13 de agosto de 2010
Anjo
Desde quando os anjos do Natal usavam guarda-pós e chapéus de abas largas?
Talvez fosse esse o traje que reservavam para Montana, pois Quin McAllister parecia um deles ao surgir naquela região selvagem e na vida de Cassie Montgomery e suas duas filhas.
No entanto, ela sabia que a sua felicidade duraria pouco.
Apaixonou-se por um homem que jamais renunciaria à liberdade de não se fixar em lugar algum.
Quin McAllister, um jogador, começara a se apaixonar por Cassie muito antes de conhecê-la, graças às cartas do marido dela. Então, perdeu o coração quando a viu com seus próprios olhos!
Cassie era a única mulher que o levaria a arriscar todas as suas cartas a fim de conseguir tudo quanto sempre desejara…
Capítulo Um
Território de Montaria — 1867
A mulher corria, atravessando o pátio entre a cabana e o estábulo, nitidamente alarmada. Abrindo a porta pesada de madeira, ela entrou, levando consigo o vento gelado que carregava flocos de neve.
— Cassie! Temos problemas! Vem vindo um cavaleiro em direção a nossa casa. — Ela calou-se para recuperar o fôlego antes de prosseguir.
— Não reconheci o cavalo… Acho melhor apanhar o seu rifle, menina. A jovem mulher parou de colocar feno na manjedoura e, deixando cair o forcado, apanhou o rifle apoiado na porta.
— Voltem todas para casa. — Ela virou-se para as duas garotas que a ajudavam. — Jennifer e Rebecca… Acompanhem sua avó. Mantenha seu rifle carregado e apontado para o forasteiro através da fresta da porta, mãe.
Cassie esperou até que as três estivessem seguras dentro da cabana antes de sair do estábulo para aguardar a chegada do forasteiro. Ele descia a colina do norte, em um cavalo negro que se movia sem esforço aparente através das lufadas de vento e neve.
O cavalheiro lhe pareceu ser uma aparição fantasmagórica, vestido de branco da cabeça aos pés. Quando ele se aproximou mais, Cassie percebeu que a neve formara uma camada alva e brilhante sobre o chapéu e o guarda pó do estranho, dando-lhe uma aparência de um ser de algum outro mundo.
Ele não disse uma só palavra até parar o cavalo bem junto de Cassie.
— Bom dia, madame. — Ele tocou polidamente a aba do chapéu.
— Estou procurando por Ethan Montgomery.
Com um olhar rápido, Cassie notou a sela luxuosa e as botas brilhantes e bem cuidadas do recém chegado. Aquele forasteiro não pertencia à agreste região de Montana! Um homem tão bonito e fascinante estaria à vontade num belo salão, jogando cartas e flertando com belas mulheres ricamente vestidas.
— Ele não está aqui.
— Mas já ouviu falar dele?
— Pode ser… Ao notar o rifle mirando o seu coração, ele manteve as mãos imóveis e bem à vista da mulher. Seria loucura assustá-la com um gesto brusco pois também avistara uma outra arma, através da porta da cabana, apontada em sua direção. Os habitantes de Montana eram doentiamente cautelosos e não pretendia ser pego no meio de um fogo cruzado.
— Por acaso, estou perto da propriedade dele?
— Está dentro dela. Disfarçando a surpresa, ele reconheceu que não prestara suficiente atenção na fala macia e de sotaque nitidamente do sul da Geórgia ou nos caracóis ruivos escapando do enorme capuz do casaco. Entretanto, seria impossível imaginar que aquela criatura rústica fosse a requintada beldade de Atlanta de quem tanto ouvira falar,
— Então, você deve ser Cassie… A Sra. Montgomery.
— Exatamente. E quem é o senhor?
— Um amigo de Ethan. Seu marido me escreveu uma carta, pedindo-me que viesse juntar-me a ele. Meu nome é Quin McAllister.
— Quin… — Sem disfarçar a surpresa e o embaraço, Cassie abaixou, o rifle. — Desculpe-me, sr. McAllister. Eu não costumo receber amigos de meu marido dessa forma. O senhor deve estar gelado. Por favor, venha até nossa casa para se aquecer.
Desmontando, ele puxou o cavalo, caminhando para a cabana. A porta se abriu e uma mulher de meia idade surgiu, com o rifle ainda apontado na sua direção.
— Está tudo bem, mãe. Este homem é um amigo.
A mulher afastou-se da porta e, logo atrás dela, Quin avistou duas garotas abraçadas. A mais velha, de aproximadamente doze anos, tremia convulsivamente e a caçula, de cinco anos, segurava com força as mãos da irmã entre as suas. Ela não demonstrava nenhum temor e sim uma ávida curiosidade.
— Vocês só podem ser Jen e Becky — declarou Quin, sorrindo. — Becky… Seu pai me contou que a sua voz é angelical, digna de um coro de igreja. Falou de uma criança e vejo que já é quase uma mulher. Quanto a Jen… Ele me dizia que ainda era um pingo de gente!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!