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4 de junho de 2012

Caso de Amor

Ele estava realmente numa situação delicada!

Um dedicado homem da ciência, que prezava, acima de tudo, a lógica e a razão, Baxter St. Ives não podia acreditar que estivesse realmente se fazendo passar por um simples assistente para conseguir se aproximar de uma mulher liberada.
Aceitar o papel de caçador de um assassino era uma coisa, mas descobrir que estava descontroladamente apaixonado por sua nova chefe era fazer de sua vida um caos.
Era o suficiente para levar um homem a se trancar no santuário do seu laboratório e nunca mais sair. Mas, em vez disso, St. Ives resolve conduzir uma experiência, uma perigosa investigação científica na temerária alquimia do desejo.
À medida que o ousado St. Ives se lança à tarefa de seduzir Charlotte, no entanto, o mistério que os envolve vai ficando cada vez mais denso, pois um assassino perigoso ainda está à solta em Londres, planejando o afastamento dos amantes… ou vê-los unidos para sempre — na morte.

Capítulo Um

 — Não tenho outra opção a não ser a franqueza, Sr. St. Ives. Infelizmente, o senhor não é exatamente o que eu esperava de um secretário assistente. — Charlotte Arkendale cruzou as mãos sobre a mesa de mogno e examinou Baxter com olhar crítico.
— Sinto muito que tenha perdido seu tempo. A entrevista não estava indo como ele esperava. Baxter ajustou os óculos com aros de ouro e prometeu a si mesmo que não ia ceder ao impulso de rilhar os dentes. — Desculpe-me, Srta. Arkendale, mas tive a impressão de que estava procurando uma pessoa de aparência inócua e desinteressante. — Isso mesmo. — Sua descrição exata do candidato ideal foi, repito suas palavras, uma pessoa de aparência tão inofensiva quanto um bolo de batata. Charlotte piscou os olhos grandes, verdes e inteligentes.
— O senhor não me compreendeu corretamente. — Eu raramente me engano Srta. Arkendale. Sou extremamente preciso metódico e deliberado em tudo que faço. Enganos são cometidos por pessoas impulsivas ou com disposição para sentimentos fortes demais. Posso garantir que esse não é o meu temperamento.
— Concordo plenamente com o senhor sobre os riscos de uma natureza passional. — ela disse rapidamente. — Na verdade, esse é um dos problemas... — Permita-me ler o que a senhorita escreveu na carta para seu ex-assistente, agora aposentado.Baxter a ignorou. Tirou a carta do bolso interno do casaco levemente amarrotado. Tinha lido a maldita coisa tantas vezes que quase sabia de cor, mas fez questão de olhar com atenção para a letra muito caprichada. “Como sabe, Sr. Mareie, preciso de um assistente para tomar seu lugar.
Deve ser uma pessoa de aparência comum e discreta. Quero um homem capaz de fazer seu trabalho sem ser notado, um cavalheiro com quem eu possa me encontrar freqüentemente sem atrair atenção ou comentários indevidos. Além dos deveres usuais de um assistente geral, que o senhor cumpriu admiravelmente bem nos últimos cinco anos, o novo assistente terá outras obrigações complementares.
Não quero aborrecê-lo descrevendo minha situação atual. Basta dizer que devido a eventos recentes, preciso de um indivíduo forte do qual eu possa depender para minha defesa pessoal. Em resumo, quero contratar um guarda-costas e um assistente. As despesas como sempre, devem ser levadas em consideração.
Assim sendo, em vez de contratar dois homens para esses serviços, cheguei à conclusão de que é mais econômico contratar apenas um capaz de assumir as responsabilidades dos dois cargos...” — Sim, sim. Lembro-me perfeitamente das minhas palavras — Charlotte interrompeu com impaciência.
— Mas a questão não é essa. Baxter continuou teimosamente: "Portanto, peço que me envie um cavalheiro respeitável que preencha os requisitos acima e com uma aparência tão inofensiva quanto a de um bolo de batata." — Não vejo qual a necessidade de o senhor repetir tudo que está escrito, Sr. St. Ives. Baxter insistiu: "Ele deve ter um alto grau de inteligência, uma vez que terá de se encarregar das investigações de costume para mim. Porém, na capacidade de guarda-costas, deve também saber manejar uma pistola, para o caso de acontecer alguma coisa desagradável. Acima de tudo, Sr. Mareie, como o senhor sabe muito bem, ele deve ser discreto."
— Basta, Sr. St. Ives.
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