16 de setembro de 2025

A Falsa Preceptora

Série Família Evans

Na balança moral da nobreza britânica, o orgulho de um canalha pesa mais do que o bom nome de uma dama... e Lady Daphne Webb acaba de descobrir isso. 
A única filha do Conde de Sutcliff desfruta de maiores privilégios do que os comuns, entre eles o prazer de prolongar sua vida de solteirona até que o amor cruze seu caminho. Sua recusa em aceitar a proposta do Barão Cowrnell a torna alvo de sua vingança, mas ela não está disposta a ser manipulada nem a permitir que os planos de um homem rancoroso governem seu destino. Ela prefere tomar as rédeas de sua vida, mesmo que isso signifique, com pequenas e inofensivas artimanhas, assumir o cargo de preceptora. O que poderia dar errado? David Evans soube assim que a viu, aquela preceptora bonita, falante e pouco ortodoxa não era a melhor escolha para seus irmãos. Aquela mulher era um perigo para todos, especialmente para ele! Com ela, não só sua estabilidade mental estava em risco, mas também seu protegido coração.

Capítulo Um

Inglaterra, 1863.
—Ah, o ego masculino é tão frágil! — Lady Daphne Webb ficou furiosa, pretendendo se jogar dramaticamente na poltrona francesa por um capricho exagerado. Em vez disso, seu traseiro se acomodou graciosamente, suas costas permaneceram retas e seu rubor realçou sua beleza inata.
Afinal, ela era uma Webb, e os Webbs eram lendários por sua boa aparência.
—Você ouviu isso, minha querida? — Elliot Spencer, Lorde Bridport, não era tão gracioso quanto Daphne. — Traga meus sais, acho que vou desmaiar... — Ele arrancou o leque da esposa, Miranda, e o brandiu com abandono exagerado. — Ele nos chamou de frágeis! Frágeis!
Lady Bridport tentou conter o riso, era inapropriada dada à verdadeira angústia de Lady Daphne.
Lorde Colin Webb, irmão mais velho da vítima, entrou na brincadeira.
— Pior! Para os nossos egos. Acho que entendo nas entrelinhas que ela está questionando a nossa superioridade. Eu também vou desmaiar...
O único que não se juntou a encenação foi Lorde Thomas, o mais novo dos irmãos Webb.
—Daphne, minha querida — interrompeu Lady Emily, esposa de Colin. A americana era doce e equilibrada, ao contrário de sua compatriota, Lady Miranda — você deve considerar isso um golpe de sorte... Não só fez bem em recusar o casamento com Lorde Cowrnell, como agora não há dúvidas sobre sua sabedoria...
—Nunca duvidei do meu bom senso! — retrucou Daphne, ofendida. Lorde Thomas pigarreou e a irmã se virou para ele, com o olhar flamejante. — Nem pense nisso... —ela o repreendeu antecipadamente. Ele podia ser o herdeiro do condado, mas ela era sua irmã mais velha e o lembraria disso se necessário.
—Eu nem sonharia com isso, irmã. — Mas um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.
—Tia Daphne, você está brava? — Davon, filho de Miranda e Elliot, aproximou-se dela. Daisy, a mais nova do casal, juntou-se a ele. Eles a examinaram atentamente.
—Acho que ela está triste — disse a menina.
—Não, não. Ela está furiosa, entende? — As mãos do garoto Spencer pousaram nas faces de Lady Daphne. — As bochechas dela estão queimando... — e ele as beliscou de leve. Daphne riu, e um pouco da fúria diminuiu. As crianças do casamento Bridport eram a luz dos seus olhos, sem parentes consanguíneos, ela se apropriou dos filhos dos viscondes para mimá-los.
—Você tem razão, Davon. — Sentou Daisy em seu colo. O menino já era “grande”, conforme ele alardeava, para aquele tipo de carinho com a tia. — Estou furiosa, e você... suas mãos estão pegajosas. E você comeu mais doce do que sua mãe permite?
—Não... —Daisy mentiu alisando uma ruga imaginária em seu vestido bufante.
—Ah, graças a Deus. Quase pensei que alguém tivesse descoberto meu estoque secreto de doces. É impossível imaginar que alguém jamais acreditaria que eu fui esperta o suficiente para escondê-lo no vaso azul do escritório do Conde de Sutcliff... Ops... — Ela cobriu a boca. Davon e Daisy correram imediatamente para o escritório para pegar os doces e irritar o conde, Lorde Arthur Webb que, assim como Daphne, compensava a falta de filhos Webb com os filhos Spencer.
—Eles são diabinhos lindos — comentou Emily.
— Diabinhos sim, lindos... — queixou se Miranda. — São uma dor de cabeça — Seu sorriso desmentia suas palavras, e o olhar mal disfarçado de Elliot na direção do espartilho não tão apertado da esposa, deixava claro que a raça dos diabinhos planejava se expandir nos próximos meses.
—Claro que são lindos, minha querida — Lorde Bridport era um pai orgulhoso demais para permitir tal insulto — graças a você, é claro. Caso contrário, o sangue Spencer não seria diluído...
Todos soltaram uma risadinha, não era apropriado participar da zombaria de uma das famílias mais poderosas da Inglaterra. O único capaz de fazê-lo era Lorde Bridport, porque ele pertencia a ela, até mesmo o Conde de Sutcliff, com seu dinheiro e conexões, teve o cuidado de não ofender o Duque de Weymouth, pai de Elliot. Uma tarefa difícil, porque o homem se ofendia com muita facilidade, nada parecia corresponder à sua linhagem, nem seu filho, muito menos sua nora americana, nem seus netos. Elliot estava parcialmente certo, o sangue Spencer era forte, tanto que se dizia que todos os ruivos da Inglaterra pertenciam à família, exceto pelo atual Lorde Bridport, os Spencers eram conhecidos por seus cabelos ruivos e seus casos extraconjugais que deixavam uma ninhada de bastardos por geração. Elliot tinha primos reconhecidos e não reconhecidos, tios com seu sobrenome e tios com sobrenomes da criadagem... até mesmo na sociedade, “certos filhos de certos nobres” ostentavam o inconfundível cabelo e sardas Spencer. O surpreendente era que, até então, os bastardos do Duque de Weymouth eram desconhecidos, e Daphne tinha certeza que existiam, aparentemente, Sua Graça aprendera com os erros do passado e mantinha seus pecados bem escondidos da Casa Hamilton, a principal mansão do ducado.
—De qualquer forma — continuou Emily — Davon está certo. Você está brava, não triste, porque sabe que fez a coisa certa. Lorde Cowrnell provou ser um idiota, um covarde e, acima de tudo, um péssimo perdedor.
—Sim, sim. Eu já conhecia todos os traços do caráter dele, mas... — Lady Daphne se deixou levar pela fúria — apostar dez mil libras em quem se casar comigo nesta temporada? Vão me deixar louca!
—Já estavam te deixando louca — comentou Miranda. — Você recebe cerca de cinco propostas de casamento por temporada, e duas fora dela. São cerca de sessenta e três propostas desde que você foi apresentada à sociedade... não deve haver muitos homens em Londres que você não tenha rejeitado.
—Não invoque a desgraça!









Série Família Evans
1-A Falsa Preceptora

8 de setembro de 2025

A Sedução Vingativa do Highlander

Série Sedutoras das Terras Altas

Ele a culpou pela morte de seu irmão, ela o culpou por partir seu coração...
A inocência e a culpa podem compartilhar a mesma face…Todos os problemas de Donal começaram no dia em que seu irmão tirou a própria vida. Em sua mão segurava uma carta de rejeição e um lenço. A perda prematura deixou sua família em luto.      Para o mundo, foi uma morte infeliz por causas naturais, mas Donal sabia que não era verdade. O irmão dele tirou a própria vida, e uma mulher foi a responsável. Agora, ele está em uma missão para encontrar a destruidora de corações. Suas pistas o levam à terra dos MacMillan e a duas mulheres que Donal conhece muito bem: as filhas de seu mentor. Uma é pouco mais que uma garota inocente, a outra, uma sedutora. E pior ainda, uma sedutora com o coração partido…Como Donal descobrirá a mulher que levou seu irmão ao suicídio? E como ele evitará cair na mesma armadilha?

Capítulo Um

Ronald estava morto.
Não havia nada que Donal pudesse fazer além de assistir enquanto enterravam seu irmãozinho, e até assistir estava se mostrando difícil. Dentro de si, ele só conseguia sentir um vasto vazio. Era o nada que só vinha quando as emoções eram demais para suportar; quando uma mente humana alcançava seus limites e só conseguia se desligar para se proteger.
Donal não chorou. Ele não derramou uma única lágrima. Ele vomitou, no entanto, correndo para o mais longe possível do funeral antes que seu estômago começasse a se revoltar contra ele. A visão de seu irmão morto era insuportável.
Depois do funeral, tudo o que ele conseguiu fazer foi beber, chegando perto de se juntar ao irmão na vida após a morte. Levou seis meses para ele parar de beber, e quando o fez, sabia que não conseguiria ficar naquelas partes nem por mais um minuto.Ele também sabia para onde tinha que ir: Castelo Sween, o lugar onde tudo havia começado. Na memória de Donal, o Castelo Sween era algo maravilhoso. Ele se lembrava dos muros de pedra do castelo, elevando-se sobre as terras ao redor de Knapdale, das grandes janelas nas torres com vista para Loch Sween, e da grama verde aparentemente infinita que cobria o chão todo verão.Donal tinha apenas vinte anos de idade quando esteve lá pela última vez, seis anos antes, treinando sob o comando do General do clã MacMillan. Seu pai insistiu que ele e seu irmão mais novo, Ronald, passassem meses no Castelo Sween como preparação para seus deveres futuros: as responsabilidades de Donal como laird e os deveres de Ronald como seu braço direito.
Para Donal, treinar sob um homem tão habilidoso com uma vasta experiência em batalha foi um presente pelo qual ele seria eternamente grato. Ele havia aprendido tudo o que sabia daquele homem, e todo aquele conhecimento que havia reunido era o que um dia o tornaria o tipo de laird que seu clã, Clã Cameron, merecia.
Donal desejou poder dizer que tinha sido o mesmo para seu irmão, que ele tinha se tornado um homem sob a supervisão e orientação do General, mas a verdade era que Ronald nunca tinha passado dos vinte e quatro anos. Ele nunca teve a chance de florescer no homem que ele deveria se tornar, nunca teve a oportunidade de crescer e tomar seu lugar no clã ao lado de Donal. A morte o levou jovem, aproximando-se dele mais cedo do que qualquer um poderia esperar. Seu coração parou, sua família contou a todos. O clã Cameron ficou de luto por semanas pela perda do filho amado do laird, o desperdício de sua jovem vida pesando sobre eles. Donal tinha provas da causa real da morte de seu irmão, no entanto, e não era seu coração; ou talvez fosse, de certa forma. O coração de Ronald tinha cedido por causa de uma mulher cruel e traiçoeira, e a tristeza que o engolfou o levou a tirar a própria vida. Donal foi quem encontrou Ronald, deitado no chão do quarto com um lenço firmemente agarrado em uma mão e uma pequena lâmina na outra. Havia tanto sangue; ele se acumulou ao redor do corpo, espalhando-se pelo chão. A lembrança revirou seu estômago.
Era uma visão que nenhum irmão mais velho deveria enfrentar.
O resto era um borrão na mente de Donal daquele dia. Ele se lembrava de pegar o lenço da mão de Ronald, manchado com seu próprio sangue, e ler as iniciais que estavam bordadas no linho macio. VM, as mesmas iniciais que estavam assinadas no final de uma carta que ele encontrou na mesa de Ronald, amassadas como se seu irmão a tivesse lido um milhão de vezes.
O próprio Donal sabia aquela carta de cor, tendo-a lido várias vezes, tentando entender o que havia acontecido com seu irmão, o que era tão terrível a ponto de levá-lo a tirar a própria vida.

Ronald,
Não desejo vê-lo novamente. Você é um tolo por pensar que eu poderia amar um homem como você, um idiota afetado e de alma fraca. Eu o desprezo total e completamente.
Toda vez que você saía da minha vista, eu começava a rir, pensando em todas as promessas que você me fez para o futuro.
Não haverá futuro entre nós. Eu só fingi te amar para que você fizesse o que eu dissesse, o que só serviu para me fazer rir mais...


Série Sedutoras das Terras Altas
1- A Sedução Vingativa do Highlander 

1 de setembro de 2025

3- Uma Professora Ousada

Série Quatro Destinos

Sarah Stone, filha do Visconde Odcliffe, sempre foi uma jovem amorosa que obedecia aos desejos da família. 
Ela teve uma vida feliz e plena até que o homem por quem se apaixonou partiu seu coração e a abandonou, sem nenhuma explicação. Mas agora seu pai quer que ela pare de viver com essa dor e se case com o homem menos indicado. Sarah se recusa a viver o resto da vida com aquele homem falso, então encontra uma maneira de partir secretamente. Ela tem um motivo muito poderoso, chamado Lewis Banfield, a quem deseja ver pessoalmente para que possa finalmente lhe contar por que a abandonou quando estavam noivos. Lewis Banfield, Conde de Blubourne, deixou seu país porque carrega nas mãos o sangue do próprio irmão, que morreu quando ambos brigavam pela mesma mulher. Lewis foi incapaz de encarar a mulher que amava de todo o coração e com quem estava prestes a se casar. Então, ele escolheu partir e fugir como um covarde, carregando em seu coração a esperança de que um dia sua mente esqueceria todo aquele infortúnio e a infelicidade que causou. Mas ele não contava com a teimosia de uma mulher que o procuraria por todos os cantos do mundo até descobrir a verdade e ver por si mesma que o homem que tanto amava já não sentia mais o mesmo por ela.

Capítulo Um

Sarah precisava sair dali. Londres havia se tornado um lugar terrivelmente chato, mas acima de tudo sufocante. As mesmas pessoas todos os dias, as mesmas fofocas e a mesma rotina de sempre. E a cereja do bolo era pensar nele, onde estaria e se já tinha uma vida com outra pessoa, enquanto ela não conseguia esquecê-lo. Ela estava praticamente morrendo em vida naquele lugar onde todos sabiam do seu fracasso com Lewis. “Eu preciso ir, eu preciso sair daqui!", gritava sua mente. Uma batida na porta e a voz do pai a tiraram de seus pensamentos. 
— Filha, posso entrar? 
— Sim, pai. Entre, — estampou um sorriso falso em seu rosto. Richard Stone entrou na sala com a postura imponente que todos na família conheciam bem. 
— Eu queria falar com você sobre algo importante. 
— Posso falar primeiro?, — perguntou ela, ansiosa. Seu pai franziu a testa, mas a deixou falar.
 — Muito bem, filha. O que você quer dizer com tanta urgência? 
— Quero viajar. Talvez para um lugar distante. — Ela se virou para olhar pela janela e não ver o rosto do pai. 
Ele a encarou, confuso. — Ai meu Deus, lá vamos nós de novo. Por quê? Você já fez nove viagens nesses anos. 
— Bem... preciso clarear a mente um pouco e pensar. 
— Aqui você pode pensar o quanto quiser, ou na casa de campo, e não sai tão caro. 
— Mas, pai... 
— Filha, você sabe que a atendo em tudo o que você pede, mas já faz muito tempo, e eu lhe dei todas as oportunidades do mundo para escolher entre os diferentes cavalheiros que a cortejaram. No entanto, não vou esperar mais, — disse ele sem rodeios. — A última coisa que eu quero é ter uma filha solteirona quando também é uma das maiores beldades das últimas temporadas. Não houve uma única jovem que possa superá-la em elegância e classe, e mesmo assim você insiste em não querer nada com ninguém. 
Sarah tentou fazê-lo entender. — Pai, peço que tenha paciência. Não é fácil esquecer tudo magicamente. 
— Você já teve tempo suficiente para isso. Não é a primeira nem a última jovem a quem algo assim acontece e que, em seguida, consegue um casamento excelente e feliz. Além disso, recebi uma carta do Conde de Eggingcott, informando-me das sérias intenções de seu filho Claydon com você. Ele diz que ficou muito impressionado desde que a viu, mas, apesar de todos os sinais de interesse que demonstrou você não parece sentir o mesmo. 
— Não é minha culpa que eu não goste dele. 
— É porque você não se dispôs a fazer a sua parte. — Agora, seu tom era mais irritado do que compreensivo. — É por isso que decidi tomar as rédeas da situação. Ele é o homem perfeito para você. Ela se virou rapidamente. 
— O que isso quer dizer?
 — Significa que ele é o homem certo para a filha de outro conde. Ele também tem excelentes contatos, sem mencionar uma fortuna maior que a nossa.
 — Lewis também tinha uma, e era muito maior que a dele.
Seu pai, que se mantivera calmo até então, perdeu a paciência. 
— Mas ele não está aqui! Te deixou sozinha no meio de um noivado e foi para Deus sabe onde!, — gritou com raiva, assustando-a. 
— Não precisa se exaltar tanto, — aconselhou ela, temendo por sua saúde.
 — Não quero mais falar sobre isso. Não gosto de falar sobre ele ou sua família. Quero que você se concentre em seu futuro noivado e casamento com Claydon. 
— Mas, pai!
 
3- Uma Professora Ousada

24 de agosto de 2025

A Rainha de Frederick

 Série Clã Graham

Não pode haver luz sem escuridão, nem esperança sem desespero, nem amor sem dor de cabeça.
Algumas cicatrizes não podem ser vistas ...Quando o belo Frederick Mackintosh se oferece para casar com Aggie McLaren, ela tem certeza de que é a ganância ou a insanidade que o motiva. Além da terra e da chance de ser Laird, ela acredita que não tem mais nada a oferecer. Ela logo descobre que nada poderia estar mais longe da verdade. A esperança que ela pensava há muito perdida floresce com a bondade de seu marido, sua honra e a determinação feroz de tornar seu casamento e seu clã um sucesso.
Às vezes, a perfeição é imperfeita...Aggie McLaren não é a imagem da esposa perfeita de Frederick Mackintosh. Ela não é culta, vivaz ou voluptuosa. Pequenininha, tímida e incapaz de falar, é um vislumbre do sorriso dela e da chance de ser Laird de seu próprio clã que o leva a pedir a mão dela. Frederick fará o que for preciso para vê-la sorrir novamente e ajudá-la a encontrar a voz.

Capítulo Um

Frederick Mackintosh ajoelhou-se diante do altar da pequena igreja. O sol do fim da manhã entrava pelas janelas e pela porta, trazendo consigo uma agradável brisa de verão e o som do riso das crianças.
Um ano atrás, o som de crianças rindo e brincando não teria tocado seu coração com tanta força. Muitas mudanças haviam ocorrido na fortaleza de Graham nos últimos seis meses. Mas essas mudanças eram leves em comparação com as mudanças que ocorriam no coração de Frederick.
Seu chefe, Rowan Graham, havia se casado com uma bela e impetuosa mulher de cabelos ruivos, logo após o Hogmanay. Rowan e Arline haviam se estabelecido confortavelmente na vida de casados. Quaisquer preocupações anteriores sobre a capacidade de Arline de conceber foram dissipadas há poucos meses, quando Rowan e Arline anunciaram que ela estava grávida. Ninguém ficou mais feliz com essa notícia do que a filha de cinco anos de Rowan, Lily, nascida de seu primeiro casamento. A pequena Lily queria muitas irmãs e expressava sua opinião sobre o assunto com bastante frequência.
O número de homens do Clã Graham havia aumentado em quase trezentos em janeiro. Os recém-chegados eram das terras baixas, acostumados a um modo de vida menos estruturado e menos honrado. Ainda assim, eram gratos pelo lar que Rowan lhes oferecera.
Foi o amor que Rowan e Arline demonstravam abertamente um pelo outro que começou a fazer Frederick questionar seu futuro. Frederick nunca havia pensado muito em ter esposa e filhos. Ele estava ocupado demais aproveitando a vida de solteiro para pensar em qualquer outra coisa além de seus hábitos de beber e prostituição.
Mas ver como Rowan havia passado de uma vida tão solitária para uma vida repleta de contentamento, felicidade e esperança no futuro fez Frederick parar para pensar. Ele estava se aproximando dos trinta verões. Talvez fosse hora de pensar nessas coisas.
Era por isso que ele estava na igreja. Ele estava rezando por uma esposa. Sim, ele ficou chocado quando se descobriu algumas semanas atrás. Era como se alguém estivesse sussurrando em seu ouvido: Frederick, você precisa de uma esposa.
A princípio, ele fizera o possível para ignorá-la, para lutar contra a voz até o fim. Tentou galantemente absorver os murmúrios fracos que saíam de sua cabeça. Partiu em uma escapada devassada e embriagada de quatro dias. A história de suas façanhas, sem dúvida, viveria mais do que ele.
Mas foi tudo em vão. Não importava quanto uísque ele consumisse ou quantas moças levasse para a cama, a voz continuava lá. Incessante, implacável e cada vez mais alta. Frederick, você precisa de uma esposa.
Brigar não ajudou. Lutar também não ajudou. Beber e se prostituir também não ajudou. A voz ainda estava lá. Frederick, você precisa de uma esposa.
Quando nenhuma de suas palhaçadas mais vis funcionou para exorcizar a voz, ele decidiu que talvez devesse rezar. Talvez, se rezasse o suficiente e com força suficiente, conseguisse fazer a voz maldita sair da sua cabeça. Então, ele foi para a igreja.
Duas horas depois, ele percebeu que rezar para que a voz desaparecesse era inútil. Talvez fosse Deus, ou um dos mensageiros de Deus, falando em seu ouvido. Talvez fosse hora de parar de beber e farrear e se concentrar em um futuro mais estável. Essa percepção o atingiu com tanta força que quase o deixou sem fôlego. Ele, Frederick Mackintosh, casado e com filhos? Sim, aparentemente era a intenção de Deus.
Sendo o sétimo dos nove filhos de John Mackintosh, Frederick não tinha esperança de algum dia se tornar chefe do clã de sua família. Embora sempre tivesse desejado secretamente ser chefe dos Mackintosh, sabia que as chances de isso acontecer eram praticamente nulas. Ele viera morar entre os Graham há mais de sete anos, percebendo que não era realmente necessário entre os Mackintosh.


Série Clã Graham
1- A Dama de Rowan
2- A Rainha de Frederick
Série concluída

A Dama de Rowan

Série Clã Graham

Ele construiu paredes impenetráveis ao redor de seu coração…A Peste Negra não mostrou piedade quando levou a linda esposa de Rowan Graham. Deixado para criar a filha sozinho, Rowan pretende cumprir as promessas que fez a Kate em seu leito de morte – exceto uma. Ele não daria seu coração a outra mulher.
Ela vai derrubá-las…Lady Arline não teve sorte no amor e no casamento. Seu primeiro marido tinha idade suficiente para ser seu bisavô e o último foi simplesmente cruel. Uma vez anulado seu casamento com Garrick Blackthorn, Lady Arline está determinada a viver o resto de sua vida em paz e harmonia. E viveria seus dias sozinha.
O destino tem outro plano…Quando sua filha é sequestrada e mantida sob resgate por Garrick Blackthorn, Rowan convoca o vínculo dos sete clãs para ajudar a resgatar sua filha. Mal sabe ele que a esposa de seu inimigo está cuidando de sua filha, arriscando a própria vida no processo. Lady Arline não percebe que a criança sequestrada pertence ao homem de seu passado, um homem que invadiu seus sonhos durante anos, até a noite em que ele vem buscar sua filha…O destino os une – mas os homens podem simplesmente separá-los.

Capítulo Um

Escócia, outono de 1354
— Você me ama?
Lady Arline sentiu os joelhos amolecerem. Seu estômago se agitou de desconforto ao olhar nos olhos azuis escuros daquele que era o seu marido havia três dias, Laird Garrick Blackthorn de Ayrshire. Ela não estava certa se era a pergunta que a inquietava, ou o olhar frio e sem expressão que o rosto dele apresentava quando ele perguntou. Ela engoliu em seco, desejou que as pernas e o estômago se acalmassem, e decidiu que a honestidade era sempre a melhor política.
— Tenho certeza de que eu poderia aprender a amá-lo, Laird. — Ela orou para que não soasse tão tola quanto se sentia.
Laird Blackthorn de Ayrshire era um homem muito bonito. Alto, esbelto e bem musculoso, ele era uma cabeça mais alto do que Lady Arline. Os cabelos loiros cortados curtos emolduravam um rosto mais do que belo. Lady Arline imaginou que a maioria das mulheres desmaiaria se ele escolhesse agraciá-las com um olhar daqueles olhos azuis escuros. E, caso os olhos não provocassem o desmaio, então talvez os músculos que palpitavam sob a sua túnica apertada bastariam.
Verdade seja dita, Lady Arline quase desmaiou ao vê-lo pela primeira vez, três dias antes. Eles foram apresentados apenas momentos antes de trocarem os votos de casamento. Havia sido tudo o que ela podia fazer para não pular de alegria por seu marido não só ter uma idade bem próxima à sua, mas também ser bonito.
Ele exalava poder, virilidade. Talvez, finalmente, existissem filhos em seu futuro.
Após a morte de seu primeiro marido, Lady Arline jurou que nunca mais seria ludibriada em outro casamento arranjado. Mas o pai dela, que Deus o abençoasse, foi bastante insistente para que ela desse outra chance ao casamento. Ela resistira ao pai até o momento em que viu Garrick Blackthorn pela primeira vez.
Havia algo, algo que ela não conseguia definir, algo nos olhos azuis de Garrick... eles guardavam alguma coisa. Mas, o quê? Um segredo, talvez? Ela ainda estava incerta, o que a deixava ainda mais nervosa. O que quer que fosse, achava difícil impedir que as suas pernas e os seus dedos tremessem. Apertou as mãos firmemente na frente do corpo e tentou pelo menos parecer não estar completamente aterrorizada.
Talvez fosse a antecipação do que estava por vir naquela sua primeira noite em sua nova casa como esposa dele. O marido ainda não tinha encostado um dedo nela, exceto pelo casto beijo no altar, três dias antes. Ele mal falara uma palavra para ela durante a viagem de Lochbraene para Ayrshire.
Ela se perguntou se, por acaso, ele também estava tão nervoso quanto ela.
Ela tinha dúvidas a esse respeito. Um homem tão atraente quanto Garrick Blackthorn deveria ter certamente uma boa dose de experiência com mulheres e o amor. Não, não poderia ser nervosismo que ela viu nas profundezas daqueles olhos escuros.
Era outra coisa.

  Série Clã Graham

1- A Dama de Rowan



18 de agosto de 2025

O Profundo Desejo do Highlander

Série Marinheiros Highlanders
Ele tem alguns dias antes que seu amor afunde no oceano para sempre...
Após a morte de um parente distante, os Tavinishes devem viajar para a propriedade que herdaram para reivindicá-la. Uma tarefa aparentemente fácil, se ao menos o mar do Norte não estivesse entre eles e seu destino, seria... Dinamarca! Lady Anna, a irmã de Lord Tavinish está sempre ansiosa por aventuras, então se oferece para a jornada imediatamente. Embora seja surpreendentemente bonita, Anna ainda não é casada e não tem obrigações. Assim, o Lord concorda com uma condição; ela deve ser escoltada. Mas uma surpresa aguarda a jovem moça, pois entre seus companheiros está Harold, que é um pouco mais que um amigo e um pouco menos que um amante para ela... Ao vê-lo, o coração de Anna pulsa um pouco mais. Os dois vêm escondendo seus sentimentos um pelo outro há anos, e no espaço apertado de um pequeno navio, o severo e durão Harold ficará cara a cara com seus desejos ocultos. Sabendo que Anna está bem além de seu alcance, Harold tenta de todas as maneiras imagináveis mantê-la fora de sua mente até que o capitão do navio aproxima-se dela. Louco de ciúmes, Harold tenta mostrar que o homem não tem sentimentos reais e está apenas tentando tirar vantagem dela. Mas preso no que ele pensa ser uma conspiração, Harold coloca a vida de todos em perigo e perde a confiança de Anna. Se não encontrar uma maneira de reverter a situação logo, perderá muito mais do que o coração de Anna, pois o navio está caminhando para a ruína desde o momento em que deixaram o porto...

Capítulo Um

—Oh, não! — Anna sabia que havia algo errado no momento em que viu a carta. A família na Dinamarca raramente escrevia para ela, a menos que houvesse algo errado. Ela não os conhecia muito bem, mas sabia que eles eram gentis e reservados. O fato do selo dinamarquês parecer um pouco surrado e molhado lhe disse que talvez uma tragédia viesse com essa nota aparentemente inocente.
—O que foi? — Hannah percebeu a aflição da irmã e foi até ela imediatamente. Anna colocou o dedo sob o selo para quebrá-lo e então começou a ler a carta.
—É como eu temia—, ela respondeu. —Lorde Terrence morreu.
—Morreu? — Hannah disse. —Mas... eu pensei que estava tudo bem com ele? Quer dizer, eu sei que já faz algum tempo que não ouvimos nada dele, mas..
—Eu sei que você nunca o conheceu—, Hannah disse. —Eu só o conheci uma vez, quando eu era muito jovem… mas pelo que eu lembro das histórias do pai, ele nunca foi muito saudável.
—Mas parece tão repentino—, Hannah respondeu. —Não ouvimos nada da Dinamarca por quase um ano, e então isso? Eles não deveriam ter nos enviado uma carta dizendo que ele estava doente?
—De qualquer forma—, respondeu Anna, —temos que ajudar Reginald com todo o trabalho necessário, pois herdamos a propriedade.
—Que propriedade herdamos? — Seu irmão Reginald desceu as escadas confuso.
Embora Reginald fosse mais novo que Archibald, era quem administrava a propriedade na maioria dos dias. Archibald havia escolhido uma vida diferente: uma vida no mar, devido a uma doença de infância que todos tinham certeza que o mataria quando chegasse à idade adulta. Embora seu irmão estivesse vivo e bem, Anna foi lembrada de que haveria um futuro em que Reginald seria realmente o lord, e isso seria difícil. Não que ela não gostasse de Reginald, pois gostava dele o suficiente. Archibald, no entanto, entendia todos os motivos dela, e Reginald ficava frequentemente perplexo com ela.
—A propriedade na Dinamarca...— Anna entregou-lhe a carta. —Lorde Terrence morreu.
—Oh, meu Deus, — Reginald disse, enquanto o examinava. —Sim, você está certa. Nós herdamos sua propriedade, assim como seus parentes vivos mais próximos. A propriedade em que ele não morava
—Ele não morava lá? — Hannah perguntou, confusa. —Ele estava secretamente aqui?
—Não, ele apenas preferiu ficar perto do mar, e esta carta diz que tinha um amigo gentil que ofereceu sua propriedade perto do fim. Também diz que não recebeu pessoas na propriedade por um ano.
—Em um ano? Deve estar uma bagunça.
—Sim, deve estar. Imagine a poeira e as teias de aranha.
—O que você está pensando em fazer com isso, se fosse realmente nosso?
—Se eu for honesto com você, eu gostaria de saber o estado dela antes de pensar no que fazer com ela. Se eu quiser emprestá-lo, ou se eu quiser mantê-lo como uma casa de família, teria que estar em condições razoáveis
—Podemos convidar alguém de lá? — Hannah perguntou.
Anna balançou a cabeça. —Não. As únicas pessoas a perguntar são as pessoas que se beneficiariam de Reginald fazendo tal coisa, como servos ainda procurando emprego ou vizinhos que querem que tomemos posse sem ver. Precisamos de alguém que conhecemos e confiamos.
—Eu conheço e confio em você, querida irmã—, disse Reginald.
Anna olhou para ele surpresa. —Você quer que eu vá para a Dinamarca? Reginald, isto é…
3- O Profundo Desejo do Highlander
Série concluída

11 de agosto de 2025

Príncipe das Trevas das Terras Altas


O passado os mudou, mas seus corpos ainda lembram...
O que vai, volta… com a cara do diabo. May McIver conheceu o amor de sua vida bem cedo. Mas quando seu pai, o Laird, o manda para o exílio, tudo o que ela pode fazer é recusá-lo e permanecer leal ao seu clã e ao seu dever. Mesmo que a escolha de não o seguir parta dois corações em pedaços.E nenhum deles jamais será o mesmo. Iain era um soldado órfão do clã MacIver. Mas hoje ele é apenas Diabhal e certamente ninguém com quem se possa mexer. Todos os seus sentimentos e afeição estão agora mortos e enterrados, nas profundezas do solo do castelo McIver. Mas os demônios do seu passado ressurgirão das ruínas… Em breve, Diabhal terá uma segunda chance de se vingar da mulher que o empurrou para o lado negro. E, dado seu passado pecaminoso, esta será a mais fácil de suas missões. Enquanto tudo se desenrola de acordo com seu plano tortuoso, uma conspiração contra ele muda as regras do jogo. Como ele cumprirá seu propósito? E como May poderá encontrar o homem que um dia amou por trás do Diabhal em que ele se tornou?

Capítulo Um

May não se importava com o barulho das suas botas batendo nas pedras do corredor. O castelo fervilhava de atividade no auge da luz do dia de verão, mas o burburinho do lugar só deixava May com uma forte sensação de pavor.
Ela correu pelos corredores do castelo, apertando os braços contra o peito, apesar do calor do dia. May sentia o coração disparado e engoliu em seco ao virar o corredor rapidamente, tomando cuidado para não esbarrar em nenhum dos criados apressados que vinham na direção oposta.
— Desculpe — ela murmurou, enquanto andava ainda mais rápido e esbarrava no ombro de uma criada.
May podia ouvir os sussurros dos criados que a seguiam pelo corredor, todos fofocando sobre o que a faria estar com tanta pressa.
Não era segredo que seu pai estava doente. May sabia que a notícia se espalhava entre os funcionários do castelo sem parar, como um rio que não tinha nada para deter sua correnteza.
— A notícia é verdadeira? — perguntou May, ao entrar na sala.
A cena à sua frente parou assim que ela entrou. May olhou ao redor e viu que havia um curandeiro ao lado da cama de seu pai e vários criados espalhados pelo quarto.
— Deixem-nos — disse Alistair, erguendo a mão debilmente. Ela estremeceu ao ver o quanto seu pai havia enfraquecido, mas não foi o suficiente para abafar sua raiva.
May esperou o clique da porta antes de falar novamente.
— Quero saber se é verdade.
— O que é verdade, May? — ele questionou, e sentou-se lentamente, dolorosamente lento.
— Soube da notícia. Você vai me casar com um estranho e decidiu contar para o reino inteiro antes de me contar? — May disparou.
— Estou fazendo o que é melhor para o nosso clã — respondeu Alistair.
— Eu sei que as finanças estão ruins. Só não imaginei que você me casaria tão cedo. Fiquei surpresa ao descobrir isso por outras pessoas.
— Sinto muito que você tenha tido que ouvir isso dos outros, mas você sabe que isso aconteceria um dia. Um casamento de conveniência manterá nosso clã vivo.
May sabia que esse era seu destino, mas isso não tornava a tarefa mais fácil.
— Não posso fazer isso, não com a situação atual em que nos encontramos — seu pai balançou a cabeça.
— E fazendo isso, salvarei o clã? — May perguntou em um tom mais baixo.
— Sim, minha filha. Você vai fazer algo que vai ajudar a todos nós, eu prometo. Nossos fundos estão acabando, e eu não posso aumentar os impostos de novo, isso vai arruinar o nosso povo.
— Pai, o senhor está doente demais para tomar tais decisões. Já consultou seus conselheiros sobre isso?
— Sim, e me disseram para casar você em um casamento forte. Um que financiará nossas terras e nos permitirá prosperar novamente — Alistair tossiu enquanto falava.
May assentiu com a cabeça ao ouvir as palavras do pai. Ela sabia que um momento como esse iria acontecer, entretanto não estava preparada para isso.
— Gostaria que houvesse outra maneira — ela suspirou.
May notou que a tosse do pai não passava. A tosse persistia e o som ecoava pela sala, interrompendo a conversa sem piedade. Suas sobrancelhas estavam franzidas, a pele um pouco mais pálida do que o normal, e havia uma quantidade considerável de suor em sua testa.
— Curandeiro! 
 

5 de agosto de 2025

Doutora do meu Coração

Série Quatro Destinos

Margareth Dawson renunciou aos homens, optando por se dedicar à profissão de médica. 
Mas isso não tem sido fácil, porque no mundo dos homens, uma médica é vista como piada. No entanto, um dos proprietários do Rancho 4D lhe enviou uma carta solicitando seus serviços, e ela se vê viajando milhares de quilômetros para Montana. Lá, ela será a médica do rancho dele e dos ranchos vizinhos, já que ficam bem longe da cidade. Mal sabe ela que lá, encontrará um homem que virará seu mundo de cabeça para baixo. Edward Allen é um homem pacífico e quieto que só quer trabalhar em seu rancho e progredir, e se a sorte permitir, encontrar uma boa mulher que o ame e compartilhe uma família com ele. Mas a vida tem seus próprios planos, e ele conhece Margareth, uma mulher que à primeira vista parece pedante, mas que também é segura de si, confiante, independente e tão evasiva quanto um beija-flor. Mas há inimigos rancorosos e situações perigosas que testarão seu amor. Depende somente deles vencer o jogo.

Capítulo Um

Margareth conversava com a mãe sobre o futuro, mas não estava conseguindo muito fazê-la entender a maneira como ela via as coisas.
— Mãe, por favor. Estou apenas fazendo o que a senhora me ensinou por anos. Você queria que eu fosse uma mulher independente, sem medo de desafios, mas agora que estou agindo assim, você não concorda.
— Maggie, fico mais do que feliz que você seja independente, mas ir sozinha para terras selvagens, onde pode ser sequestrada por índios ou bandidos, é desproporcional, minha filha, — disse a mulher, abanando-se, como se pudesse ter uma convulsão a qualquer momento.
— Pelo amor de Deus, não exagere! Não vou a qualquer lugar; vou para uma das maiores fazendas de Montana. Tenho um emprego me esperando lá como médica, algo que não é fácil de conseguir hoje em dia.
— Eu sei. Sei que a ideia de uma mulher poder ser médica é algo que deixa mais de um homem à beira de um ataque, e me sinto tremendamente orgulhosa, filha. Mas continua sendo uma dama, e há coisas que um homem faz melhor, como se defender se alguém o agride fisicamente.
Margareth ia argumentar, mas não queria colocar mais lenha na fogueira. — De qualquer forma, o dono da fazenda, o Sr. Arnold, providenciou que me busquem na estação e me levem imediatamente para a fazenda. Quando estiver lá, estarei dentro da fazenda, cercada por muitos homens que poderão me defender se algo acontecer.
Sua mãe olhou para ela alarmada. — Haverá algumas mulheres, imagino.
— Claro, mãe. A esposa do Sr. Arnold, a filha dele e alguns funcionários estarão lá, pelo que entendi.
Sua mãe abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas interrompeu. — Por favor, não me faça mais perguntas, porque não tenho todos os detalhes. Não era uma carta de vinte páginas; era apenas uma confirmação de que o emprego era meu e das coisas mais importantes que eu precisava saber.
— Ainda acho que você poderia ter mais sorte como médica no Canadá. E também poderia conhecer um bom homem; um cavalheiro digno de você, com quem poderia começar uma linda família.
— Ah, mãe! Não vamos voltar a isso. Você sabe que não estou interessada em me casar.
— Margareth Cecilia Dawson! Não ouse me dizer isso de novo — suas mãos foram ao peito como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco — Eu quero netos, e você não pode me negar esse desejo, não a mim. Não à sua mãe!
— Mãe!
 

Série Quatro Destinos
2- Doutora do meu Coração

29 de julho de 2025

Arrebatada pelo Highlander

Uma prisão escura abriga o amor deles, mas a verdade rasga a tela de sua paixão...

Adelaine Watson, filha do Conde de Daffield, aguarda ansiosamente o retorno do irmão da guerra. Mas quando seu pai retorna, ele traz outra pessoa: o assassino de seu irmão. Falsamente acusado de assassinar o filho de um conde, Caelan McLagen, Laird de Loch Mahrais, aceitou sua sentença de morte. Isso até que a sedutora Adelaine começa a visitar sua cela e ele sente o calor da esperança. Convencida da inocência de Caelan, Adelaine se apaixona perdidamente por ele e está desesperada para encontrar uma maneira de impedir que seu pior pesadelo se torne realidade. Quando a única testemunha ocular da morte de seu irmão morre, Adelaine percebe que o verdadeiro assassino está mais perto do que eles pensavam. Com a execução de Caelan pairando sobre suas cabeças como o machado do carrasco, Adelaine deve fazer uma escolha terrível...

Capítulo Um

O Condado de Daffield
Adelaine apertou os lábios com força para abafar o grito de dor que quase lhe escapou, enquanto mais uma vez se furava com a coisa. Olhando para a agulha ofensiva, ela brevemente considerou ir até a janela e jogar o pano fora. O bordado estava desleixado de qualquer maneira e não seria um grande presente de boas-vindas para seu irmão quando ele voltasse.
Em vez de jogá-lo fora, ela largou a costura e foi até a janela para olhar para o terreno além. A alta fortaleza escura estava à vista e, além dela, ela podia ver os estábulos, lavanderias, cabanas de carvão e os pequenos jardins dos servos. Havia uma nuvem escura no horizonte, e ela viu lampejos de relâmpagos dentro dela. Ela inclinou a cabeça para o lado, tentando ver se a nuvem estava se movendo em direção à sua casa. As pontas de seu cabelo roçavam seu ombro e desciam por seu braço. Era estranhamente pacífico.
Depois que o Rei pediu soldados armados para enviar à Escócia duas semanas atrás, ela sempre tinha os olhos no horizonte, procurando por seu irmão Peter, que era um soldado nas forças de seu pai. Não quer dizer que seu pai não fosse uma boa companhia. Harold Watson, o Conde de Daffield em Northumberland, a adorava desde o dia em que ela nasceu, e ele sempre tirava um tempo para falar com ela quando ela precisava dele.
Aos seis anos, quando ela quis um pônei, no dia seguinte ele apareceu no estábulo. Ele tinha o pelo dourado mais lindo que ela já tinha visto. Aos doze, quando ela quis uma viagem para a costa, ela conseguiu uma viagem para Bamburgh e uma estadia de três dias em uma pousada com sua mãe, agora falecida, uma empregada e seu irmão de dezesseis anos.
Ela sempre foi amada e cuidada, mas Adelaine tinha uma preocupação.
Agora tenho vinte e um anos... quando é que o pai vai deixar-me casar?
O céu estava ficando mais escuro e as nuvens mais espessas. Distraída, ela se perguntou se uma tempestade estava soprando do norte, onde ficava a Escócia. Uma semana atrás, seu pai, que havia acompanhado seu contingente até a Escócia, havia retornado para se reportar ao Rei. Então, dois dias atrás, seu pai havia voltado às pressas para a Escócia. Ela se perguntou por que Peter não tinha voltado com ele na primeira vez, mas ela raciocinou que havia uma boa razão para ele ter ficado para trás. Sempre o pacificador, Peter era muito bom em acalmar a tensão; talvez eles o tivessem usado para encorajar alguma tranquilidade entre os ingleses e os escoceses.
Voltando ao lenço que estava bordando para seu presente de boas-vindas, ela pegou o pano e a agulha novamente. Ela o torceu e mordeu o lábio na flor torta e começou a costurá-lo cuidadosamente novamente. Ah, como eu queria ter prestado mais atenção quando minha mãe tentou me ensinar tantos anos atrás. Agora que ela se foi, eu queria poder voltar...




21 de julho de 2025

Um duque, o Espião, um Artista e uma Mentira

Série Mulheres Notáveis

Fundada pela condessa mais engenhosa da alta sociedade, a sociedade secreta The Widow's Grace vem em auxílio de viúvas e esposas maltratadas e as ajuda a recuperar suas fortunas, suas famílias e, às vezes, a descobrir o amor verdadeiro. . .
Para a herdeira aventureira Cecilia Charity Thomas, casar-se com o charmoso tenente militar Visconde Gantry para salvá-lo do perigo ‘ e a si mesma de pretendentes mercenários´ foi um erro doloroso. Em vez de uma vida apaixonada juntos, ela está presa em sua mansão fria com sua família inaceitável. Pior, ela descobre que ele é, na verdade, um espião dedicado ao dever acima do casamento, e aos segredos acima da confiança. Então, quando ela ouve que sua irmã foi levada à morte, Cecilia está determinada a expor o poderoso homem responsável. Auxiliada por The Widow's Grace, ela foge para Covent Garden com uma nova identidade. Mas ela pode iludir seu formidável marido — mesmo que o desejo entre eles continue a queimar ainda mais? Sempre calmo, sempre controlado, Gantry deixou tudo de lado para caçar o traidor que quase o matou. É somente quando Cecilia vai embora que ele percebe que seu verdadeiro dever deveria ter sido com ela. Enquanto ela continuamente o engana pelas ruas mais perigosas de Londres, Gantry percebe que sua esposa é uma mulher engenhosa e corajosa que ele anseia conhecer de verdade. Mas quando sua perseguição ameaça inimigos influentes, a única chance dele e de Cecilia de obter justiça os separará de uma vez por todas?

Capítulo Um

18 de outubro de 1814
Desvaneça-se nas paredes polidas do estudo pitoresco. Não revele nada sobre a pintura ou seu artista. Finja que sua alma não foi vivificada ao ver suas pinceladas.
—Os Ashbrooks me deram. — A duquesa de Repington estava atrás de Felton nesta sala da frente da Finchely House, a residência de Lord e Lady Ashbrook. —Lord Gantry? Você está bem?
Não vacile, David Felton Lance.
Não se mova. Viva para ver outro dia.
Seu corpo enrijeceu enquanto o sangue pulsava em seus ouvidos. Se ele se aproximasse da pintura, o poder hipnótico da artista e seu aroma de mel viriam através dos óleos e comandariam seu pulso?
Sua determinação de não admitir nada, de proteger seu coração das perguntas condenatórias que roíam seu peito, assumiu o controle.
Mas ele não conseguiu desviar o olhar e encarar a duquesa.
Como ele poderia fingir que não conhecia a artista? Se fechasse os olhos, veria os braços pequenos e talentosos de Cilia se esticando, suas mãos talentosas passando um pincel sobre uma tela enquanto sua figura perfeita de ampulheta anunciava que o tempo deles havia acabado, para o casamento deles, para os sonhos que ele começara a imaginar antes que ela o abandonasse.
Sua Graça deu um tapinha em seu ombro. —Lorde Gantry, você não parece nada bem. Devo chamar um médico?
—Não. — Foi tudo o que ele conseguiu dizer. Ele viera buscar a duquesa a serviço de seu amigo, o Duque de Repington. Olhar para Sua Graça entregaria suas esperanças. A tortura de desejar um semblante diferente, mas semelhante, para olhar de volta para ele seria sua ruína.
Os passos dela ecoavam na frente dele, bloqueando sua visão da pintura, a paisagem tropical do mítico Port Royal.
—Você não está bem. Alguns homens não conseguem lidar com uma mulher com criança. Até um militar pode ficar enjoado.
Não era isso. Ele era um tenente militar de carreira com anos de serviço em inteligência para o Departamento de Guerra e as Colônias. Ele tinha visto todo tipo de coisa e feito o indescritível a serviço da Coroa. —Não, uma mulher grávida é linda.
A testa morena da duquesa arqueou-se. Ela pensou que ele estava mentindo.
Esta mulher não conhecia a dor em seu coração. Frio e calculista para alguns, atrapalhado e alegre para outros, retraído e analítico para a maioria — ninguém viu sua verdadeira natureza... bem, uma pessoa viu.
Então ela o deixou.
Sua Graça o cutucou. —Lorde Gantry?
Era melhor ficar em silêncio do que dar informações que o fariam parecer mais tolo ou dizer algo que pudesse chocar uma moça.
—Eu sei que algo está errado. Diga-me agora. O duque, eu e até mesmo a Graça da Viúva ajudaremos.
Sua voz era suave, como se ela soubesse que havia invocado Felton de um pesadelo que o consumia pelos últimos dez meses.
O pânico, o terror absoluto de que seus cílios estivessem desaparecidos, de que ele estivesse sozinho em algum lugar da Inglaterra, fez sua pele ficar tensa e as cicatrizes em seus ombros doerem.
Juntando as mãos atrás de si, ele andou até a pintura e a tirou da parede. —Muitas coisas na minha cabeça. Acho que vi uma cópia disso em algum lugar. Eu... eu deveria levar você de volta para Sandlin Court.
Sua Graça colocou uma mão no cotovelo dele. —Estou cativada pelas praias também. A cidade portuária parece como se você pudesse andar direto para a tela e estar lá. Estou hipnotizada.
Hipnotizado era uma boa maneira de descrever o que ele sentia.
—Senhor, você parece pálido, como se tivesse visto um fantasma.
—Um espírito Obeah, Vossa Graça?









Série Mulheres Notáveis
1- Um Duque, a Dama e um Bebê
2-O Conde, a Menina e uma Criança
3-Um duque, o Espião, um Artista e uma Mentira
Série concluída


  

15 de julho de 2025

O Amor Abandonado do Highlander

Série Marinheiros Highlanders
Um segredo que não pode mais ficar escondido. 

Um amor que busca uma última chance. Quando todos os seus companheiros marinheiros retornam para suas casas depois de chegarem ao porto, Archibald estranhamente se pergunta para onde ir. Há anos, Archibald conhece Sarah, seu misterioso amor, em segredo. Ambos sabem que nunca poderão ficar juntos, pois Sarah é uma camponesa com um passado obscuro, e Archibald teria que arriscar tudo o que tem se quisesse se casar com ela. As esperanças que Sarah tinha quando jovem de superar esse obstáculo por meio do amor desapareceram. Agora ela se esconde em um convento, guardando um segredo que teria consequências desastrosas se fosse descoberto, ela é a mãe da filha de Archibald. Embora Archibald esteja visitando ela e sua filha, Sarah vive na incerteza se ele continua voltando apenas por sua filha ou se ele ainda tem sentimentos por ela. Esta vida a tornou forte além da crença, mas quando um ataque a uma cidade próxima acontece, e as freiras são forçadas a ajudar, as coisas saem do controle. O destino de seus entes queridos não está mais nas mãos de Archibald, mas Sarah é a mulher mais inteligente e corajosa que ele já conheceu. Sem perder a esperança, ele reza por uma chance de salvá-las e garantir que eles nunca mais enfrentem perigo.

Capítulo Um

Eu não entendo o que está acontecendo aqui. — Harold, confuso, olhou ao redor da sala de oficiais que ele dividia com Archibald. —Achei que você estava fazendo as malas.
—Estou fazendo as malas, — disse Archibald. —Mas então me lembrei que queria encontrar um livro para emprestar a Jacob, eu já tinha feito as malas, então tirei tudo de novo.
—Mas Jacob está indo para sua casa, — disse Harold, enquanto se sentava na rede de Archibald.
—Mas estou entediado agora. — Archibald olhou para Harold com olhos azuis brilhantes, como se a resposta fosse evidente e divertida. Harold suspirou e balançou a cabeça. Os dois serviram juntos na Marinha Escocesa desde que eram apenas homens por direito próprio. Eles subiram de patente juntos e mudaram de navio juntos uma e outra vez. Como filho de um médico, Harold era sério e focado em sua carreira, subindo de patente e sempre se esforçando para ser melhor. Archibald, no entanto, parecia subir de patente por pura sorte e uma personalidade otimista. Ele encontrou o lado bom de tudo, e aqueles que o conheceram muitas vezes fizeram amizade com ele instantaneamente.
Somente aqueles próximos a ele, como seu cunhado, Jacob, ou Harold, que provavelmente se tornaria seu cunhado quando ele se casasse com a gêmea de Archibald, sabiam que havia mais no homem do que um sorriso rápido e uma piada curta. Na maioria dos dias, a personalidade de Archibald ofuscava até mesmo a névoa mais sombria. No entanto, seu amigo frequentemente o flanqueava por mais motivos do que lealdade. Ele era propenso a ataques que surgiam rapidamente e levavam horas ou dias para se recuperar. Febres assolavam frequentemente enquanto seu corpo lutava contra qualquer mau humor que surgisse a bordo do navio. Em um momento, ele estava bem, e no próximo, seu rosto perdia toda a cor. Embora ele soubesse como se esconder quando isso acontecia, seu leal grupo de amigos costumava cobri-lo durante o turno ou dar desculpas para o motivo de estarem o mais perto possível dele. Seu título significava que ele provavelmente não seria dispensado da Marinha, mas ele sem dúvida seria colocado em um posto menos emocionante, mesmo com seu dinheiro, se alguém, como o capitão, descobrisse.
Archibald sabia que era provável que não sobrevivesse para ter cabelos grisalhos em sua cabeça, então ele gostava de viver os dias como se fossem os últimos. Sua família em casa, que ele estava ansioso para ver, aceitaram isso, e seu irmão mais novo administrava propriedade enquanto Archibald estava no mar. Reginald provavelmente seria o único a herdar a propriedade de qualquer maneira se Archibald morresse cedo, então Archibald achou que era apropriado que seu irmão começasse a administrar as coisas agora.
—Claro, — disse Harold, enquanto erguia os olhos para uma batida na porta. Jacob estava ali, e os dois homens trocaram um olhar que já tinham conseguido muitas vezes antes. Como Harold, Jacob era sério e focado. Ele estava um posto abaixo dos dois, mas era considerado uma das maiores mentes da Marinha, e estava subindo rápido. A amizade de Jacob com Archibald também era improvável, mas Archibald gostava daqueles que eram diferentes dele. Ele convidou Jacob para casa durante o inverno atracado um dia, e isso levou Jacob a se casar com a irmã de Archibald, Hannah, tornando-os irmãos.
—Eu não vou para sua propriedade quando atracarmos? — Jacob perguntou, confuso. —Você poderia me dar depois então. —Foi o que eu disse!


Série Marinheiros Highlanders
1- O Retorno do Marinheiro Highlander
2- O Amor Abandonado do Highlander

8 de julho de 2025

Resgatado pela Preceptora

Série Quatro Destinos

Julia Webbs, uma simples preceptora de uma família de classe média que caiu em desgraça, chega a uma cidade em Montana, onde trabalhará para um rico fazendeiro. 
Ela nunca imaginou que sua vida mudaria tanto e que seu coração encontraria o amor verdadeiro naquele lugar. Frederick Arnold, um conde, que deixou toda a sua vida como a conheceu no passado e embarcou para outro país em busca de uma nova vida, na companhia de seu único familiar; sua garotinha de 4 anos. Ele procurava apenas uma pessoa que cuidasse de sua filha, que se considerava apenas mais um vaqueiro em sua fazenda, e lhe ensinasse o comportamento adequado de uma jovem. Não só chegou uma preceptora ao seu rancho, mas também o ser mais irritante e teimoso que ele já conheceu. Julia Webbs com certeza era uma mulher que o confrontava o tempo todo e isso o deixava louco, mas também era um presente do céu que salvaria ele e sua filha de todas as maneiras possíveis, mesmo que ele não soubesse.

Capítulo Um

Julia olhava para sua querida irmã pensando que não sabia quanto tempo levaria até que a visse novamente. — Patrice, não sei o que vou fazer sem você. — Disse chorando.
— Shhhh, querida, — a tranquilizou, — o tempo voa e se tudo correr bem por lá, irei visitá-la. Bem... se seu chefe lhe der permissão para receber sua irmã. —Esperemos que ele seja uma boa pessoa. Estou cansada de proprietários taciturnos, amargos ou, pior ainda, velhos sujos. Ambas começaram a rir[
– Tenho um bom pressentimento sobre isso. – Disse Patrice com um sorriso que inspirava confiança em Julia. 
— O trem está prestes a partir. – Julia percebeu, de onde estava sentada. —É melhor você entrar. — Elas se abraçaram novamente e Julia imediatamente entrou no trem, pois não queria chorar na frente da irmã novamente. Patrice era a mais nova e era ela quem teria que dar o exemplo de ser uma mulher forte. Doía-lhe não vê-la por um tempo, mas seu consolo era que ela continuaria estudando para ter um futuro melhor. 
Ela entrou no trem andando entre pessoas e compartimentos, procurando o seu, até que finalmente o encontrou. Uma mulher com um filho de cerca de seis anos estava lá. Sentou-se na frente deles, cumprimentou-os educadamente e olhou pela janela. Sua irmã já havia partido a seu pedido e, poucos minutos depois, o trem começou a se mover, afastando-se cada vez mais do lugar que ela sempre havia conhecido. Mordendo o lábio inferior, ela olhou para a paisagem e tentou manter-se calma e composta. Uma coisa difícil de fazer, quando estaria tão longe de casa por sua propia conta. 
As mulheres raramente viajavam desacompanhadas, mas no caso delas era isso ou não ir a lugar nenhum. Sua família não tinha os meios, e ela não podia se dar a esse luxo. Mesmo que pedisse o favor à irmã, que era a única que poderia servir de companheira, não teria condições de fazê-lo de qualquer maneira, pois precisava terminar os estudos. 
Felizmente a viagem foi divertida, pois a mulher do seu compartimento era muito sociável e começaram a conversar sobre o motivo da sua viagem e a dela. Aparentemente, o marido estava esperando por ela em Missoula, onde trabalhava como capataz em uma fazenda há algum tempo e ganhava um bom dinheiro para sustentar a família. Lhe contou que haviam passado por momentos muito difíceis e que seu marido, depois de trabalhar em uma gráfica, teve que abandoná-la porque o proprietário havia falecido e seus filhos haviam acabado com tudo, demitindo os funcionários e desperdiçando o dinheiro. E como havia perdido o emprego, teve que recomeçar naquele lugar, o que para muitos era terrivelmente perigoso, e para outros como ele, era a resposta às suas orações. Fizeram companhia uma à outra e ela a convidou várias vezes para comer, até que horas depois chegaram à estação de trem, onde ela tinha que descer. 
—Por favor, não deixe de me procurar se precisar de mim. Nestas terras é melhor ter um amigo, ou pelo menos um conhecido. 
—Muito obrigada Evelyn, assim farei. E quando chegar ao local onde vou trabalhar, escreverei para você. Assim manteremos contato. 
—Foi um prazer conhecê-la, desejo-lhe uma boa vida, Júlia.
 — O mesmo para você — então olhou para o garotinho meio adormecido em seus braços — adeus pequenino. 
A mulher saiu dali e desceu do trem. Quando Julia olhou pela janela, um homem alto e magro se aproximava dela com um grande sorriso, e presumiu que fosse seu marido. Ela os viu se abraçarem e depois pegarem a criança nos braços. Por um breve momento imaginou se ela tivesse algo assim. Como deve ser bom ser amada e ter um homem para protegê-la e apoiá-la. Quase imediatamente, afastou esses pensamentos e disse a si mesma para se concentrar em vez de pensar em bobagens. Agora, a única coisa que importava era o seu trabalho na fazenda “Os Cuatro Destinos”.










Série Quatro Destinos
1- Resgatado pela  Preceptora 

24 de junho de 2025

Sua Promessa Malvada

Série MacKay

Ele a tomaria como noiva…
Quando Egan MacBain toma a bela Glenda MacKay como noiva, parece que o fez pela mais nobre das razões. Na verdade, ele prometeu finalmente reivindicar a mulher que sempre amou – mas uma vez perdeu – para outro homem. Mas o robusto Highlander está determinado a manter sua paixão escondida enquanto a corteja com suas carícias gentis e beijos perversos. Pois ele não terá uma esposa relutante e só demonstrará sua ternura quando ela for domesticada. Mas ela poderia dar seu coração em troca?
Embora Glenda tenha concordado com o casamento, ela só o fez para obter a proteção do nome de Egan. No entanto, esta jovem viúva do outrora poderoso clã MacKay nunca esperou que votos de amor saíssem de seus lábios novamente, nem acreditou que alguma vez teria um homem tão querido. Mas de repente ela se vê sucumbindo ao guerreiro forte e silencioso que a enche de apreensão e de um desejo febril e proibido de cumprir sua perversa promessa de amor – e do filho – pelo qual ela anseia nas profundezas da alma.

Capítulo Um

Dunthorpe Keep, Escócia, Início dos anos 1200
— Ela está indo embora — sussurrou o rapaz.
— Não, Drummond, — zombou o rapaz de rosto fino ao lado dele. — Minha mãe disse que não vai embora. Ela não vai voltar para… para…
— Torre de Blackstone, — Drummond forneceu, o mais velho da dupla que estava empoleirado atrás dos penhascos em forma de dentes do alto muro de pedra que dava para a capela. Uma mão manchada de terra apontou para a floresta. — É lá, bem longe nas Fronteiras. Meu pai me disse.
— As Fronteiras, — repetiu Gordon, um rapaz de dez anos, de olhos arregalados e cabelos desgrenhados. — Mas há ladrões nas Terras da Fronteira. Ladrões e… — sua voz mergulhou em um sussurro — … e ingleses.
A boca de Drummond se curvou para baixo. — Sim, você está certo. Ladrões, — ele repetiu, seu ar claramente desdenhoso.
O doce aroma de flores silvestres flutuava pelo ar. Longe, um cão latia, e três cavaleiros seguiam o animal em uma perseguição fervorosa. Mas não foi a excitação da caça que chamou a atenção dos dois rapazes. Em vez disso, eles espiaram por cima do alto muro de pedra em direção às duas mulheres que estavam sentadas em um cobertor bem abaixo. Gavinhas de hera agarradas subiam cada vez mais para cima, até onde os rapazes se esforçavam para ouvir suas vozes.
— Minha tia diz que a patroa sentirá muita falta de Glenda se ela for embora. Glenda curou a dor no meu dente, sabe. E se ela voltar? — O tom de Gordon ficou triste. — Será um dia triste se Glenda nos deixar.
Isso era verdade, não apenas para o jovem Gordon, mas para muitos… incluindo a mulher a quem os meninos se referiam. Pois, na verdade, o pensamento de deixar o lar que Glenda conhecia nos últimos oito anos despertava uma tristeza penetrante nela… ainda que fosse forjada por uma resolução que ela não podia abandonar.
Pois esta era uma tarefa que cabia somente a ela – e a decisão cabia somente a ela.
— Então. Você irá para a Torre de Blackstone.
Meredith, esposa de Cameron, chefe do Clã MacKay, repetiu as palavras que Glenda havia proferido apenas um momento antes.
— Eu vou — disse Glenda simplesmente.
O brilho do sol quente da primavera refletiu no cabelo de Meredith, transformando-o em um halo brilhante de fogo ao redor de sua cabeça. Ela inclinou a cabeça para o lado e olhou para Glenda. — Você não vai ser desviada desse curso, vai?








Série MacKay
2- Sua Promessa Malvada
Série concluída

17 de junho de 2025

Tudo por Smiles

Série Mayfair Sq.


Os acontecimentos que se desenrolam nesta história fantástica são observados pelo fantasma do homem que foi o primeiro proprietário da aristocrática mansão. 
A narração do romance é entremeada por comentários sarcásticos do fantasma, que conferem um toque de sutil humor à história. 
O que falta em riqueza a Meg Smiles, ela mais do que compensa em audácia e determinação, ambas rapidamente aproveitadas quando Jean-Marc, o conde Etranger e sua irmã fixam residência do outro lado da praça. Agora empregada de forma remunerada como acompanhante da irmã maluca do conde, Meg descobre que não é sua pupila quem ocupa seus pensamentos, mas o enigmático irmão mais velho da garota. Quando Meg é vítima de uma série de acidentes estranhos, Jean-Marc vê seu mundo austero virado de cabeça para baixo. E quando se torna alarmantemente claro que a própria vida de Meg está em perigo, o desejo de Jean-Marc por esta mulher inadequada – mas encantadora – supera o seu sentido de decoro. Ele jura garantir a segurança dela, mesmo que isso signifique mantê-la perto dele, dia e noite.
Capítulo Um

Moças solteiras não devem falar de cavalheiros elegíveis de maneira tão… íntima — ralhou Sibyl Smiles com a irmã, Meg.
Sentada na surrada cadeira rosa na sala de Mayfair Square, número 7-B, Meg ajeitou a mantilha de renda negra com que cobrira a cabeça e o rosto.
— Quem falaria deles de maneira íntima, então? Mulheres casadas?
— Oh, que disparate — lamentou Sibyl. — Acho que quer chocar e é mesmo muita ruindade sua.
— Digo sempre o que estou pensando… quando estou pensando em algo. Ou seja, sempre que me obrigam a abandonar a meditação para tratar da vida mundana. Além disso, não é como se eu falasse de um homem de verdade, pelo amor de Deus. Referia-me a homens em geral e por que se poderia ou não achar um homem em particular mais atraente do que outro homem em particular. Trata-se de questões sobre as quais devo me informar, e bem rápido.
— Por quê? — Loira e etérea, a bela Sibyl assomava sobre Meg.
A essa altura, a cautela tornava-se imperativa.
— Não se preocupe tanto, Sibyl. Não existe nenhum objetivo claro para tudo isto. Estou juntando informações, simplesmente me informando a fim de alargar meu entendimento. — Explanações superficiais, ou mesmo mentiras, às vezes justificavam-se. — Acho as mãos de um homem muito importantes, você não?
— Acho.
— Mas por que você acha, Sibyl?
— Porque… Bem, se quer saber, detesto homens de mãos macias. Pronto, agora já sabe. Não são viris, na minha opinião. Também não gosto de mãos pequenas. Isso é mais difícil de explicar, só sei que preferiria um homem de mãos… se eu estivesse interessada nele… quero dizer, se reparasse nele… preferiria um homem com mãos maiores do que as minhas. Bem maiores. Algo dentro de mim insiste em que isso é importante, embora eu não saiba por quê.
Sim, grandes, fortes, bem formadas, de dedos longos… talvez embotados junto à unha… sim, sim, é o que prefiro.

Vendo a irmã em profunda concentração, Meg sorriu.
— Hum… concordo. — A querida Sibyl dissera tudo aquilo, aquela que acreditava que não deviam formar opinião sobre a pessoa de um cavalheiro.
— Também não gosto daqueles pés pequenos, limpos, dos quais alguns cavalheiros parecem orgulhar-se. Mas, de novo, a razão disso me escapa. Simplesmente, acho importante.
— Hum… sei.




Série Mayfair Sq.
1- Cada vez mais
2- Tudo por Smile

Cada vez mais

Série Mayfair Sq.

Os acontecimentos que se desenrolam nesta história fantástica são observados pelo fantasma do homem que foi o primeiro proprietário da aristocrática mansão.

A narração do romance é entremeada por comentários sarcásticos do fantasma, que conferem um toque de sutil humor à história. Finch More, de 29 anos, conhecedora de cristais antigos, é considerada “encalhada”. Mas quando seu irmão é misteriosamente sequestrado, o mundo vê a verdadeira Finch More ”uma mulher de ação e paixão” uma mulher que despreza a derrota.

Capítulo Um

Se havia uma coisa que Finch More não suportava, era estar errada e ter de admitir isso.
Ela estivera errada.
Não deveria ter voltado a Whitechapel sozinha, a pé, ao cair da noite e com o frio a aumentar.
Não deveria ter-se exposto ao risco de ser assustada pela própria imaginação — que, convenhamos, era por vezes demasiado vívida. Ora, há pouco, julgara ouvir alguém chamar-lhe pelo nome.
— Finch.
Lá estava outra vez. Olhou em todas as direções. As ruas quase desertas, e os poucos transeuntes, embrulhados em cachecóis, caminhavam com a determinação de quem sabe para onde vai e tem pressa em chegar. Nenhum lhe dedicou sequer um olhar.
— Pateta! — exclamou em voz alta, lançando um olhar furioso a um rapazinho que, com um pão doce pegajoso na mão, lhe mostrou a língua coberta de migalhas ao passar. Que lhe importava se um insolente a julgava tola por falar sozinha?
— Gente como a senhora vai parar ao manicómio, vai! — gargalhou o miúdo. Agarrou o pão com os dentes, revirou os olhos e saiu aos saltos, agitando os braços como um louco.
Por que insistira Latimer em manter o negócio naquele Whitechapel, antro de toda a sorte de torpezas?
— É barato — murmurou, espreitando por sobre o ombro para se assegurar de que o maldito rapaz já estava longe. Latimer contava cada tostão e exigia que ela fizesse o mesmo. Por isso resolvera ir a pé em vez de apanhar um coupé após entregar uma pequena encomenda. Devia ter seguido direto para casa, como Latimer supusera, mas ele ficaria no armazém a noite inteira, quiçá sem comer, se ela o deixasse sozinho.
— Fi-inch.
O coração deu um salto, deixando-a estranhamente tonta. Ali estava — era o seu nome. Murmurado, sim, mas inequivocamente o seu nome. Alguém que não via, não, que cantarolava o seu nome de modo insensato, quisera assustá-la. Arrepios percorreram-lhe a nuca.
Quem? Não conhecia ninguém em Londres além dos outros residentes do Número 7 e dos clientes de Latimer. Dificilmente teriam dado-se ao trabalho de a importunar na rua.
Em breve estaria no armazém, em segurança. Não que já não o estivesse. Afinal, que mal lhe poderia acontecer, entre prédios e transeuntes? Houvera gente há pouco, e logo haveria mais. Apertou as alças da reticule no vinco do cotovelo. Só uma camponesa, uma rapariga dalguma aldeola da Cornualha, se poria a ouvir vozes só por estar em Londres.
— Fi-inch.









Série Mayfair Sq.
1- Cada vez mais

2- Tudo por Smile