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8 de maio de 2010

Coração Sequestrado

















Somente o amor transforma a vingança em paixão...

Criada pelo irmão Raynor, após a morte dos pais, Chryssa de Clennwald é tudo o que uma nobre dama deve ser: educada, gentil e responsável.
No entanto, as boas maneiras e o senso de dever não impedem que ela seja raptada nas movimentadas ruas de Londres e feita refém por Garrett de Thornhurst, um cavaleiro saxão determinado a se vingar de Raynor.
Enfurecida, e intrigada pelos beijos sedutores de seu raptor, Chryssa jura que o fará pagar pelo mal cometido, induzindo-o a se casar com ela...Garrett nunca teve intenção de fazer mal a Chryssa.
A jovem normanda é uma simples conveniência, um instrumento para alcançar seu objetivo, que é vingar-se do irmão dela. Pelo menos é assim que ele pensa até embrenhar-se com ela floresta adentro. Garrett não pode imaginar que aquela mulher encantadora se tornará essencial para a sua vida... E para o seu solitário coração...

Capítulo Um

Londres, 1067
As ruas de Londres fervilhavam. Mercadores expunham todo tipo de produtos e animais, enquanto crianças gargalhavam e corriam entre as barracas, perseguidas por seus cães.
— Não o encontraremos no meio de tanta gente. Deveríamos estar em casa... Em Thornhurst!
Chryssa ouviu o homem se queixar, mas não o viu, muito mais interessada no pão que acabara de comprar.
Duas boas mordidas aliviaram um pouco a fome que sentia. Tudo o que desejava agora era um copo d'água.
Pôs-se nas pontas dos pés para tentar ver alguma coisa além da multidão.
O gentil mercador lhe afirmara que ela encontraria o irmão ali, entretanto a tarefa lhe parecia qua¬se impossível naquele lugar.
De repente, sentiu um empurrão que a fez derrubar o pão. O bolo de comida que mastigava se alojou no fundo da garganta, engasgando-a.
Tentou tossir ou terminar de engolir a massa. Teria conseguido, não fosse pelo fato de alguém tê-la segurado pela cintura de uma forma íntima demais.
— Nada mau para quem esteve preso por um ano, não é Garret? — Chryssa reconheceu a voz do queixoso. No segundo seguinte, ele a levantava pela lateral da cintura sem dificuldade e a carregava em meio à multidão.
Ela tentou gritar, porém a massa de pão ainda lhe obstruía a garganta.
Seus cabelos se soltaram da trança que tinha prendido num penteado acima da cabeça e caíram-lhe por cima do rosto, o que ocultou seu olhar de desespero.
— A providência nos enviou este belo tesouro.
— Não temos tempo para que se divirta com a meretriz, Farrel, por mais que ela esteja disposta.
Meretriz? Disposta? Chryssa ouviu o diálogo, indignada, tossindo e mastigando avidamente para tentar se ver livre da comida e se vingar daqueles ordinários o mais breve possível.
— Posso arrancar-lhe as saias e completar o serviço num piscar de olhos — declarou o rapaz, o que a fez engasgar ainda mais. — Seria uma pena não possuí-la, mesmo que rapidamente.
— E onde imagina poder se deitar com ela nestas ruas lotadas?
— Atrás daquele portão. Ela não é muito pesada, posso ficar em pé.
— Nem mesmo um nobre encontraria tanta carne para uma refeição...
— comentou o tal Garret, embora seus olhos cinzentos parecessem um tanto ansiosos enquanto caminhavam para o lugar que Farrel indicara.
— Não gastarei quase nada do nosso tempo. Permitirei até que vá com ela depois de mim.
A generosa oferta fez com que o sangue nas veias de Chryssa fervesse. A última porção de pão escorregou por sua garganta, por fim, fazendo-a tossir.
Garret percebeu sua aflição e tentou enxergar-lhe o rosto através da massa de cabelos.
A pobre devia ser muda. Pena que não tivesse demonstrado isso antes.
Segurou-a pelo braço e Farrel franziu a testa, puxando-a de volta.
— Ei, ela é minha! — exclamou Farrel.
— Agora não! — retornou Garret.
Os dois homens se olharam com raiva, ignorando-a completamente, o que a enfureceu ainda mais.
Ambos eram fortes e atraentes, mas isso não mudava em nada a fúria que sentia naquele momento. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
Sempre fora tratada gentilmente e com respeito, como uma dama. Até aquele dia, nem sequer havia sen¬tido raiva.
Nunca passara por uma situação humilhante como aquela, pois crescera protegida do lado ruim da humanidade.
Quando conseguiu retomar o controle do corpo e se firmar no chão, escorregou em uma pedra, e uma parte pontiaguda desta penetrou-lhe o calcanhar.
Seus joelhos se dobraram com a dor, e ela se esforçou para não ceder. Tinha de manter o controle.
Ergueu a perna no intuito de ver o corte, mas os dois homens foram empurrados pela multidão e a espremeram entre eles.
Chryssa praticamente perdeu a respiração na posição em que se encontrava.
Quando conseguiu voltar a respirar, arrependeu-se, pois seu estômago revirou devido ao forte odor que as roupas de couro exalavam.
Por alguma razão inexplicável, o cheiro a fez voltar a si. Irada, ela deu uma joelhada em um dos homens e acertou o outro com o cotovelo, afastando-se rapidamente do tumulto.
Vendo-os abaixados, sorriu para si mesma, satisfeita.
— Dane-se a mulher! — decidiu Farrel num grunhido, curvado devido ao golpe na virilha.
Garret ficou admirado quando ouviu a voz de Chryssa.
— Meretriz? Carne para uma refeição? — ela gritou, enlouquecida. — Bastardos!
Como ousam me tocar? Quisera ter um chicote para açoitá-los até sangrar, então os deixaria para serem comidos pelos urubus!



Esta História continua...A Prisioneira é a irmã de 
Garret  nosso héroi de Coração Sequestrado.


2- A PRISIONEIRA






Inglaterra e Escócia, 1073

Coração roubado!


Para escapar de um casamento indesejado, Felícia de Thornhurst partiu para a Escócia em busca de seu amigo Farrell, que com certeza lhe daria apoio.
De repente, no entanto, ela se viu refém de um poderoso líder de clã, coincidentemente, irmão do homem a quem ela procurava.
Furiosa por ter sido aprisionada, Felicia percebeu que seu captor lhe roubara não só a liberdade, mas também o coração...
Já que não podia reivindicar as terras que seu ganancioso irmão lhe havia tomado, Ryan McKinnon estava determinado a tomar posse de algo que Farrell desejava ainda mais: a encantadora jovem saxã que viera à procura dele.
Seu plano, porém, começa a dar errado a medida que Felícia se torna mais ardilosa a cada dia que passa... Até que não pensava em mais nada a não ser que ela lhe desse seu amor de boa vontade.

Capítulo Um


Inglaterra, 1073
A fazendola queimava bem diante de seus olhos.
Rolos de fumaça vermelha, alaranjada e negra subiam em meio ao céu de nuvens carregadas.
Era uma fumaça densa, perseguida pelo vento do campo que vinha da floresta ao redor, e que balançava os galhos dos pinheiros, erguendo as cinzas do chão.
De pé, longe das chamas, Ryan McKinnon fitou o fogo, os lábios comprimidos.
— Tragam os prisioneiros à minha presença — comandou.
— E Johne? Quer ter o direito de matá-lo. — alguém replicou com hesitação.
— Não me interessa o que Johne deseja — resmungou Ryan.
— Mas... são apenas meninos...
Ryan se afastou do fogo e fitou com animosidade seu companheiro de longa data.
— Morgunn, para você todo mundo é menino, a menos que seja velho demais para erguer uma espada — criticou.
Morgunn mexeu os pés enormes em um gesto de desconforto, e adotou uma expressão desaprovadora. — Os prisioneiros disseram que a fazendola já estava em chamas quando chegaram — justificou.
— Traga-os aqui — insistiu Ryan com brusquidão.
— Está bem.
Morgunn deu de ombros e foi cumprir a ordem enquanto Ryan refletia, confuso.
Porque Farrell demonstrara piedade para com aquela família depois de ter matado todos os outros?
E o que quisera dizer ao deixar a mensagem: Digam a Ryan que apenas covardes fazem guerra contra mulheres e crianças.
Ele franziu a testa. Ora! E o que importava isso agora? Pouco ligava para o que Farrell tivesse a declarar.