de Jane Austen para evitar um duelo mortal, mas não sabe como deve comportar-se, o que deve dizer, nem o mais importante… como diferenciar um vilão, de um libertino. 
O cativante, rebelde e misterioso Lorde Shermont é um notório mulherengo, mas… é também um perigoso assassino e espião? Eleanor deverá aproximar-se dele para descobrir. Felizmente, Jane Austen entra em cena, e com seus sábios conselhos, a ajudará a adaptar-se entre a alta sociedade e no escorregadio terreno de seus próprios sentimentos…

Capítulo Um

“Senti a forte presença de espíritos no Twixton Manor Inn. Tratava-se claramente de duas mulheres…
Uma que não podia partir e outra que não queria.”
Crystal Darkhorse, parapsicóloga, em seu último guia de viagem
Destinos Encantados II
― O que quer dizer com: não tenho reserva? ― Eleanor se esforçou por manter um tom agradável, apesar de sentir-se física e emocionalmente exausta. ― Por favor, verifique novamente. P-O-T-T-I-N-G-E-R.
― Nãooooooo ― disse a miúda mulher de cabelo cinza enquanto repassava o registro de nomes na tela do computador. O crachá indicava que era a diretora, senhora Ruth Simms. Deu a volta e olhou com atenção por cima do mostrador. ― Sinto muito. A Associação Jane Austen vai celebrar aqui uma conferência, e, além disso, é a semana da Regência. Não temos lugares disponíveis. ― Franziu o cenho. ― Tem alguma coisa que confirme sua reserva?
― Tenho uma carta que confirma a reserva ― disse Eleanor. Abaixou-se para procurar a carta em sua bolsa de viagem.
― Lembrei ― disse a mulher do mostrador, com um tom de voz parecido ao de um pássaro. ― Recebemos várias caixas com lembretes: Guardar para E. Pottinger.
― São os trajes para meu seminário de moda da sexta-feira ― explicou Eleanor, sem deixar de procurar. Menos mal que o envio tinha chegado a tempo. Mentalmente riscou outro elemento da lista de coisas a se preocupar.
― Farei com que Harry lhe traga as caixas.
― Achei! ― Eleanor ficou de pé, com a valiosa carta de confirmação de reserva em sua mão.
Por azar, haviam fechado as portinholas do guichê, do mostrador da recepção. Olhou a seu redor em busca de um sino ou interruptor e reparou nas mudanças realizadas desde sua última visita, dois anos atrás. O mostrador fora reconstruído no marco da porta que, anteriormente, conduzia a um ambiente muito acolhedor, conhecido como a sala das damas.
O impressionante vestíbulo, com sua escada em forma de caracol, chão de mármore e painéis esculpidos parecia… bom, um pouco menos elegante do que recordava. Um abajur moderno substituíra a teia de cristal original e a armadura, que montava guarda na porta de entrada, necessitava de um polimento. À esquerda, da entrada, havia uma porta de dupla folha que levava até a sala principal, onde já se encontravam alguns hóspedes, a maioria vestida com trajes da época de Jane Austen, que levavam as estúpidas etiquetas com seu nome.
Uma sensação de esgotamento invadiu Eleanor. Depois de quinze horas de viagem, necessitava, desesperadamente, dormir. Golpeou as portinholas com os nós dos dedos. Poucos segundos depois, voltou a chamar. Uma garota cheia de tatuagens e de piercings abriu.
― Vovó foi procurar o Harry. Recomendo-lhe que se sente. ― Apontou um banco de madeira com aspecto de que fora utilizado, no passado, como banco de igreja. ― Demorará um pouco. Harry está lá fora, fumando. ― Fingiu dar uma tragada entre os dedos polegar e indicador, dando a entender que se tratava de algo mais que um cigarro normal. ― Ou isso ou está passando tempo com uma velha moto que um tio deixou aqui, como forma de pagamento. Em resumo, a vovó demorará em encontrá-lo, especialmente se a ouvir aproximar-se.
― Tenho minha confirmação de reserva.
A garota agarrou o papel com o mesmo entusiasmo com que agarraria uma multa de trânsito. Teclou algo no computador e procurou no antiquado livro de registros.
― Aqui diz que cancelou sua reserva. Era a suíte nupcial? ― Elevou a vista. Obviamente, sentindo curiosidade.
Eleanor não contaria a uma estranha que seu noivo a deixara por uma caça talentos, alta, loira e exuberante a quem ele prometera converter em uma estrela de cinema.
― Que chato. ― Disse a garota.
Sim, era mesmo. Mas uma vez que deixara de vê-lo todo cor de rosa, Eleanor se dera conta, de que Jason não era o homem que ela acreditava. Apesar do duro golpe que vivenciara, transformou-se em uma pessoa mais forte, centrada em sua carreira. Como não lhe podiam devolver o dinheiro das reservas de avião para passar a lua de mel na Inglaterra, convertera, esse fato, em uma oportunidade para fazer negócios. E para descobrir mais, sobre o colar.
― Como pode comprovar na carta que confirma minha reserva, troquei o dormitório duplo por um individual, faz seis meses.
― Aqui há algo. A vovó não vai gostar.
― O que acontece? Encontrou?
― Anotou seu nome no registro, mas se esqueceu de introduzi-lo no computador. Seu quarto está atualmente ocupado por um tal Coronel Artemis Hoover. Mmm… 
Veja vídeo do lançamento

2 comentários:

  1. Gostei mto da história, amei o trabalho d vcs. Mto obrigada! Bjks

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  2. Adorei a historia, bem leve e divertida. Adorei as fantasmas
    obrigada
    bjs

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!