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11 de fevereiro de 2012

Desejos Ocultos

Elizabeth de Bredon era uma mulher independente que estava decidida a ser freira, mas no trajeto para o convento de Santa Ana sua convicção começou a fraquejar. 

Não se sentia tentada pelos frades que a escoltavam, mas pelo homem que os acompanhava e que fazia penitência por seus muitos pecados. 
Ela tinha ouvido falar sobre como o príncipe William tratava às mulheres, e embora soubesse que o filho do rei era muito dado às mentiras, à crueldade e ao assassinato, custava-lhe resistir a seu encanto. 
Mas quando a viagem tomou uma aparência traiçoeira e as mentiras começaram a serem reveladas, os braços do perigoso príncipe se tornaram o único lugar seguro. Enquanto a traição os perseguia, tinham que enfrentar a uma vingança desumana… 
E a seus próprios desejos pecaminosos. 

Comentário revisora Kelly: Livro lindo, mocinho TDB e mocinha guerreira, um espadão sem defeito algum. Leiam e comprovem. 

Capítulo Um 

Elizabeth de Bredon avançou pelo grande salão do castelo de seu pai com passo firme e o queixo elevado. 
A pesada saia que vestia se movia contra suas longas pernas, seu cabelo vermelho começava a escapar do fino diadema de ouro que o sujeitava, e seu estado de ânimo distava muito de ser hospitaleiro. 
Os homens do príncipe William conseguiam ser piores que o resto dos membros de seu deplorável sexo, e já tinha tido que resgatar duas criadas e uma ajudante de cozinha de suas libidinosas atenções. 
E isso tendo em conta que nem sequer tinha conhecido ainda ao perverso príncipe em pessoa, embora o mais provável fosse que estivesse atacando às leiteiras de seu pai… ou talvez às próprias vacas. 
Lembrou a si mesma que só faltava uma noite mais para que a segurança do castelo deixasse de ser responsabilidade dela. 
Felizmente, o convento de Santa Ana estava apenas a duas noites de viagem. 
Ali estaria a salvo durante o resto de sua vida dos homens e de seus libidinosos desejos… Ou talvez não, porque os monges que permaneciam agrupados em um dos cantos não pareciam ser muito melhores que os cavaleiros do príncipe William. 
Embora ao menos de momento não tivessem tentado aproximar-se nem das donzelas nem dos animais. 
Tratava-se de seis monges de idades muito variadas. 
Um deles era muito jovem para barbear-se, e havia outro tão velho que mal podia mover-se e que talvez aceitasse um de seus remédios à base de ervas; afinal de contas, tinha ajudado a acalmar as dores de Gertrude, a velha lavadeira do castelo. 
Embora o mais provável fosse que o ancião se negasse a aceitar nada dela, porque sabia por experiência que os homens raramente a escutavam. 
Os outros monges não tinham nada de diferente. Dois deles eram pálidos, calmos e normais. Outro parecia jovem e forte, e estava claro que fazia pouco que tinha ingressado na ordem e acatava os limites que lhe tinham sido impostos. 
Só o sexto, um homem de olhos azuis, brilhantes cachos loiros e boca quase feminina, parecia à personificação de um monge casto e silencioso. 
Pouco antes a tinha olhado com um sorriso doce, e se houvesse algum homem parecido com ele nas redondezas, que não estivesse prometido à outra mulher nem a Deus, talvez tivesse reconsiderado os planos que tinha traçado há muito tempo. 
Mas sabia que isso seria um grave erro, porque por mais gentis que fossem os homens e mais doces que fossem seus olhares e seus sorrisos, assim que se convertiam em maridos, as mulheres passavam a pertencer-lhes. 
As coisas sempre tinham sido assim, e como era muito sensata para gastar sua energia lutando contra algo que não podia mudar, ia limitar-se a evitar que acontecesse a ela. 
Não estava disposta a acorrentar-se a uma breve vida produzindo um filho atrás de outro até morrer pelo esforço, como tinha acontecido a sua mãe. 
Queria ter solidão, força e poder, e um convento podia proporcionar todas essas coisas a uma mulher que não era apta para o matrimônio. 
Mesmo assim, o irmão Matthew tinha um sorriso lindo que quase a fizera reconsiderar sua escolha. 
Não suportava aos homens, mas adorava crianças… e seria maravilhoso ter vários filhos com a doce expressão daquele monge. 
 —Filha!
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