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20 de dezembro de 2010

A Última Chance





O centro das atenções... Outra vez!

Elizabeth Hill teve a má sorte de ver-se envolvida em um ousado assalto a um banco, em plena luz do dia.
Como se não bastasse já ter sido alvo de comentários na cidade, agora todos olhariam para ela como uma pobre vítima, enquanto que o misterioso Connor Wade seria aclamado como herói.
Na verdade, tudo o que ela queria era que a deixassem em paz.
Connor Wade não imaginara que Elizabeth Hill fosse tão... atraente.

Todos em Sterling a tratavam como se ela fosse uma espécie em extinção, uma solteirona sem a menor chance de arranjar marido.
Mas, em seu íntimo, Connor tinha uma convicção... tinha a certeza de que, se conseguisse derrubar a barreira de altivez e agressividade que Elizabeth erguera à sua volta, encontraria uma mulher que valeria todo e qualquer sacrifício!

Capítulo Um

Texas, América do Norte, 1882
Péssima, hora para um assalto. Connor Wade balançou a cabeça em sinal de desaprovação ao olhar pela janela do Cattleman's Café.
Aquilo tinha de acontecer, justamente agora, mal ele chegara à cidade e sentara-se para almoçar, sendo essa a sua primeira refeição quente em semanas?
Do outro lado da rua, na frente do banco, um suposto assaltante agachava-se atrás do bebedouro de animais, enquanto outro entrava no banco, cada um armado com uma pistola reluzente.
Connor comeu a última batata do prato e inclinou-se, ficando mais perto da janela.
A sua direita, na rua, o xerife, protegido por uma carroça de carga disparou sua arma.— Malditos imbecis... — Connor murmurou, empurrando o prato para o lado, mordendo em seguida a torta de maçã.
Aqueles assaltantes deviam ser novatos. Inexperientes.
Meio-dia era a pior hora de se roubar um banco.
E os idiotas tinham deixado seus cavalos longe demais.
Para piorar, escolheram um banco a pouca distância do gabinete do xerife.
Connor murmurou outra praga.
Aquele era, sem dúvida, o assalto mais mal planejado que já presenciara.
E de assaltos ele entendia. E muito. Mais do que devia, realmente.Connor levou a xícara de café aos lábios, depois olhou dentro dela. Vazia.— Por favor, madame! — ele chamou.
A mulher, que, a julgar pelo tamanho da cintura, era a dona do café, ignorou o chamado e correu com mais quatro fregueses para a porta da frente, onde ficaram, vendo pela vidraça o que se passava na rua.
Connor olhou ao redor. Era o único ainda sentado, comendo.
E o único que queria mais café.— Madame! Com licença... — Ele ergueu a xícara. — Posso ir até o balcão pegar mais café?Ninguém lhe deu atenção.
Todos tinham o nariz encostado no vidro, sussurravam e apontavam para a rua.— Madame! — Connor tornou a chamar, impaciente. Mais uma vez não houve resposta."Droga!", pensou.
Queria apenas mais café para terminar de comer a torta. Seria isso pedir demais?Carrancudo, Connor olhou para o grupo reunido à porta. Bateu a xícara na mesa, limpou a boca com o guardanapo e ficou de pé.— Afastem-se! — ordenou, tendo atravessado o salão.
Os dois homens e as três mulheres reunidos à porta olharam para ele e abriram caminho.
Um dos homens estava pálido e duas mulheres pareciam prestes a desmaiar.Inclinando a cabeça, Connor espiou pelo vidro para inteirar-se da situação.
Teve certeza de que os dois assaltantes, que tinham a atenção voltada para o xerife, mesmo que quisessem, não poderiam, daquele ângulo, vê-lo ali no café.
De mais a mais, os dois eram tão idiotas que não sabiam como se manter em guarda.
Numa ruazinha, perto da esquina, mas fora do alcance da vista do xerife, estavam os cavalos dos bandidos. Três deles.
Isso queria dizer que havia um outro homem dentro do banco.
E o xerife provavelmente não sabia disso.
Colocando o chapéu Stetson, preto, meio caído sobre a testa, Connor abriu a porta.— Não pode sair, senhor! — exclamou um dos homens. — Está havendo um tiroteio aí fora!Connor olhou sobre o ombro.— Por favor, encha minha xícara de café enquanto eu estiver fora.