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18 de julho de 2010

Série Prescott

1 - Adorável Forasteira

Tudo era diferente no Oeste Selvagem!

Amélia Prescott mal pôde acreditar quando acordou e descobriu suas pernas enlaçadas nas de Gabriel Hatch.
Porém, não dispunha de tempo para fazer o atraente vigarista mudar de vida, mesmo sendo ele mais charmoso do que a lei permitia.
A srta. Amélia Prescott era mesmo intrigante, Gabriel concluiu.
A nova-iorquina bem-intencionada, que atravessara a fronteira com bravura em busca do irmão obstinado, havia desabrochado sob o vasto céu do Oeste.
E, milagrosamente, feito o coração endurecido de Gabriel começar a derreter.

Capítulo Um

Amélia Jenks Prescott endireitou os ombros e emitiu um suspiro deliberadamente alto. Se o sujeito de aparência duvidosa sentado à sua frente possuísse a mínima noção de cavalheirismo, ele acordaria e moveria as pernas longas para o lado, a fim de dar a ela um pouco de espaço.
Parecia que semanas haviam se passado, desde que Amélia trocara o conforto relativo do trem pela minúscula diligência, no leste do território de Dakota.
No início, somente ela e Morgan ocupavam o veículo, o que tornara a viagem tolerável. Em Rapid City, porém, um homem e uma mulher haviam se juntado a eles.
A mulher havia se apresentado de maneira vaga, dizendo chamar-se sra. Smith.
O homem sequer dissera alô. Os dois haviam caído no sono assim que a diligência se pusera em movimento, um feito que Amélia descobriu impossível ao longo da viagem longa e desconfortável.
Passou um dos pés por cima da bota do sujeito e tentou esticar as pernas. Ao menos, chegariam em Deadwood naquela noite. Então, ela poderia encontrar Parker, descansar por dois ou três dias e, com um pouco de sorte, estaria de volta a Nova York dentro de menos de duas semanas.
Cutucou a perna do passageiro com o joelho. Através do tecido fino de seu vestido, sentiu-lhe os músculos rijos da coxa. Para sua própria surpresa, Amélia corou.
Não era o tipo de mulher que corava com facilidade, mas também não estava habituada a ter as pernas enlaçadas com as de um estranho… Um estranho muito atraente.
Um estranho de cabelos loiros e ondulados, costeletas e bigode.
Os olhos eram azuis.
Amélia teve um rápido vislumbre deles, antes que o homem adormecesse. Dispondo de tempo para examiná-lo, chegara à conclusão de que ele não era um sujeito decente.
As roupas, apesar de serem de boa qualidade, apresentavam-se amarrotadas.
A camisa branca estava aberta no colarinho, onde não havia o menor sinal de uma gravata. Além disso, fazia no mínimo três dias que ele não se barbeava.
Como as tentativas anteriores, bastante sutis, não haviam surtido efeito, Amélia pigarreou e disse:
— Senhor, poderia fazer a gentileza de encolher um pouco as pernas?
Os olhos azuis se abriram.



2 - A Escolhida


Dizem que os opostos se atraem...

Parker Prescott não tinha a menor intenção de se envolver com qualquer rabo-de-saia, mas Molly Hanks era o tipo de mulher capaz de fazer um homem tremer... com ou sem sua espingarda!

Molly sabia reconhecer um homem sem destino e de boa lábia assim que o via.
Um homem tão charmoso era perigoso. E ela tinha coisas melhores a fazer, além de tomar conta de um caubói tolo!

Capítulo Um

Territ6rio de Wyoming
Novembro de 1876
Parker Prescott empurrou a aba do chapéu para longe dos olhos e fez uma careta ao observar a rua de terra. Quem quer que houvesse batizado aquele lugar de Canyon City, "cidade do cânion", possuía excelente senso de humor.
Aquilo não se parecia em nada com uma cidade e, ao longo das planícies que ele acabara de atravessar, o que vira de mais parecido com um cânion fora o buraco de marmota que deixara sua égua manca.
Com um suspiro, descobriu que a cocheira ficava do outro lado da cidade, depois de três saloons, uma casa de banho e uma barbearia. Afagou a crina da montaria e disse:
— Só mais um pouco, Diamond. Então, poderá descansar sua perna ferida.
Como havia caminhado pelos últimos quilômetros, a idéia de um banho era mais que atraente. Cuidaria de Diamond e, então, voltaria à casa de banho e tentaria livrar-se das dores musculares e do mau humor, dentro de uma banheira fumegante.
Com certeza, as dores desapareceriam muito antes do mau humor.
Diamond pareceu perceber que a dura viagem chegava ao fim, pois sacudiu a cabeça e seguiu Parker de boa vontade.
O acidente com o animal fora o último de uma seqüência de acontecimentos da mais pura falta de sorte. Parker chegara a se perguntar por que deixara Nova York.
Partira de Deadwood, no território de Dakota, em outubro, planejando chegar à costa oeste antes do inverno, a fim de tentar a sorte nas minas de ouro, já quase esgotadas, da Califórnia.
Porém, fora apanhado de surpresa por uma tempestade de neve, ainda no início do outono, e fora forçado a abrigar-se em uma caverna, até seus suprimentos chegarem ao fim. Então, tivera de voltar a Lead, para se reabastecer.
Quando finalmente deixara as montanhas, alcançando as imensas planícies, havia se perdido, tendo vagado como um idiota durante dias.
Definitivamente, concluiu, jamais seria um homem das montanhas.


Série Prescott
1 - Adorável Forasteira
2 - A Escolhida
Série Concluída