10 de abril de 2017

Feridas de Amor e de Guerra




Em 21 de Outubro de 1854, trinta e oito mulheres partiram para se dirigir a um cenário de guerra e cuidar de milhares de soldados britânicos feridos, alterando assim o curso da enfermagem moderna. 

Anna St. James fazia parte da expedição de enfermeiras corajosas; uma mulher indomável, contra qualquer guerra, que cometeu uma terrível negligência ao atender a um soldado indevido.
Alex, um atraente general ferido, apaixonou-se pela jovem enfermeira que cuidava sem discriminação de qualquer ferido que recebia. A guerra os condenou a ser inimigos, mas seus corações os condenaram a amar no meio de uma fase cruel, cheia de dor e sofrimento.

Capítulo Um

Barrack Hospital, Meados de novembro de 1854, quartel turco de Scutari, Turquia
Anna enxugou o suor da testa com a manga de seu vestido manchado. A época do ano na qual estavam era de muito calor, coisa que se refletia em suas faces coloridas. Sentia-se suja e dolorida. Seu uniforme cinza, de lã grossa, estava totalmente desalinhado e o avental que usava, branco em outro momento, estava cheio de sangue e outros fluidos corporais nos quais não queria nem pensar. 
Nos cabelos, uma coifa branca, ridícula devido às circunstâncias, recordava que em algum momento seus cabelos estiveram penteados e presos, e não revoltos e grudados à cabeça e ao rosto como aparecia agora. Inspirou o ar tentando aliviar o cansaço que afligia seu frágil e magro corpo. Levou a outra mão aos rins esticando as costas como um felino se espreguiçando, enquanto a dor que sentia se refletia em seu delicado rosto.
O golpe surdo e seco dos atendentes turcos, ao deixarem cair ao chão o corpo inerte de um novo soldado, bem às suas costas, a sobressaltou e esqueceu-se novamente de todas as queixas de seu corpo para ajudar o novo combatente.
Estava há apenas quinze dias naquele quartel, que fazia as vezes de hospital central do corpo expedicionário inglês da Guerra da Crimeia6, apelidado como o Barrack Hospital, e já se arrependia de sua precipitada decisão de partir como enfermeira para aquela guerra entre aliados e russos.
Mas sua vida em Londres, condenada a um casamento de conveniência com um homem ao qual nem conhecia e destinada a viver confinada em uma casa realizando somente os trabalhos de mãe e esposa, prometia ser decepcionante. Sua decisão fora recebida com a forte oposição de seus pais e de sua irmã mais velha. Mas Anna possuía um caráter muito forte e tenaz e sua mãe bem sabia que não adiantaria tentar convencer do contrário a sua indômita filha. 
Assim, com o futuro da família assegurado pelo casamento de sua irmã mais velha com um conde, finalmente seus pais cederam, contrariados, aos seus desejos.
Virou-se para o soldado que jazia semi-inconsciente naquele escuro e sujo corredor e que estava estendido no chão balbuciando palavras ininteligíveis.
Por um momento, enquanto um oficial médico passava diante do ferido, hesitou em se abaixar para socorrê-lo. Mas, ao ver a indolência na cara do médico ao olhar para todos aqueles soldados e o que se passava ao longe como se não os visse, se abaixou junto ao jovem estendido sobre o chão sujo e frio. 
Aquele corredor era como uma grande sala infecta, úmida e com as paredes imundas, cheia de soldados meio nus, espalhados por toda parte, que inundavam não só o chão como também o ambiente com seu fedor asfixiante e seus gritos agoniados. 
Era um espetáculo horrível e triste, e também comovente. Todos estavam cobertos de barro e sangue. Deliravam, gemiam, amaldiçoavam, suplicavam e descansavam a cabeça, no melhor dos casos, sobre uma polaina ou algum trapo. Anna teve que espantar alguns ratos que, enfurecidos, reagiram se lançando contra o jovem tentando mordê-lo, até que conseguiu afugentar a todos. Inclinou-se levemente sobre ele, já que se achava ao seu lado, para comprovar seu estado, e ergueu a cabeça do jovem sobre seu colo.
— Soldado!

Veja vídeo do lançamento

5 comentários:

  1. Que história linda, chorei muito, a escritora realmente sabe como prender a atenção até o final, linda história de amor em meio a uma guerra que devastou um continente, suspirando e chorando 😗😭😭😭

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  2. Concordo plenamente estou chorando até agora muito envolvente uma história Que te prende Que faz você imaginar a guerra É todo aquele sofrimento e saber que ainda tinha amor esperança e muito mais. Recomendo é brilhante

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  3. Eu já li inúmeros livros desta página, tantos que já não posso contar quantos foram, sou fascinada por livros de romances. Desde o ano passado quando encontrei esta página, mas confesso que nunca deixei um comentário. No entanto, neste livro vou ter que deixar.... É o melhor livro disparado .... eu simplesmente AMEI. 😍😍

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  4. Ahhhhh mais uma coisa...... obrigada as revisoras ... fazem meus dias felizes !!!!
    Parabéns ...

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  5. Livro lindo. Esse livro te prende o tempo todo, a história é bem diferente porque todo o romance do Alex e da Anna se passa na guerra da Criméia, eles são inimigos mas isso não os impede de viver esse amor, o livro é lindo e emocionante, você fica com o coração na mão porque eles estão no meio da guerra onde ele está sempre indo pra frente da batalha, Anna é muito forte, fala o que pensa e decidiu viver aquele amor de forma plena, ela é uma ótima enfermeira, salvou a vida de Alex com seus cuidados e sua alma com o seu amor. Na parte final do livro eu estava chorando, obrigada a todas as tradutoras e revisoras por me proporcionar uma maravilhosa leitura. ❤

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!