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30 de outubro de 2011

A Caminho Do Exílio







Pecado e vicio rondavam victoria. Só um grande amor teria forças para libertá-la.

O luar incidia sobre o convés do iate que levava a Princesa Victoria para o exílio.
Absorta, ela não via a beleza da noite estrelada.

Em sua mente, as cenas ocorridas no Palácio de Klaklov ainda estavam vívidas, com horror, lembrou-se de sua noite de núpcias, quando descobriu que o Rei, seu marido, homem devasso e viciado em drogas, queria que participasse de suas orgias.
Então, fugiu.
Ocultando sua identidade, conseguiu ajuda de um misterioso desconhecido.
Agora que estava à mercê do destino, ela decidiu que nunca mais ousaria sonhar com o amor.

Capítulo Um

1896
— Não adianta! — exclamou a Rainha Victoria — Não posso dar o que não possuo. Atualmente não há Princesas da família real em disponibilidade.
Ela falava com determinação.
A Soberana irritava-se quando pediam que designasse uma de suas parentes a algum trono da Europa, no caso de não ter nenhuma disponível.
O Primeiro Ministro, o Marquês de Salisbury, deu um suspiro, enquanto o Conde de Rosebery, Secretário de Estado de Assuntos Exteriores, franzia a testa.
Após um silêncio constrangedor, o Marquês disse,
— Sei que Vossa Majestade sabe melhor que qualquer um, como é importante conservar os países balcânicos, mesmo o menor deles, longe da influência russa.
A Rainha não ignorava essa necessidade premente.
A verdade era que a Rússia usava de todos os meios possíveis para provocar motins nos Balcãs. Incitava revoluções a qualquer pretexto.
Houve outro silêncio embaraçoso até que o Conde de Rosebery arriscasse uma sugestão.
— Tenho uma idéia, mas não sei se Vossa Majestade a aprovaria.
— Que idéia é essa? — indagou a Rainha.
Ela inspirava pavor nos súditos, em especial quando se aborrecia com seus estadistas por alguma falha diplomática.
— Penso, Majestade — explicou o Conde — que a Princesa Beatrice de Leros tem uma filha na idade de se casar.
A Rainha encarou-o perplexa.
— Lembra-se dela, Majestade? — continuou o Conde — Quando voltou para a Inglaterra, após o assassinato do marido, o Príncipe Philimon, Vossa Majestade permitiu que a Princesa e a filha morassem numa das pequenas casas, onde os membros pobres da família real vivem, nas redondezas do Palácio em Hampton Court.
— Isso foi há muitos anos — admitiu a Soberana — Honestamente, confesso que havia me esquecido delas.
— A Princesa Beatrice — interrompeu-a o Marquês de Salisbury — é parente distante de Vossa Majestade. De fato, não pertencia à realeza até o Príncipe Philimon vir à Inglaterra e se apaixonar por ela. Casaram-se, apesar dos protestos do Governo grego.
— Recordo-me de alguma coisa a esse respeito agora — confessou a Rainha — Mas, como bem dizia o primeiro Ministro, a Princesa Beatrice é parente muito distante.
— De qualquer maneira — replicou o Primeiro Ministro — ao se casar com o Príncipe Philimon, tornou-se membro da realeza grega.
— Sim, sim, naturalmente.
A Soberana irritava-se consigo mesma por não ter se lembrado da Princesa.
Também considerou o Marquês de Salisbury um tanto quanto insistente.
— A menos que eu esteja enganado, Majestade — o Conde de Rosebery acrescentou — a filha da Princesa tem o mesmo nome de Vossa Majestade, e deve estar agora com dezoito anos de idade.
A Rainha deu um profundo suspiro.

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