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16 de junho de 2019

Céu azul, negra noite


A vida de Elise de Bois, filha ilegítima do Rei Henrique II da Inglaterra, mudou no dia em que conheceu Sir 

Bryan Stede, inigualável guerreiro, nobre de escassa fortuna e fiel a seu senhor. Bryan acredita que a moça tem algo a ver com a morte de seu Rei e a trata com brutalidade. Isso fez nascer neles um rancor alimentado pelos mal-entendidos. Mas indevidamente seus destinos se cruzam uma e outra vez... Até que o Rei decide casá-los.
Entre a Inglaterra e a Palestina das Cruzadas, o mundo medieval com sua fascinação e sua dureza é  testemunha de uma história de amor tão intensa como tempestuosa, que constitui a mais inesquecível das leituras.

Julho de 1189, O Castelo de Chinan.
A chuva se converteu em uma miserável garoa. Já fazia muito tempo que tinha encharcado a capa de Elise, um singelo objeto de lã que ainda assim resultava mais apropriada para a peregrinação que se dispunha a fazer naquela noite. O capuz se estendia sobre suas feições e ocultava a suntuoso comprimento de seus cachos dourados avermelhados, nos quais poderia em um momento como aquele, ter atraído o olhar de certos homens.
Um momento como aquele...
O barulho surdo das gotas de chuva que se chocavam contra o pomo da sela de seu cavalo, era como uma sucessão de pequenos marteladas desferidos sobre seu coração. O rei estava morto. Henrique II, pela graça de Deus, rei da Inglaterra, Duque da Normandia e Conde de Anjou tinha morrido. E apesar de tudo o que ele tinha sido, belo, valente, carregado de vitórias... ou cruel, velho e derrotado, Elise o tinha amado com uma devoção singela e cega que muito poucas mulheres poderiam dar.
Ela o tinha entendido de uma maneira que muito poucas mulheres poderiam ter feito isso. Tinha conhecido, e tinha estudado avidamente quanto pôde a respeito dele. Henrique, o neto de outro Henrique, o último filho de Guillermo o Conquistador, tinha nascido sendo o herdeiro de Anjou... e da Normandia. Seu pai tinha lutado para que tivesse Normandia, e sua mãe tinha lutado para lhe entregar a Inglaterra. Ela acabou falhando, e então Henrique travou uma longa e dura batalha com o Esteban da Inglaterra para se apropriar da herança com a morte de Esteban. Através de Leonor da Aquitânia, chegou, conseguir todas aquelas vastas posses no  Sul da França.
Não tinha sido unicamente o Rei da Inglaterra, porque também era um monarca europeu das mais altas dimensões. Pela Normandia, Aquitânia, Anjou e o Maine, devia fidelidade ao Rei francês, mas Henrique foi o governante indiscutível. Até que o jovem Rei da França, Felipe Augusto, e os mesmos filhos de Henrique, se rebelaram contra a mão severa com que os controlava.