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24 de outubro de 2010
Sombras Do Passado
Deixe o sol entrar...
Atormentado pela culpa de ter acidentalmente tirado a vida de um homem, Hank Callahan procurou refúgio nas montanhas, decidido a isolar-se de tudo e de todos, até que um assunto urgente de família o obrigou a retornar à cidade.
Hank não contava com o imprevisto que o forçaria a aceitar a hospitalidade e os cuidados de Nettie Pickering.Menos ainda estava em seus planos apaixonar-se pela jovem viúva!
Agora, com o passado a assombrá-lo, Hank enfrenta o dilema mais difícil de sua vida: partir e poupar Nettie de mais sofrimento, ou ficar e dar uma chance ao amor...
Capítulo Um
Oregon, EUA, século XIX
Nettie Pickering não conteve o grito de revolta e indignação: — Não! Puxou de repente as rédeas dos cavalos, e as rodas da carroça soltaram um ruído estridente.
Com a mesma rapidez, abraçou o filho de dois anos e o apertou de encontro ao peito, para que não visse a cena brutal.
Um grupo de homens rodeava um ferido caído no meio da estrada. Nettie reconheceu o vizinho, Jake Beckman, que naquele momento acertava um pontapé na barriga do ferido.
— Pare! — Nettie tornou a gritar. — Pare agora mesmo! Jake a fitou.
— Fique fora disso, Nettie. — Olhando para os companheiros, ordenou-lhes: Tirem este lixo do caminho para a senhora passar.
Nettie olhou para o homem imóvel no chão. Estava de costas, sujo, de camisa rasgada e sem chapéu. Mesmo sem ver-lhe o rosto, teve uma sensação estranha.
Medo, talvez. Como na noite em que ouviu o tiro e soube que seu marido estava morto.
Um dos sujeitos tirou o ferido do meio da estrada.
— Pronto Nettie. Você já pode ir. Ela cerrou as pálpebras por um instante, sentindo uma forte pressão nas têmporas. Tornou a erguê-las. Tinha certeza.
O rapaz jogado no solo, ferido e se esvaindo em sangue, era o mesmo que matara Richard!
— Siga em frente, Nettie. Vá para a cidade. Estaremos lá em alguns minutos. — Jake falava com calma e naturalidade, como se não tivesse acabado de agredir um ser humano até a morte. As lembranças assomavam à consciência de Nettie com incrível rapidez.
Lembrou-se das ameaças de dois anos atrás, que agora seus vizinhos cumpriam ali, bem diante dela. Jake prometera acabar com o assassino, caso ele tornasse a pôr os pés na cidade.
Nettie, detendo os cavalos, observava o homem caído.
O sangue escorria do supercílio e da boca; a perna se estendia num ângulo estranho.
— Vocês deveriam ter vergonha! — repreendeu os cinco, que a olhavam espantados e contrariados. Deixou o filho no assento da carroça e desceu.
Furiosa, enfrentou todos eles, todos altos e fortes.
Todos conhecidos, que naquele momento se revelavam capazes de tamanha violência.
Suas mãos tremiam, mas não pensou em recuar. Ao contrário, ajoelhou-se ao lado do ferido. Hank Callahan abriu um olho ao sentir uma sombra aliviar o calor sobre seu corpo dolorido.
Ajoelhada a seu lado, Nettie Pickering o analisava preocupada.
Hank queria dizer-lhe que fosse embora, que o deixasse ali, mas a tentativa lhe causou mais sofrimento.
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3 de abril de 2010
Paixão e Êxtase
Quando o rei decretou que Gwyneth se casasse
com o poderoso cavaleiro conhecido como Bran, o Justo,
ela jurou que jamais prestaria obediência ao marido.
Como poderia esquecer que ele era filho do responsável pela morte de seus pais?
Mas, a medida que o tempo passava, ela descobriu que era impossível odiar aquele homem.
Tão habilidoso na arte da sedução quanto nas batalhas, em pouco tempo Bran tinha nos braços uma esposa pronta para entregar-se sem reservas à paixão...
Sem saber que ela quardava um terrível segredo que poderia colocar a vida de ambos em perigo e ameaçar seu recém-descoberto amor!
Capítulo Um
Inglaterra, durante o reinado do rei Henrique I
— Corra, a estrada está perto. — Gwyneth afastou a capa -de lã e expôs o rosto ao vento frio da noite.
— Mas, milady, eu...
Ignorando as queixas da moça, Gwyneth passou rapidamente pelo terreno acidentado e ergueu as saias para subir no barranco que surgiu a sua frente.
— Milady! — Ivy chamou, ansiosa. — Há um fantasma aqui. Ele está nos seguindo, juro!
— Fantasmas não existem.
Gwyneth tinha mais com que se preocupar do que com os medos da acompanhante. Tudo dependia de encontrar o mercador naquela noite. Não podia esperar outra lua nova para escapar e procurar pelo rei. E ela escaparia, não importava o quanto custasse.
Esquecendo o medo de alturas, Gwyneth arrumou a sacola in¬cômoda no ombro. O capim enregelado quebrou-se sob seus pés quando ela se aproximou do barranco. Posso fazer isso. Não tenho escolha.
O chão congelado sustentou o seu peso e então uma raiz se soltou e ela deslizou alguns metros abaixo até o pé bater contra uma pedra. Praguejou, exasperada.
Pelos céus, não tinha tempo para aquilo. Se não estivesse no lugar marcado à meia-noite, o mercador não esperaria por ela.
Gwyneth escorregou outra vez e ficou pendurada por uma das mãos. Temendo uma queda feia, esforçou-se para encontrar novo apoio.
— Senhora, o fantasma que não existe roçou o meu tornozelo.
— Impossível. — Gwyneth agarrou-se à raiz exposta de uma árvore e subiu até o alto do barranco. Ela olhou para os lados. Não havia ninguém na estrada escura.
— Agora ele está andando em círculos — Ivy gemeu quando a terra sob seus pés começou a deslizar. — Olhe e veja por si mesma.
— Não posso ver o que não existe — Gwyneth colocou a sacola em segurança numa pedra coberta de musgo e deixou-se cair de joelhos. Sem hesitar, agarrou os pulsos de Ivy e puxou a garota gorducha para a terra firme.
Ela se levantou e limpou os galhos e torrões de terra dos cabelos.
— Isso é perigoso. Deveríamos pegar a trilha principal para a estrada.
—Não, seria pior. Há muitos ladrões por aqui. —Aqueles eram tempos de desespero e Gwyneth aprendera muito cedo sobre a natureza dos homens, e como os mais fortes tiravam tudo o que podiam do mais fraco. — Veja, alguém se aproxima. Talvez, afinal não tivesse perdido o mercador.
— O fantasma! Ele está vindo. — Ivy agarrou-lhe a mão, apa¬vorada. — Corra, milady. Corra para se salvar.
— Que bobagem!
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