27 de abril de 2018

O Jogo da Inocência

Sensual, erótico e elegante, O jogo da inocência transcorre na França no final do século XVIII, justo na véspera de um acontecimento histórico crucial, em uma época conhecida pela falta de moralidade dos costumes e pelas desigualdades sociais. 

Luís de Argenteuil, jovem ocioso e libertino, vê ameaçada a comodidade de sua vida, quando seu tio Eustáquio, farto de seu descuido e ante seu iminente novo matrimônio, decide retirar sua ajuda econômica. Luís terá ocasião de vingar-se seduzindo Helena Villiers, a futura esposa de Eustáquio. Uma moça singela e inocente, recém-saída de um convento, a quem ensinará toda classe de jogos carnais, sempre deixando, intacta, sua virgindade. Resguardar a virtude de Helena implicará um desafio para Luís, um descobrimento para Helena, e uma surpresa para ambos.

Capítulo Um

Luís Edmond de Argenteuil e Rochelle, Visconde de Tremaine, Cavalheiro da ordem de Saint-Sprit e Senhor de Valdecourt e Chenerailles, para citar somente alguns de seus muitos títulos, esperava com as mãos estendidas, que seu lacaio alcançasse a toalha com a qual secar o rosto, depois de sua higiene matutina. Na realidade o pano estava bem à sua direita e bastaria que Luís virasse ligeiramente para tê-lo a seu alcance, entretanto, preferia esperar que fosse Pierre quem o estendesse, para prosseguir com seu asseio. Nem sequer tratava-se de uma decisão pensada, era somente a força do costume. Luís secou-se com paciência e voltou a estender os braços para que Pierre vestisse-o com a camisa, a casaca e calçasse as meias e as bota O Jogo da Inocência – Marisa Sicilia 7 casaca mostarda, com festões dourados era magnífica e a palidez, dava um matiz ainda mais frio a seu rosto. Suas feições eram angulosas e não de todo formadas, já que Luís apenas completara vinte e um anos, mas em seu rosto juvenil e indolente já se destacavam algumas rugas. As pestanas loiras, claras e apagadas, os olhos de transparente íris azul pálida, o olhar com frequência acompanhado de soberba, mas vivo e inteligente. E sobre o conjunto destacavam seus lábios grossos e, a dizer de muitos, grosseiros, mais acostumados às caretas de desprezo do que aos sorrisos, entretanto manifestamente libidinosos e sensuais. Sim, Luís possuía justamente o aspecto com o qual pretendia mostrar-se. Um aristocrata jovem, ocioso, libertino e hedonista. E por acaso a vida foi feita para algo mais que seu desfrute? Não obstante, hoje não era um desses dias no qual Luís pensava tirar mais partido da vida. Tinha um encontro marcado com seu tio paterno e tutor legal, Eustáquio de Argenteuil, conde de Bearnes. Não era a ocupação com a qual preferia perder o tempo. O pai de Luís morrera pisoteado por um cavalo quando ele tinha três anos. A mãe fora levada pela tuberculose quando não completara nem os oito. Recordava-a vagamente vencida em seu leito, seu quarto estava sempre às escuras, cheirava a enfermidade e decomposição. Sua mãe chamava-o implorando, e pedia-lhe que se aproximasse, mas os acessos de tosse interrompiam-na, sufocava-se e cuspia sangue. Luís soltava-se da mão de sua aia para escapar para o jardim e O Jogo da Inocência – Marisa Sicilia 8 sentir, de novo, o calor do sol no rosto. Não recordava ter chorado nem quando a velha Manon comunicara sua morte.
Seu tio exerceu a tutoria com rigidez e distanciamento. Luís teve os melhores preceptores, severos e rigorosos, dispostos a pôr em prática o lema: a letra com sangue entra. O jovem Luís mal suportava as varadas e as pauladas, pois nunca fora aplicado nem dado ao estudo, e engolia as lágrimas o melhor que podia. Por fim, um dia, seus estudos foram dados por concluídos. Luís completou os dezesseis anos e como recompensa o tio cedeu-lhe a administração e o domínio do viscondado de Tremaine e atribuiu-lhe uma renda anual de três mil ducados. A vida começou então para Luís.


2 comentários:

  1. Meeeeeeeeuuuuuuu Deeeuuuuuusssssssss. Vou ter que ler. Mas já estou com um sentimento tão odioso com relação à este janota!!!!!! Vou ler e aí falarei se o entenderei... se o perdoarei... Vai precisar de muita emoção para eu apreciar este "mocinho"

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  2. Meeeeeeeeuuuuuuu Deeeuuuuuusssssssss. Vou ter que ler. Mas já estou com um sentimento tão odioso com relação à este janota!!!!!! Vou ler e aí falarei se o entenderei... se o perdoarei... Vai precisar de muita emoção para eu apreciar este "mocinho"

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!