10 de fevereiro de 2018

Eternidade

Série Montgomery Saga
Carrie Montgomery cresceu com sete adoráveis irmãos mais velhos, e ela costumava usá-los para obter o que queria com bastante facilidade.

Joshua Greene, um fazendeiro pobre, procurava apenas uma noiva, por correspondência que fosse prática e trabalhadora para ajudá-lo na fazenda, além de ajudá-lo a alimentar e vestir seus filhos.
No entanto, desde o momento em que Carrie viu sua fotografia, viu seu rosto devastadoramente bonito e seu sorriso triste, a pequena e mimada beleza dos Montgomerys, sabia que ela era a esposa perfeita para ele.
Josh não viu dessa maneira. Casado por procuração, ele se recusava a ser envolvido pelo encanto dos cachos loiros de sua nova esposa e suas risadas efervescentes, ou se impressionar com suas armadilhas de riqueza... mesmo que seus filhos acreditassem que ela era uma princesa de contos de fada ganhando vida.
Ele estava furioso e pronto para mandá-la embora, até que uma tragédia o convenceu de que sua beleza era mais profunda que a superficialidade da pele.
Mas, mesmo depois de ter cedido ao desejo selvagem que surgiu entre eles, Josh não podia admitir o quanto ele realmente precisava dela. Então um velho escândalo ameaçou ressurgir, e ele percebeu que poderia perdê-la para sempre.

Capítulo Um

Warbrooke, Maine 1865
Jamie Montgomery percorria a casa sem reparar em nada, já que tinha nascido nela e a conhecia bem. Se fosse qualquer outro se deteria em considerar a acolhedora comodidade da mansão e jamais poderia imaginar a fortuna da família proprietária. Tão somente um estudante de arte seria capaz de reconhecer a importância das assinaturas, nos quadros que se penduravam das paredes de estuque, ou dos nomes que podiam ler-se nas esculturas de bronze. E unicamente um conhecedor poderia calcular o valor dos tapetes, desgastados e manchados pelo uso que durante anos fizeram deles meninos e cães.
O mobiliário não se escolheu por seu valor, a não ser respondendo às necessidades de uma família que tinha habitando a casa há duzentos anos. Um antiquário teria reconhecido imediatamente o velho aparador da Rainha Ana encostado à parede e as pequenas cadeiras douradas do Império Russo, assim como eram chinesas as porcelanas da vitrine do canto e muito antigas para que pudesse valorizá-las uma jovem mente americana.
A casa estava lotada de quadros, móveis e tecidos procedentes do mundo todo, entesourados por gerações de homens e de mulheres Montgomery em suas viagens. Havia lembranças de todos os cantos do globo; desde peças exóticas encontradas em qualquer ilha minúscula até pinturas de mestres italianos.
Com grandes passadas de suas largas pernas, Jamie atravessou uma após outra os cômodos da imensa casa. Em duas ocasiões deu uma palmada à pequena bolsa de flanela que levava debaixo do braço, sorrindo cada vez que a tocava.
Finalmente se deteve diante de uma porta e, depois de roçá-la apenas com os nódulos, como se importasse pouco que pudessem ouví-lo, entrou no dormitório em penumbra. Embora o resto da casa mostrasse uma seca opulência, naquele quarto se apreciava até o último centavo da riqueza dos Montgomery.
Inclusive na escuridão podia ver o brilho do baldaquim de seda da imensa cama imperial que fora esculpida em Veneza, com seus postes transbordantes de anjos dourados. o dossel da cama penduravam centenas de metros de seda azul claro e as paredes do quarto estavam estofas com damasco de um azul mais escuro, tecido na Itália e devolvido a América em um barco dos Montgomery.
Baixou a vista ao leito e sorriu ao contemplar a cabeça loira que sobressaía do cobertor de seda. Aproximou-se das janelas, afastou os pesados cortinados de veludo, para deixar entrar o sol no quarto, e viu que a cabeça se afundava mais entre os lençóis.
Aproximou-se sorridente da cama e ficou olhando a adormecida, mas tudo o que podia ver era um cacho dourado que se enrolava no lençol. O resto ficava oculto sob a roupa de cama. 
Tirou de debaixo do braço a bolsa que levava, soltou os cordões e tirou um diminuto cão que não pesaria mais de três quilos e meio e cujo corpinho quase não podia ver-se, devido o pêlo longo e sedoso que o cobria. Era um maltês, e Jamie o tinha trazido da China como presente para a irmã mais nova. 
Levantou com extrema lentidão a colcha, deixou o cachorro na cama, junto a sua irmã, e logo, desfrutando por antecipado da surpresa, sentou-se em uma cadeira e observou o animal, que começou a agitar-se e a lamber a sua companheira de leito.
Carrie foi despertando pouco a pouco e a contragosto. Sempre lhe chateava abandonar a morna proteção da cama e demorava tanto quanto fosse possível. Fez um ligeiro movimento com os olhos, ainda fechados, enquanto afastava levemente os lençóis de seus ombros. Sorriu ao sentir a primeira lambida do cachorro e voltou a sorrir com o segundo. Tão somente abriu os olhos quando ouviu um pequeno
latido e, assim que seu olhar encontrou a face daquela criatura, sentou-se sobressaltada e levou uma mão à garganta. Ao apoiar-se contra a cabeceira, cravou as costas na ponta da asa de um dos anjos esculpidos e ficou olhando ao cão, piscando assombrada.
A risada de seu irmão foi o que lhe fez voltar à cabeça e, mesmo assim, passou um momento antes que percebesse o que ocorria. Quando por fim descobriu que seu queridíssimo irmão tinha retornado do mar, lançou um grito alegre e se lançou em seguida para ele, arrastando consigo o cobertor de seda e as mantas de cachemira.
Jamie, segurando-a suspensa em seus braços fortes e bronzeados: fez-lhe girar em redemoinho enquanto que na cama, detrás deles, o cachorro ladrava excitado.
- Tinha que chegar na semana que vem - disse Carrie sorridente, enquanto beijava seu irmão nas bochechas, no pescoço e onde podia.Simulando que não gostava do recebimento entusiasta de sua irmã, Jamie continuou mantendo-a suspensa, afastada dele.
- Se você tivesse sabido quando eu chegava, sem dúvida teria ido receber-me nas docas. Mesmo que a
chegada estivesse estipulada para as quatro da manhã.
- Mas é claro - concordou ela. Logo, com expressão preocupada, colocou-lhe uma mão na bochecha. - Perdeu peso.
- E você não cresceu nem um centímetro. Carrie sacudiu os ombros para que seu irmão a soltasse. Sabendo que estava de novo em casa são e salvo, todo seu interesse se concentrou no lindo cachorro. Assim que colocou os pés no chão voltou a deitar-se na cama e, logo que esteve entre os lençóis, o pequeno animal foi em busca de mimos.
Enquanto Carrie se encontrava ocupada com o cão, Jamie olhou em redor, observando as novidades incluídas da última vez que esteve em casa.
- De onde veio isto?
 




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