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16 de janeiro de 2011

Depois da meia-noite





O Lorde e a Condessa

Maggie descobre, no espaço de poucas horas, que seu falecido marido era um impostor, que ela nunca foi condessa, que está sendo acusada de traição, que não tem onde morar, e que está sem um centavo no bolso. 

E o único homem que pode ajudá-la não parece inclinado a confiar em sua inocência.
Tudo que lorde Edward deseja é ver-se livre da beldade que apareceu à sua porta. 
Ele não está interessado nas explicações lamuriosas da jovem viúva, e sim numa possível pista para desvendar a identidade do maior traidor do país, uma informação valiosa que pode, ou não, ter sido sepultada com o marido de Maggie Peabody. 
Até que a questão seja esclarecida, Edward terá de vigiar a sua hóspede dia e noite, embora não tenha certeza de conseguir resguardar o próprio coração dos encantos da frustrada condessa...

Capítulo Um

Quando Edward começava a adormecer em seus aposentos, sua mente sonolenta foi despertada pelo som de vozes femininas. Mas sua própria consciência assegurava-o da impossibilidade de tal ocorrência. Afinal, ele não tinha esposa, irmã, nem mesmo mãe, para invadir seus domínios masculinos. Virou-se, então, com a firme intenção de voltar a dormir.
Porém uma voz feminina aguda o despertou, e desta vez não importava o que dizia sua mente, ele se deu conta de que ela estava dentro da Mansão Warwick.
Edward pulou da cama para ouvir e apesar de as palavras serem indistinguíveis, elas com certeza eram articuladas por uma ou duas mulheres. Edward vestiu uma calça e correu para a escada, para verificar o que estava acontecendo em sua casa.
Do alto da escadaria, ele pôde observar o tumulto que estava ocorrendo lá embaixo. Ele permaneceu paralisado, estático. A mulher mais linda que ele já vira estava dando ordens para seus criados como se fosse a proprietária da casa. Assombrado, Edward se deu conta de que uma das ordens era para carregarem os baús para os aposentos da "condessa".
Com um breve olhar, ele contou catorze baús. Somando-se à arrogância da recém-chegada, havia uma versão mais jovem dela usando óculos, uma mulher idosa com trajes de serviçal e o gato mais gordo que ele já havia visto, todas falando ao mesmo tempo, com exceção do gato.
Edward pigarreou, mas ninguém percebeu sua presença. Ele começou a descer a escada e pigarreou mais alto. Desta vez as intrusas olharam.
Sem se dar conta de que estava sem camisa, ele perguntou:
— O que significa isso?
A que parecia liderar o grupo deu um passo à frente, e Edward não conseguia parar de admirar os olhos escuros que contrastavam com a pele alva. Depois de estudar as faces rosadas, Edward avaliou o corpo gracioso que o elegante vestido azul-cobalto que ela usava parecia realçar.
— Quem é este senhor? — ela perguntou, então embaraçada, levou a mão à boca.
— Gostaria de fazer a mesma pergunta quanto à senhora — retrucou Edward.
— Esta é a Mansão Warwick, não é? — ela indagou.
— Sim, é — ele concordou, descendo a escada.
Ela ergueu a cabeça e falou:
— Caro senhor, eu sou lady Warwick, e esta é a minha casa.
— E eu, milady, sou lorde Warwick e saberia com certeza se Vossa Senhoria fosse minha esposa!