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23 de janeiro de 2019

Doze Beijos para à meia-noite

Série Príncipes de Oxenburg

Quando o noivado de Marcus Sutherland com Lady Kenna Stuart acabou, ele embarcou em um navio e partiu para Oxenburg, esperando esquecer tudo que dizia respeito a isso. 

Dez anos depois, ele está de volta à Escócia em uma festa de Natal quando a vê do outro lado da sala.
Desde que eles terminaram Kenna esteve casada com um homem mais velho e depois enviuvou, e Marcus esteve em todo o continente como diplomata político.
Mas um olhar para ela, e todos os velhos sentimentos de amor e mágoa voltaram.

Capítulo Um

— Och, o que ela está fazendo aqui? — Marcus Sutherland, o quarto Duque de Rothesay, estreitou seu olhar sobre uma mulher solitária que estava na lateral da sala de estar.
Nikolai Romanovin, o príncipe herdeiro de Oxenburg, lançou um olhar levemente curioso para os outros convidados esperando o jantar ser anunciado.
— Qual “ela”? Há muitas “elas” para contar.
— Aquela. — Marcus apontou para a pequena morena que estava perto das portas do terraço, sob um longo galho de sempre-viva e visco. Vestida de cinza, como convinha à sua condição de viúva, ela estava sozinha, com as mãos enluvadas juntas desajeitadamente ante ela, uma enorme bolsa pendurada em seu cotovelo.
A avó de Nik, a Grã-duquesa Natasha Nikolaevna, olhou além deles de onde estava sentada em um sofá dourado. Vestida de preto, com as costas rígidas e régias, sua mão se apertou sobre a bengala como se fosse um cetro, ela parecia como uma rainha idosa presidindo a corte. Ela olhou para a mulher e bufou.
— Essa bolsa é do tamanho de uma maleta. Que diabos ela poderia estar levando naquela coisa? Um bolo inteiro? Uma criança?
— Um livro. — Marcus respondeu. — Talvez dois. Ela nunca está sem um.
As sobrancelhas de Nik levantaram.
— Eu suponho que você não saiba o tópico destes livros?
— História, cavalos, ou algum tipo de novela romântica.
— Você a conhece bem, então. — Nik a olhou como se ela fosse um pastelzinho especialmente doce. — Você deve-me dizer sobre ela. Ela é muito linda.
A mandíbula de Marcus contraiu. A última coisa que ele queria fazer era falar, pensar, ou lembrar-se de Kenna Stuart de qualquer forma. Só vê-la despertava memórias que ele tinha esperança que estivessem mortas. Ele teve que lutar contra uma visão instantânea de seios cheios, exuberantes, de uma cintura elegante que arredondava-se em quadris voluptuosos, de olhos de cílios fartos, sonolentos depois de horas de fazer amor...
Ele apertou a mandíbula e se virou. Em outro tempo, ele a tinha adorado e pensara que nenhuma outra mulher poderia se comparar. Mas ela está longe, longe de ser perfeita. Eu já provei o corte amargo daquele coração gelado.
Claro, tudo o que Nik via era uma jovem mulher bonita, parecendo perdida, mesmo quando cercada por ramos de azevinho e velas festivas de Natal. Marcus se recusou a permitir que isso o afetasse.
— Eu costumava conhecê-la, — disse ele brevemente. — Mas não mais.
— Quem é ela? — O olhar de Nik deslizou de volta para a mulher, a aprovação em seu rosto. — Ela é a mulher mais bonita aqui.
Era verdade. O cinza suave do vestido aumentava o rubor de sua pele cremosa, enquanto seus cachos escuros, artisticamente arrumados em torno de seu rosto em forma de coração, fazia seus olhos castanhos parecerem ainda maiores. Se ela tivesse sorrido, Marcus sabia que eles veriam um par de covinhas que poderia derreter o coração de um homem.
Mas não mais.
— Ela é Lady Montrose, viúva do falecido conde.
— Esses olhos escuros, — Nik murmurou. — Eles falam com você.
— Não há nada para olhar nessa mulher, — a avó de Nik anunciou. —Bidnyahshka! Ela é baixinha e roliça, com os olhos muito grandes para o rosto, e aquele cabelo... pah! Cachos estão fora de moda. Ela parece um gatinho despenteado.
Marcus observou que a boca de Kenna se apertou enquanto a duquesa falava. Ela pode nos ouvir? Certamente não. Ela está muito longe. Percebendo que ele estava encarando-a e em perigo de ser pego, ele se moveu de forma que ela não estivesse mais em sua linha de visão.
— Tata Natasha, por favor. — Nik suspirou. — Se você não pode dizer nada agradável, então não fale.
Sua Graça bufou, mas não ofereceu outra palavra.
— Perdoe a minha avó. Ela está de mau humor porque seu amigo Lord Lyons não se juntou a nós aqui na propriedade de Stormont, mesmo que ela tenha convidado o cavalheiro especificamente.
A grã-duquesa murmurou algo num sussurro sobre os homens e promessas vazias.
— O leite azedou, — Nik anunciou. — Então, Marcus, esta mulher com lindos olhos e a boca como uma rosa beijada. Você disse que ela era a viúva do falecido Conde de Montrose?
— Nikolai gosta de viúvas, — a grã-duquesa anunciou em voz alta. — Mas só as bonitas.
— As bonitas são as melhores. — O olhar de Nik demorou sobre Kenna de uma forma que queimou a alma de Marcus. — Me diga mais. Eu gostaria de saber tudo sobre ela.
Marcus percebeu que suas mãos estavam fechadas em punhos, e ele as forçou a se abrirem. Droga, eu deveria não sentir nada por ela. Eu realmente não sinto nada por ela.
Mas talvez fosse normal que um homem se sentisse possessivo com o que já foi seu. O orgulho masculino era cego e insensato. Todo mundo sabia disso. Marcus removeu um pedaço de fiapo da manga de seu casaco.
— Quando eu a conheci ela era Lady Kenna Stuart, filha do Conde de Galloway. Seis meses depois de eu ter deixado a Inglaterra, ela se casou com o Conde de Montrose, um homem dezenove anos mais velho que ela.
— E agora ele se foi, o que me beneficia. Como você chegou a conhecê-la, meu amigo?
— Ela foi minha noiva, uma vez.
Nik não poderia parecer mais atônito.
— Eu te conheço há mais de dez anos e nenhuma uma única vez você mencionou um compromisso, quebrado ou não.
— Aconteceu pouco antes de você e eu nos conhecermos. Como meu orgulho estava gravemente ferido na época, eu não tinha nenhum desejo de mencionar isso. Mais tarde, não parecia importar.
O olhar de Nik voltou-se para Lady Kenna.
— Como esse compromisso acabou?
— Nós descobrimos que não nos encaixávamos. E bem a tempo, pois o casamento estava apenas há um mês de distância.
— Isso não causou um escândalo?
— Algum, mas eu não fiquei para apreciar. Eu aceitei um cargo de diplomata designado pelo Lord Wellmont e viajei para a corte de Oxenburg, onde eu conheci você.
— E eu estava feliz de ter você lá. É malditamente chato na corte; você era uma dádiva de Deus. — Nik cruzou os braços e balançou-se sobre os calcanhares, seu olhar animado no rosto de Marcus. — Devo dizer que você não parece excessivamente desanimado com essa mulher.
— Isso são notícias velhas. — Agora. Na época, no entanto...









Série Príncipes de Oxenburg
1- O Príncipe que me Amou
2- O Príncipe e Eu 
2.5- Uma Princesa na Escócia
3- Louca por um Kilt
3.5 - Doze Beijos para à meia-noite 
Série concluída