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22 de outubro de 2011
A Ladra E O Conde
Uma mulher como poucas...
Kate estava acostumada ao lado mais cruel da vida.
Criada num orfanato, ela sobreviveu como batedora de carteiras nas ruas de Londres.
Por isso, quando seu mundo colidiu com o dos ricos numa tentativa frustrada de assalto, ela se preparou para nada menos que a prisão.
Em vez disso, porém, viu-se alvo da bondade e gentileza de um homem muito rico... e descobriu-se desejando seu coração...
Quando Alec Breckridge decidiu ajudar aquela encantadora menina de rua, não imaginava que se sentiria tão atraído, e muito menos que fosse ele quem teria de conquistar a confiança dela.
Agora, à medida que um perigoso segredo ameaça separá-lo de Kate, ele arriscará qualquer coisa para provar seu amor à mulher que roubou seu coração... Uma mulher como poucas...
Capítulo Um
Londres, Inglaterra
— Pelo amor de Deus, vá direto ao assunto! — Alec pediu com impaciência. — Fica dando voltas, Anthony, e eu tenho muito a fazer — completou, encarando o amigo que, relaxado, o fitava com um copo de uísque na mão.
— Como se fosse o único que trabalha — replicou Anthony Whitfield, a indolência combinando com os trajes elegantes.
— Todos sabemos que trabalhar não faz parte da sua rotina — replicou Alec com um suspiro.
Apreciava a companhia de Anthony, duque de Glassboro e seu melhor amigo, mas embora admirasse seu humor e inteligência, sabia que o nobre devotava a vida ao prazer pessoal e nada mais.
— Por que diz isso? — protestou o duque. — Tenho andado muito ocupado ultimamente.
— É mesmo? Com o quê?
— Ora, um contingente de mulheres que pede minha atenção. Dá um trabalho enorme atender a todas... Não me sobra tempo para mais nada.
— Eu não me referia a seu harém. Falava de trabalho de verdade, como tomar decisões e tocar negócios adiante.
— Por Deus, homem! Por que eu faria algo tão inútil? Meu pai, que Deus o tenha, deixou-me uma herança tão grande que levarei o restante da vida para gastar. Seria uma pena eu subir ao paraíso sem ter aproveitado a vida aqui embaixo.
— O paraíso não costuma receber depravados.
— Tenho dinheiro demais para ir a qualquer outro lugar que não seja o paraíso.
Alec sorriu, complacente.
Apesar de amigos, eles eram muito diferentes.
Anthony apreciava ir a festas, beber, jogar.
Ele, ao contrário, só trabalhava. Na verdade, até demais.
Ainda era difícil acreditar que fazia apenas quinze anos que o pai de repente tombara morto durante o desjejum.
Conversavam à mesa, em uma manhã como tantas outras, quando Edward Breckridge, sétimo conde de Somerset, respirou fundo, fechou os olhos e despencou para a frente, caindo com o rosto sobre o prato.
Ele, Alec, fora criado para administrar os negócios do pai, mas não estivera preparado para mudança tão brusca, sobretudo porque mal havia completado dezessete anos na época.
Bem que gostaria de ter tido ainda alguns anos de vida frívola, sem a responsabilidade de administrar o patrimônio da família...
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