Mostrando postagens com marcador Inimigo meu. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Inimigo meu. Mostrar todas as postagens

25 de agosto de 2013

Inimigo Meu




Contos para Mil e Uma Noites de Amor!








Comentário revisora Ana Paula G.: Como diz na capa é um conto curto…Mas como é da Arlette,achei que valia a pena.

Gostei,imaginei como terminaria uma relação destas em meio a uma Guerra e quando estava começando a me ambientar na história…acabou! Huahah Focado principalmente na solidão e amargura das pessoas durante a invasão das tropas de Napoleão à Espanha achei que, por ser romance, poderia ter sido um poquinho mais longo e melhor trabalhada a relação do casal central, uma espanhola e um soldado francês. 

Capítulo Um

Santuário de Nossa Senhora da Solidão, Somosierra.
Os flocos de neve caíam sem cessar e transformavam o chão em um manto branco e espesso. 
Dentro dos grossos muros de pedra não se escutava nada, nem sequer o ruído dos lobos nessa tarde de dezembro. Elena continuou elevando uma prece pelas centenas de mortos na batalha da Somosierra e pelos que continuavam vivos oferecendo suas vidas pela liberdade. 

Seu irmão, Alfonso de Rodríguez e Sánchez, lutava sob o comando do general Castaños, e fazia várias semanas que não sabia nada sobre ele: ignorava se tinha caído em batalha ou se continuava vivo, e essa incerteza a estava deixando louca.
Seus cães, Golfo e Canalha, um sabujo e um cão de caça, ladraram na porta do santuário como pedindo que se apressasse em suas orações; o tempo piorava e sua casa se encontrava bastante afastada do santuário e do povoado.
Era uma necessidade para ela orar pelos mortos, suplicar pelos que viviam, desafogar a angústia que a invadia pelas incertezas do futuro. 
Tinha chegado a odiar os franceses invasores, embora soubesse que não era um sentimento cristão, mas tinha perdido tanto por culpa deles… Elena concluiu sua oração e ergueu os olhos para à virgem e sorriu com os olhos cheios de lágrimas. Fez o sinal da cruz e voltou-se com um suspiro para retirar-se do silencioso lugar. 
Desamarrou seus cães para que corressem livremente pelo caminho em direção à Chorrera de los Litueros, onde estava situada sua casa. Seguiu o curso do caminho pelo Arroyo de Las Pedrizas e cruzou as pedras para alcançar a outra margem. 
Seguiu o atalho que subia de forma suave pela ladeira, embora os últimos cinqüenta metros eram dificultosos; estava acostumada a caminhar e mover-se por ali desde que era uma menina.
Quando tomou a curva para a esquerda do caminho, tropeçou com um cavalo que bebia noo regato, fixou seus olhos castanhos nos arreios e se deteve. 
O cavalo cinzento elevou suas orelhas ao escutá-la, seu porte elegante delatava sua origem árabe, e era muito belo. Continuou olhando-o com o cenho franzido porque onde havia um cavalo, havia um cavaleiro, mas apesar de seu receio se aproximou da montaria com passos suaves para não assustá-lo.
—É uma preciosidade. —O cavalo relinchou e ondulou sua crina ao escutar sua voz. 
Elena ergueu sua mão para acariciar seu pescoço grosso e sedoso, olhou a sela e se deu conta de que era de fabricação estrangeira, logo olhou da esquerda para a direita procurando o cavaleiro e possível dono de tão magnifico cavalo.
—O que faz neste lugar tão afastado? —disse ao cavalo. Elena supôs que poderia ter se perdido depois da batalha, dias atrás, mas, ao não encontrar resposta, tomou as redeas e guiou o animal com ela. 
De repente, os uivos de Golfo e Canalha a assustaram, os cães ladravam a um homem que estava deitado, inconsciente; atirado na margem do caminho de barriga para baixo, e, pelo rastro de sangue que tinha deixado, a jovem soube que se arrastou até desmaiar.
Fixou-se em seu uniforme de capitão francês e apertou os lábios com uma careta amarga: a casaca azul estava rasgada e a calça clara estava completamente enlameada. Elena continuou caminhando, sem olhar para trás; se não estava morto, logo estaria, mas os cães não se moveram do lugar e não deixavam de ladrar. Então, seu espírito cristão se antepôs a seu patriotismo. 
—Está morto! 







Contos Mil e Uma Noites de Amor 
1 . Sin nombres  
2 . Un amor inesperado 
3 . La pequeña mano 
4 . Inimigo Meu 
5 . Un regalo de Navidad