25 de fevereiro de 2012

Como Uma Flor Entre As Rochas

Ele acreditava que seu maior desafio seria enfrentar os Cátaros. 


Conquistar o coração de um deles se converteria em um desafio ainda maior. 
A fé move montanhas. 
No começo do século XIII, os “Cátaros” pregam seu credo no sul do que mais tarde seria a França. Acreditam na igualdade entre o homem e a mulher, na liberdade para o amor, aborrecem o materialismo e negam a existência do inferno. 
Ameaçada por esta religião, a Igreja Cristã promove uma Cruzada contra o que considera uma heresia e se propõe exterminá-la. 
Laetitia, uma jovem cátara, é a alma de sua comunidade, Montaillou. 
Alegre, atraente e bondosa, dirige um hospital no qual cura os doentes do povoado. 
Vive refugiada na religião e na observância da fé, jejua habitualmente, não tem posses materiais e rechaça aos múltiplos pretendentes do povoado que tentam conquistá-la. 
Entretanto, é Ramiro de Zaragoza quem inesperadamente põe em perigo suas crenças. 
Ramiro, um cavalheiro Aragão, lutou nas Cruzadas e sempre foi um homem de fé. 
Banido, impossibilitado de voltar para seu lar, Ramiro se dedica com exclusividade à guerra e às damas da corte: dois territórios no qual a conquista está assegurada. 
Seus inimigos cansados de verem-se ofuscados por suas glórias militares armam uma armadilha. Planejam assaltá-lo enquanto transporta uma relíquia da cristandade para a Abadia de Montaillou. 
E é Laetitia que, sem saber, precipita a emboscada. 
Quando Ramiro compreende que vai ser atacado, entrega a relíquia a Laetitia para que a esconda, sem imaginar que confia a ela muito mais que um tesouro. 
Forçados a compartilhar o segredo do esconderijo, uma cátara e um cristão, compreendem que a fé move montanhas.
Mas que o amor é mais poderoso. 


Comentário revisora Ana Julia: O livro é bom, para quem gosta de fatos históricos, a autora usou um fato verídico para enredar a história que é muito boa, mas que para mim poderia ter tido um algo mais... 


Capítulo Um 


Carcasonne, março de 1217. Procurou o lugar adequado e descarregou seu punho, que de longe bem podia ser confundido com uma jarra para vinho, sobre a mesa do botequim. 
Vinha fazendo isso fazia uma hora: golpeava a mesa e murmurava bem baixo. 
Todos no botequim o conheciam o suficiente para saber que estava furioso e que, quando isso ocorria, o mais prudente era não aproximar-se. 
O taberneiro mandou uma das mulheres verificar o que tinha acontecido. 
Ela se negou em voz muito baixa, mas finalmente se aproximou e pareceu divertido provocar um pouco o homem. 
Nunca tinha maltratado uma mulher e não acreditava que essa fosse à primeira vez. 
 —O que tem hoje, Ramiro? —perguntou sem nenhuma ingenuidade— Acaso agora que vão te condecorar não presta mais atenção em mim? Agora só o interessam as mulheres da corte?
—insistiu e olhou ao taberneiro com uma piscada cúmplice. 
Para divertir-se tinha que provocá-lo de verdade. 
E sabia que sua fama de mulherengo o incomodava. Ramiro parou e se aproximou da mulher até que ela apagou o sorriso do rosto. 
A mulher retornou para onde estava o taberneiro e disse que estava nervoso pela condecoração e soltou um sorrisinho mal audível. 
Via-se um pouco assustada. Nos oito anos que tinham passado da batalha de Béziers, Ramiro tinha deixado de ser um jovem moço com certas convicções para transformar-se em um guerreiro respeitado, temido e querido por seus soldados. 
Descobriram a ajuda que ele tinha prestado às mulheres para que escapassem da matança de Béziers e tinha estado preso por isso. 
Também tinha perdido sua condição de vassalo do Rei d’Aragão pelo incidente. 
O único que tinha ajudado-o era Simón de Montfort, a quem reconhecia como seu senhor. 
Tinha cavalgado toda Languedoc junto a Montfort e era seu braço direito em temas bélicos. Montfort tinha viajado de Paris como um nobre menor e empobrecido, mas, logo depois da batalha de Béziers e, pouco mais tarde, de Carcasona, revelou-se como um líder valente e audaz. 
O Papa o tinha premiado nomeando-o Visconde de Carcasona, lugar que antes tinha ocupado o jovem Trencavel. 
Logo, animado pelo poder religioso e o novo arcebispo Arnaud Amaury, Montfort tinha excedido os limites dos territórios que lhe correspondiam como Visconde e se lançou à conquista de novas cidades com a desculpa de limpá-las de hereges. 
Cumpria com a missão evangélica de levar o cristianismo e expulsar os Cátaros, mas também anexava territórios para si mesmo.
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