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17 de fevereiro de 2012
De Inimigo...A Amantes Em Fuga
O escocês e eu...
Agente do Serviço Secreto de Sua Majestade, Alex Hepburn tem um sexto sentido que frequentemente se manifesta durante suas missões, como a de evitar o atentado contra a vida da rainha, no Castelo de Balmoral, por um conspirador que ele há muito tempo está à caça.
Contudo, uma misteriosa mulher põe seu plano a perder e foge...
Ela é Mahri Scot, ex-mensageira da facção que Alex jurou destruir.
Mahri sabe manejar um revólver ou um punhal com a destreza de um homem e, disfarçada como um rapazinho, passa praticamente despercebida.
Ela nunca encontrou um homem que não conseguisse enganar, ludibriar ou manipular... até agora.
Com Alex incansável em seu encalço, ela foge para o interior da Escócia, e ali descobre que, às vezes, a rendição pode ser a vingança mais doce... e a mais perigosa...
Capítulo Um
Escócia, Castelo de Balmoral julho de 1885
No instante em que seus olhos pousaram naquela mulher, Alex pressentiu problema.
Mas, por mais bonita e interessante que fosse, sua concentração estava toda voltada para o caso em que trabalhava e ele chegou a se perguntar se ela não poderia ser quem procurava.
Olhara os cabelos loiros que despertaram sua atenção.
Nas Terras Altas, região montanhosa de Deeside, os nativos tinham predominantemente, como ele, os cabelos escuros dos celtas. A
quela jovem tinha o tipo físico de uma inglesa.
Podia apostar que os olhos dela eram azuis.
Ela voltou instintivamente a cabeça, como se percebesse que alguém a observava, e seus olhares se encontraram.
E numa fração de segundo, antes que ela desviasse o olhar, Alex leve um lampejo de reconhecimento, como se uma ínfima corrente elétrica percorresse seu cérebro.
Muito estranho, porque tinha certeza de nunca tê-la visto antes. Ficaria de olho nela, Hepburn, disse a si mesmo.
Depois de observá-la perambular entre os convidados como se procurasse por alguém, Alex resolveu tirá-la da cabeça.
Afinal, ela parecia bastante inofensiva. Além disso, estava a procura de um homem, e não de uma mulher.
— Por onde você anda filho do diabo? — Uma voz disse baixinho ao ouvido de Alex:
— Sua Majestade está prestes a entrar. O que vai acontecer agora?
Era Gavin, seu irmão. Embora a semelhança entre os dois fosse impressionante, faltava ao primeiro o charme e a expressividade do irmão.
— Temos de esperar — Alex respondeu. Ele percorreu com os olhos os convidados que se amontoavam no salão de baile do castelo; a nata da sociedade escocesa estava ali reunida para prestar homenagem à rainha Victoria.
Seria uma recepção sem dança.
Desde a morte do marido, ela levava uma vida discreta. A frivolidade não era vista com bons olhos.
Fez-se silêncio quando as portas do salão foram abertas e Sua Majestade entrou, ladeada pela guarda de honra que usava kilt, o tradicional saiote escocês. Alex havia se posicionado para observar os convidados.
Examinava os rostos, tentando detectar qualquer sinal estranho.
Esperava que seu colega do outro lado do salão não fosse muito atento, pois logo deduziria que se tratava de uma encenação, uma armadilha cuidadosamente engendrada para capturar um traidor. A "rainha" não era a rainha, mas alguém que se parecia com ela; os "lacaios", com casacos verde-escuros e saiotes xadrez, não passavam de policiais disfarçados.
Ele não fazia parte da operação oficial; trabalhava sozinho e se reportava somente a seu chefe de seção, o comandante Durward, e na ausência deste, como naquele momento, a Dickens, o responsável local pela segurança.
Gavin não tinha participação alguma na operação.
Era apenas um convidado, mas concluíra que alguma coisa estava para acontecer quando seu irmão mais velho aparecera na cabana de caça e pesca da família, na semana anterior, e lhe dissera que antecipavam problemas na recepção da rainha.
Ele também pedira a Gavin que ficasse de boca fechada e olhos bem abertos, e essa era toda a contribuição que Alex esperava dele.
No momento, circulava entre os convidados, fazendo praticamente a mesma coisa que o irmão. Quando a suposta rainha e seu séquito começaram a percorrer o corredor aberto por seus vassalos, todos foram abaixando as cabeças.
As saias das damas farfalhavam ao fazerem a vênia.
Alex fez um gesto mecânico com a cabeça.
Ao levantá-la, viu que a moça loira caminhava rapidamente em sua direção.
Mal havia se dado conta disso, quando ela sacou uma pistola das dobras da saia e puxou o gatilho.
Ele ouviu o estampido ensurdecedor do disparo, sentiu o sibilar da bala passando de raspão por sua cabeça e ouviu o gemido da pessoa alvejada atrás dele.
Aos gritos, a agitada multidão de convivas, qual ondas de um mar bravio, fez com que ele quase perdesse o equilíbrio e precisasse se firmar as pernas.
Com alívio, ele viu que a guarda da rainha havia cerrado fileiras em torno da "sósia", e ela foi conduzida às pressas para fora da área da recepção.
Foi então que um segundo tiro foi disparado, acertando o lustre e fazendo-o balançar assustadoramente sobre as cabeças dos presentes.
A multidão em pânico se acotovelou até as portas francesas que davam pura os jardins, sem que os falsos lacaios conseguissem contê-la.
Alex ficou perscutando a onda humana que se debatia para sair.
Não havia sinal da mulher de cabelos loiros.
— Gavin!
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