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6 de junho de 2021

A Dívida de Délia


No calor da batalha contra Napoleão, o Major Lorde Tyverne está ferido e preso atrás das linhas inimigas. 

Um companheiro casaca vermelha vem para ajudar Ty e insiste que não é possível ambos cavalgarem juntos rumo à segurança. Mais tarde, ao descobrir sobre a morte de seu salvador, Ty jura viver impetuosamente em nome do jovem soldado, ajudando a salvar a vida de outra pessoa. Para pagar a dívida de honra, Ty oferece sua mão em casamento para a irmã de seu salvador morto. Delia Croft certamente precisa de ajuda. A pensão que seu primo lhe manda mal dá para manter ela e sua acompanhante vestidas e alimentadas. Mas Delia busca uma união de amor, não arranjada - uma união que um lindo oficial talvez não acredite ser possível…

Capítulo Um

Ele era um homem morto, ou quase morto, não fazia mais diferença. Seu cavalo já tinha ido há muito tempo, tirado de sua miséria após o último tiro de misericórdia da pistola do major. O oficial poderia sem dúvidas encontrar novas balas nesse campo empoçado com o sangue de seus colegas, mas seu braço direito estava tremendo tanto que não seria possível recarregar. Ele ainda tinha sua espada, mas se a usasse com o corte que havia em seu braço esquerdo era mais provável que sangrasse até a morte.
Infelizmente ele estava a pé, sem cavalo, praticamente desarmado e deixando sua vida em um campo estranho que ninguém se importava além dos que ali residiam. O pior de tudo é que seu uniforme ainda estava limpo, exceto pela mancha de sangue que continuava crescendo, um reluzente farol vermelho para qualquer francês que estivesse por perto espiando através da poeira. Pior ainda, o major Lord Tyverne - Ty, para os amigos, que tinha aos montes e família, que tinha aos poucos - se enfiou e se feriu como um idiota atrás das linhas inimigas. Ele decidiu começar a rezar.
Balançando sobre seus pés, ele primeiro precisava decidir sobre o que rezar: uma morte rápida, perdão pelos seus pecados, ou a última chance de pegar um maldito francês ele em uma vingança por esta carnificina sangrenta. Depois disso, ele tinha que saber se o Todo-Poderoso estava disposto a ouvir orações neste dia infernal. Ao olhar em volta, ele duvidou disto. Ele observou uma grande nuvem de poeira se aproximando pela sua esquerda, e uma menor, mas um pouco mais rápida, chegando à sua direita. Cavalaria. Então é isto, Ty tentou se convencer de que estava com sorte. Um monte de soldados que nem haviam feito seu vigésimo nono aniversário. Metade dos soldados sob seu comando foram apenas garotos, mal começando a se barbear antes de serem atingidos por canhões franceses. Em nenhum momento o major considerou deitar-se ao
lado de seu cavalo morto, fingindo estar morto.
De que adiantaria? De toda forma ele não demoraria a morrer
sem a ajuda de um cirurgião. Se render? Nunca. Melhor cair lutando agora do que ser definhar como um prisioneiro dos franceses, na esperança de um resgate que seu pai nunca pagaria. Ele jurou a si mesmo que não iria encontrar o criador pensando sobre aquele desgraçado. Ao invés disso, ele tentou lembrar-se de sua querida mãe antes de falecer, seus irmãozinhos e sua irmã, no campo verde e nas flores, no seu primeiro pônei.
Certamente não havia nenhum pônei se aproximando pela direita. Era um enorme espumante cavalo de batalha, ensopado de suor com um soldado carregando uma espada em suas costas… um soldado britânico de cabelos ruivos e casaco vermelho. O homem parou seu cavalo empinando sobre suas patas traseiras, e em seguida desceu da sela, a menos de um pé de distância do major.
— Um pouco incômodo, não?