31 de março de 2020

Viagem ao seu coração

Duas almas unidas pelo destino e separadas pelo tempo.

Drucilla é uma jovem de dezoito anos que desde bem pequena viveu dois séculos sem viver plenamente nenhum.
Presa entre o passado e o presente, vê como sua vida passa sem ser compreendida pelos que a rodeiam no presente e sendo ignorada no passado, pois, quando está ali, ninguém pode vê-la. Mas tudo está a ponto de mudar... já que, quando seu olhar se cruza com os intensos olhos azuis de Devlin, aqueles que antes não a viam, passarão a fazê-lo, e logo terá que viver como uma jovem do século XIX quando viajar ao passado e como uma jovem do século XXI quando regressa. Viverá duas vidas para não se sentir completa em nenhuma... Exceto com ele.

Devlin é um jovem duque que acaba de regressar da guerra. Cansado da batalha e de tanta destruição, agora só pensa em viver em suas recém adquiridas terras e levar uma vida longe de tanto sofrimento. O que ele não esperava era encontrar, enfim, a jovem de olhos castanhos que levava toda a vida buscando. Ela é diferente, ela não vem deste século. E ele sabe. Duas almas incompreendidas, que não encontram seu lugar em seu próprio século perceberá de que, ainda que não se encaixem com o mundo, a sua volta, sim encaixam um junto ao outro... Entretanto, o passado está escrito, o passado não se pode mudar, e fazê-lo pode trazer consequências desastrosas. Como se afastar da pessoa que ama com todo seu ser, quando sabe que se o fizer, sempre será um ser incompleto? Amor, mistério, intriga, paixão… e uma pitada de magia: a possibilidade de viver duas vidas. De experimentar as diferenças de uma jovem do século XIX e uma jovem do século XXI.

Capítulo Um

Drucilla
Uma pincelada mais e... pronto! Admiro a minha última obra de arte e sorrio feliz. Amo isso. Ficou perfeita.
― Vamos, Dru, deixe de olhar as palmeiras2 e vamos colocá-las no forno. Estou faminta.
Deixo na pia o pincel com o qual misturei o ovo e o açúcar e coloco o tabuleiro no forno. Depois disso, viro e olho para Amanda, ou como sempre a chamo, Am. Ela me olha sorrindo, com seus olhos de azul intenso brilhando por trás dos óculos e seu cabelo louro em um rabo de cavalo.
Parece mentira que já passaram quase treze anos desde que sua mãe Esperança e seu pai Anselmo me acolheram como uma família depois de me encontrarem perdida nas ruínas. Depois disso me trouxeram para sua casa e o médico confirmou que eu estava bem, mas Am me disse que eu não deixava de chorar e não sabia quem eu era, e se finalmente descobriram meu nome foi somente porque estava gravado em letras floridas e chamativas no meu pingente. 
É um colar de cobre que representa um pequeno fruto em forma de coração com quatro folhas, uma de cada lado, e em todo esse tempo não sofreu nenhuma mudança; continua como o primeiro dia que o peguei com minhas mãozinhas e me perguntei porque o levava no pescoço e porque sentia que não devia tirá-lo por nada desse mundo. Além disso, ninguém me procurava. 
As autoridades não tinham qualquer registro de nenhuma menina desaparecida com minhas características assim que, após meses de busca, deram meu caso como encerrado e os pais de Am, finalmente, conseguiram minha custódia.
Tinha cinco anos quando me encontraram, mas era como se acabara de nascer pois, nada recordava de minha vida anterior. Às vezes eu tento me esforçar para lembrar, encontrar alguma pista para explicar o que aconteceu. Ainda que todos acreditem que não me importa saber quem era minha família, a verdade é que continuo procurando, talvez porque sinto que, saber de onde venho, esclarecerá minha origem e poderei ser uma menina normal... 


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