Amy está tentando escapar do constrangimento de ser tratada como uma tola. Ela está tentando remendar seu coração partido.
Timothy é um homem bonito e um amigo de seu irmão. Ela gosta dele, mas ele tem que deixar Londres para atender a negócios da família. Esse negócio de família vai mudar sua vida para melhor. Seu status e fortuna mudam drasticamente. Após um acidente, no entanto, ele precisa de algumas palavras de conforto e Amy lhe escreve sob o nome de seu irmão. As cartas continuam e ela começa a sentir por ele mais do que pensa que deveria. Quando volta a Londres, ele está sendo procurado pela arquirrival de Amy. Isso diz a Amy tudo o que ela precisa saber. Quando outro homem a corteja, ela decide que é hora de seguir em frente. Ela planeja uma vida diferente - uma vida de viagens e aventuras - mas este homem vai ajudá-la a escapar, mesmo sem saber que o está fazendo.
Como pode uma mulher jovem ter tudo o que quer e muito mais? Talvez não seja possível. Mas talvez seja.
Capítulo Um
— Anime-se, irmãzinha. — Robert Clarke carinhosamente acariciou a mão de Amy depois de seu longo, arrastado suspiro. — Esta temporada promete ser muito mais emocionante com Timothy ao redor.
Amy removeu seu irmão mais velho para longe dela com um movimento do pulso. Ele a estava provocando. De novo.
— Eu não estou nem remotamente interessada na próxima temporada, Robert — disse ela com um aceno de cabeça. — Eu nunca estive. Eu nunca estarei.
Não era exatamente verdade, mas, e menos que ela tivesse que falar sobre a ton[1] e os abutres que circundavam a temporada, melhor.
Robert tinha acabado de informar a Amy que seu colega de escola estava na cidade para visitar, e iria ficar em Merrimont, a casa da família em Londres. Eles estariam todos juntos lá e participariam dos maiores eventos que a temporada tinha para oferecer.
— Eu não acredito em você — disse ele, não deixando isso pra lá. — Não há mais nada para fazer no campo, exceto assistir a chuva. Londres sempre tem divertidas distrações. Você logo estará feliz pela temporada.
— Distrações feitas para libertinos e tolos — Amy disse, pegando seu livro novamente e tentando se concentrar nas palavras a frente dela.
A primeira temporada de Amy havia sido no ano anterior e toda a experiência tinha sido tão ridícula e nada assombrosa como ela esperava que fosse. Sorte a dela, sua família possuir uma fortuna e um nome bom o suficiente para que ela ainda não precisasse tanto de um marido para resgatá-la. Ela não havia odiado completamente estar em Londres, uma vez que lhe proporcionou a oportunidade de trabalhar em seu plano de mestre.
Se Amy jogasse sua mão bem o suficiente, ela estaria livre para viajar e explorar além da Inglaterra, para a alegria do seu coração. Coisas triviais, como caçadoras de marido e combinar suas luvas com seus sapatos seriam uma memória distante.
— Você simplesmente não conheceu o suficiente de libertinos encantadores. — disse Robert com uma cara séria. — Eu planejo apresentar você para alguns deles, como um esforço para mantê-la longe das garras do tio Rupert um pouco mais.
Tio Rupert, o irmão mais novo de seu pai, tinha acumulado por conta própria um império e uma fortuna no comércio de produtos têxteis entre a França e a Inglaterra. Ele estava procurando expandir para o Oriente em breve. Tio Rupert, como seria, era exatamente a passagem para fora da sufocante sociedade londrina que Amy estava procurando.
As suposições originais de Amy sobre Timothy de La Fontaine, o amigo de seu irmão dos dias de Oxford, estiveram, em sua maioria, erradas. Ela admitiu este fato a contragosto, enquanto olhava as cartas em sua mão.
Ela atreveu um olhar para cima de seu convidado enquanto ele estava ocupado, e estudou o cabelo castanho escuro que pairava baixo, quase cruzando as sobrancelhas igualmente escuras. Seus olhos eram de um rico verde amarelado avelã, que era incomum. Amy poderia dizer honestamente que ela nunca tinha conhecido outro ser humano em todos os seus dezoito anos com olhos como os seus.
Aos vinte e três anos de idade, a mesma idade de Robert, Timothy conversava muito bem. Ele era mais do que capaz de manter conversas fascinantes que, Amy teve que admitir, iam além de lenços para coletes ou quais cães de caça eram melhores procriadores que outros. Nestas curtas semanas, Amy tinha vindo a descobrir que o amigo de seu irmão possuía mais conteúdo do que ela tinha originalmente esperado. Foi uma boa surpresa.
— Você mudou de ideia sobre o baile de amanhã, Senhorita Clarke? — Perguntou Timothy, levantando as sobrancelhas.
Amy tomou seu tempo para responder, certificando-se de terminar sua vez antes de encontrar seu olhar.
— Nem de leve, Sr. de La Fontaine — disse ela com um sorriso. — Eu ainda prefiro me sujar de esterco nos estábulos de meu pai em Gilchrist do que dar uma volta pela pista de dança do Lorde Cribbley, com algum de seus filhos.
Ao lado dela, Robert bufou e tentou segurar uma risada. Do outro lado de Amy, sua mãe arqueou uma sobrancelha como censura ao comentário da filha.
— Sua boca fugiu com ela mesma novamente, Amy — disse ela, em tom de aviso com um olhar aguçado em direção a Timothy.
Rápido na defesa de Amy, Timothy protestou.
— Eu lhe asseguro, não estou nem um pouco afetado pelo senso de humor da Senhorita Clarke — ele riu. — Acho que é encantador.
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