A vida de Emily Harrison foi virada de cabeça para baixo.
No início da Guerra Civil, ela tentou bravamente continuar o trabalho de seus pais como condutores no Underground Railroad até que sua fazenda em Ohio foi vendida por hipotecas.
Agora sozinha, ela aceita a posição de governanta da família de um médico na Virgínia escravagista. Talvez possa continuar seus esforços de resgate de lá.
Alexander Hunt é o belo sobrinho do médico.
Embora não negue a atração crescente pela mais recente empregada de seu tio, ele não pode perder tempo perseguindo Emily. Alex não é nada do que parece ― rico, mimado e indolente. Ele é o esquivo fantasma cinzento, um líder Quaker2 de guerrilheiros rebeldes.
Um homem das sombras, ele não carrega nenhuma arma de fogo e acredita de todo o coração nas convicções abolicionistas de Emily.
O caminho diante de Alex e Emily é complicado e às vezes ameaça sua vida. A guerra traz traição, aprisionamento e perigo para ambos. Em meio a seus crescentes sentimentos um pelo outro, eles podem encontrar fé em Deus entre os desafios que enfrentam e confiar na possibilidade de um futuro brilhante juntos?
Capítulo Um
Verão 1861, Ilha Bennington, no rio Ohio
― Senhorita Harrison? ― perguntou uma voz suave. ― Por favor, entre e sente-se.
Emily, examinando o teto boquiaberta, olhou espantada na direção da voz. Ela pensou que tinha sido levada a um quarto vazio para esperar, mas uma pequena mulher estava sentada perto das janelas em uma cadeira de vime com rodas. Ela correu para o lado da mulher, balançou a cabeça e então dobrou o joelho em uma pequena reverência.
― Sra. Bennington ― disse ela. Em sua vida Emily nunca tinha feito uma coisa dessas. Ela só tinha visto uma reverência em apresentações de teatro, mas a surpreendente elegância da casa parecia justificar uma.
― Oh. Que maneiras adoráveis você tem, ― disse a mulher, batendo levemente em uma cadeira ao lado dela.
― Obrigada, madame. ― Disse Emily, pousando na borda. Julgava que a sra. Bennington tinha em torno de trinta e cinco anos, mais jovem do que sua mãe tinha sido, com uma testa sem rugas, olhos verdes e cabelos loiros escuros. Delicada, assim mamãe a teria chamado.
― Suas cartas de referência da Sra. Ames e da senhorita Turner brilharam com elogios por suas realizações. Meu marido e eu estamos contentes por você ter vindo à nossa ilha de remanso para polir as arestas ásperas de nossas meninas. Ambas frequentaram a escola secundária em Parkersburg durante seis meses do ano e nós tivemos tutores aqui, mas agora elas precisam de refinamento. Elas ainda correm soltas pelo jardim como selvagens. Annie, especialmente, precisa aprender comportamento. ― A sra. Bennington respirou fundo e suspirou. ― Estou ciente da sua perda, senhorita Harrison. E com o tempo espero que venha nos considerar como a sua família.
Surpresa pela declaração, Emily recuou da aristocrata cheirando a lavanda. ― Como estou prestes a casar, receio que a situação seja temporária, sra. Bennington. Quando meu noivo retornar de Washington, devo voltar para casa em Marietta.
Ela sabia que sua voz soou arrogante, mas não se conteve. A partir do momento em que a barcaça virou, contornou a curva e ela viu a plantação dos Bennington, estava em um terreno desconhecido. Uma carruagem estava esperando na doca para levá-la à mansão. Em seguida, um senhor negro e idoso, com roupas mais finas do que as usadas por seu pai, abriu a porta, curvou-se e conduziu-a a um vestíbulo maior do que toda sua casa.
Mármore rosa e creme jaziam sob seus pés e um lustre de cristal suspenso projetava padrões arlequim nos degraus polidos para o segundo andar. O mordomo teve que lutar com sua maleta enquanto ela ficou boquiaberta olhando ao seu redor.
O mordomo falou o inglês da rainha perfeito, sem um traço de gíria que ela esperaria de um escravo. Ele era um escravo, não era? Ela seguiu-o pelo salão e aqui estava ela ― comportando-se rudemente com sua nova empregadora, sem outras opções para seu futuro.
― É claro, senhorita Harrison. Ficaremos felizes em tê-la por tanto tempo quanto possível.
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!