13 de dezembro de 2025

Ramos da Insensatez

Série Anjos Corrompidos
Uma história de brincadeiras e loucuras, uma busca pelo amor verdadeiro e céus estrelados à meia-noite. Faça um pedido…
William Angel vem escandalizando Londres com suas travessuras desde que se tornou Conde de Archer, há um ano, mas agora seus modos libertinos voltaram para assombrá-lo. Ele precisa de uma noiva respeitável para ajudá-lo a encontrar um marido honrado para sua amada irmã mais nova, mas não há uma única dama de verdade em Londres que queira se casar com o Anjo Corrompido.
Eis que surge uma dama imprópria…
Não há nada tão belo quanto o Natal em Londres, mas em vez de celebrar com lareiras aconchegantes e ponche apimentado, Penelope Hervey luta para sobreviver nas ruas implacáveis da cidade. Ela não tem família, nem dinheiro, e está prestes a perder seu lugar como atriz no Pandemonium Playhouse. Só um anjo pode salvá-la.
Entra em cena um anjo corrompido…
O destino une Will e Penelope em uma festa de Natal, mas será que uma paixão que começou nos palcos londrinos será forte o suficiente para levar esses dois amantes equivocados ao seu milagre de Natal?

Capítulo Um

Teatro Pandemonium, Londres, 19 de dezembro de 1811
Gotas de suor se acumularam na linha do cabelo de Penelope Hervey, escorreram por seu pescoço e deslizaram para a cavidade entre as curvas superiores nuas de seus seios.
Qual dos bêbados patifes seria o causador do desastre desta noite?
Que haveria um desastre era uma conclusão inevitável. O Teatro Pandemonium era especializado em desastres. Que forma esse desastre tomaria, e qual de seus estimados frequentadores seria a causa, bem… isso era um mistério.
Ela tinha um mau pressentimento sobre aquela noite. Para ser justa, ela tinha um mau pressentimento todas as noites em que subia ao palco do Pandemonium, mas naquela noite a multidão vibrava com uma energia sinistra que ia além da habitual confusão. Assobios, vaias e tomates podres atirados ao palco não iriam satisfazer aquela turba.
Levou alguns meses, mas Penelope treinou para se esquivar dos tomates. Eles quase nunca a atingiam mais. Ela nunca fora particularmente ágil em sua vida passada, mas era surpreendente como alguém podia se tornar ágil quando as circunstâncias exigiam.
Mas a agilidade não lhe seria de muita utilidade se ela fosse pisoteada numa briga, não é mesmo?
A turba na plateia ficava cada vez mais descontrolada a cada instante. Ela mantinha um olhar ansioso sobre os bêbados desordeiros e o outro sobre a atriz que dominava o centro do palco. Florentina desfilava, flertava e fazia beicinho durante o ato final de Barba Azul. Ela interpretava a Esposa, é claro. Florentina sempre fazia o papel principal. Penelope interpretava uma das esposas assassinadas de Barba Azul, mas estava vestida mais como uma prostituta do que como um cadáver. Ela sempre usava o mesmo figurino, não importava qual fosse a peça. Uma longa peruca preta, uma máscara preta e um vestido com saias curtas e um corpete justo que deixava seus seios à mostra.
Ah, vamos logo com isso, Florentina!
Florentina não se deixava abalar. Como sempre, prolongava seu momento final até o amargo fim. Por que não? Ninguém lhe atirava tomates. A torcida podia vaiar e assobiar para as outras atrizes, mas todos adoravam Florentina Fernside.
As bochechas de Penelope doíam enquanto ela se esforçava para conter o sorriso. Se saísse ilesa do palco esta noite, se consideraria uma sortuda. Se teria a mesma sorte amanhã à noite, era menos certo, mas desde que chegara a Londres, um ano atrás, aprendera a lidar com um desastre de cada vez.
Florentina piscou seus longos cílios escuros e mandou um beijo sedutor para a plateia. Eles aplaudiram em aprovação, mas a satisfação durou pouco. Quando Florentina fez uma reverência e se virou para sair do palco num turbilhão dramático de saias escarlates, a plateia explodiu num caos total.
Brigas não eram incomuns no Pandemonium, mas enquanto a multidão se empurrava e se socava, um pavor inexplicável se instalou na garganta de Penelope. Algo terrível estava prestes a acontecer – ela podia sentir. À primeira vista, nada diferenciava aquela briga das outras que ela presenciara no Pandemonium, mas era diferente. Para o horror de Penelope, ela logo descobriu o porquê.










Série Anjos Corrompidos,
1- Ramos da Insensatez








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