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16 de abril de 2011

No Amor E Na Guerra

DUAS HISTÓRIAS - Um ebook
1- O Amor é Para Sempre



Ao retornar da Guerra da Criméia, o major Charles Trent encontra Lady Marianne Trent, sua outrora jovem e tímida esposa, transformada em uma mulher autoconfiante e possuidora de um admirador.

Agora, Charles terá de enfrentar mais uma batalha: reconquistar Marianne e dissuadi-la do divórcio que ela deseja.
Com determinação de um oficial condecorado e a convicção de um experiente estrategista, Charles deve dar o máximo de si para cortejar a sua esposa.
Será ele capaz de desfrutar mais uma vez de seu amor.

Capítulo Um

Londres, Maio, 1856

A intensa luz do sol da tarde cobria Lady Marianne Trent enquanto ela devorava a edição do Times.
A reportagem das cerimônias que marcariam a assinatura do tratado de paz que daria um basta — finalmente! — à guerra na Criméia detinha toda a sua atenção.
Os dedos tremiam, sacudindo as páginas finas impressas.
Tinha certeza de que nomes de lugares longínquos como Sebastepol, Balaklava e Inkermann permaneceriam para sempre marcados a fogo em sua alma.
Relatos detalhados, por parte dos jornais, da guerra de três anos cativaram e horrorizaram Lady Trent, assim como haviam feito com a maioria dos súditos da rainha Vitória.
Pela primeira vez, intrépidos correspondentes e fotógrafos seguiram as tropas de Sua Majestade até o campo de batalha.
Retrataram, em empolgante prosa e em preto no branco, a bravura dos aliados ingleses e franceses lutando para libertar a Turquia e os Bálcãs do domínio do czar.
Também haviam retratado a agonia dos verões escaldantes e dos longos invernos glaciais, quando lideranças incompetentes, linhas de suprimento desesperadamente confusas e a vergonhosa falta de cuidados médicos adequados foram responsáveis por vinte vezes mais baixas de ingleses do que de canhões russos.
Um desses relatos sobre a desesperadora situação médica incentivou Florence Nightingale a navegar até a Criméia, acompanhada de enfermeiras recrutadas por ela própria terra, esforços estes que lhe renderam tantas críticas por parte da cunhada e admiração por parte do jovem esbelto sentado do outro lado da mesa de chá.
Com a esperança e a angústia travando uma batalha no seu íntimo, ela o fitou.
— Ah, Edmond!



2- PAIXÃO A TODA PROVA





O coração do tenente Bryan Langford sempre pertenceu a apenas uma mulher, a adorável Audra, esposa de seu melhor amigo, o também tenente Jeremy Marsden.

Após a morte de Jer, Audra se vê rodeada por dividas deixadas pelo seu marido e por homens de má reputação que desejam chantageá-la.
E ela só pode contar com a amizade de Bryan.

Agora, ele tem apenas três semanas para provar seu eterno e secreto amor por meio de um casamento temporário com Audra.

Mas, como ele a convencerá em tão pouco tempo que a união deles pode ser de amor verdadeiro?

Capítulo Um

— Bry! — gritou um dos funcionários para o tenente Bryan Langford, do 20Q Regimento dos Dragões de Dunbar quando ele entrou na barra¬ca principal que servia de quartel e bateu a lama das botas.
— É bom ver você de novo. — O ajudante jogou alguns relatórios sobre a escri¬vaninha dele e perguntou, intrigado: — Jeremy Saybrooke, tenente da 90-50, não era seu amigo de infância?
Bryan estranhou a pergunta.
— Isto mesmo, nós crescemos juntos. — Ele sorriu para o tenente Marsden.
— Se você está querendo tentar a sorte no jogo, trate de se arranjar com ele. Não o vejo desde o último outono em Lisboa.
O sorriso de Bryan desapareceu quando ele lembrou a razão. Apesar de ter quase certeza de que nem Jeremy, nem sua esposa Audra perceberam que o que ele sentia por ela era mais do que amizade, era melhor ficar longe.
— Más notícias. Ele foi morto em Talavera ontem — lamentou Marsden.
Bryan soltou um longo suspiro.
Jer morto? Era difícil acreditar.
Apesar dos perigos naturais da batalha, Jeremy sempre fora um sortudo charmoso, e Bryan achara que se alguém sobrevives­se à batalha intacto, esta pessoa seria Jeremy.
Em seguida, pensou em Audra.
A morte de Jeremy seria um grande golpe para ela.
A radiante e encantadora Audra, sua alegria secreta, que se apagara no dia em que ela se casou com Jeremy.
O mesmo dia em que suas esperanças ocultas caíram por terra.
Audra estaria arrasada.
Ele precisava ir ao seu encontro.


17 de novembro de 2010

Dona de seu Destino










O desejo que sentiam um pelo outro era inegável, mas…
seria suficiente seu amor para libertá-los?

Seu pai a tinha trancado sendo menina, e Helena Lambarth havia jurado então que ninguém a submeteria.
Mas para cumprir o último desejo de sua mãe, viajou a Londres para se apresentar em sociedade… e assim se encontrou de repente como hóspede de lorde Darnell.



Adam, lorde Darnell, não tinha tempo de vigiar ou ajudar aquela jovem desalinhada, mas havia concordado em ser padrinho dela.
Carregado com as dívidas de seu pai, Adam sabia que sua única esperança era conseguir casar-se com a rica Priscilla Standish.
Teria desejado que Priscilla não fosse tão comum quando comparada com a pouco convencional Helena… que ademais, tinha se convertido em uma mulher simplesmente cativante.

Capítulo Um

O vento uivava enredando sua negra cabeleira e lançando mechas nos olhos enquanto à suas costas o mar se chocava contra as rochas desfazendo-se logo em espuma.
Helena Lambarth seguia olhando terra adentro aos dois trabalhadores que cavavam na terra à sombra das montanhas.
A tumba estava quase preparada.
Sua euforia se elevou como as gaivotas nas rajadas de vento salgado e uma explosão de risada irreprimível escapou de sua garganta.
Estava morto. Morto de verdade. Por fim era livre.
Embora soubesse que qualquer som teria ficado afogado pela cacofonia das ondas e as gaivotas, um dos trabalhadores fez uma pausa, olhou-a e com um braço estendido assinalou sua presença ao outro.
O homem se benzeu com espanto e com um gesto indicou a seu companheiro que seguisse cavando.
Acreditariam que se tratava de um fantasma, ou se lembrariam dela possivelmente daquela manhã nove anos atrás em que conseguiu escapar do castelo Lambarth e fugir até chegar à aldeia, em que um grupo de homens, ignorando suas súplicas, a devolveu para seu pai achando que era louca?
Por um momento ficou presa na lembrança: descalça e chorando, rodeada por um círculo de aldeãos que murmuravam entre eles sem deixar de olhar sua roupa destroçada, seu rosto sujo e seu cabelo emaranhado:
-Pobrezinha. Que lástima…
-Seu pai diz que está louca, a pobre…
-É culpa de sua mãe. Olhe que, partir desse modo…
Helena fez uma careta parecida com um sorriso.
As mentiras de seu pai nunca mais poderiam mantê-la prisioneira. Aquele mesmo dia poderia abandonar aquele maldito lugar e empreender a busca da mãe de cujo lado a arrancaram justo quando iam abandonar juntas as terras de seu pai.
A mãe que nunca havia deixado de querê-la. Disso estava segura.
Um movimento a distância a devolveu para o presente.
Os homens haviam deixado de cavar e a comitiva do enterro havia partido do castelo pelo estreito caminho de terra que conduzia ao cemitério, um lugar cheio de erva e abandono.
O coração encolheu quando seu olhar foi parar no montão de terra próximo à parede. Seu ocupante era uma intrusa na morte como ela tinha sido na vida.
Se não fosse por Sally a louca, a velha curandeira e eremita que havia falecido dois meses atrás, não poderia ter sobrevivido a seu cativeiro.
Teria se alegrado por ela aquele dia?
Embora a anciã murmurasse incongruências à maior parte do tempo, em seus ocasionais momentos de lucidez mostrava uma aguda percepção da realidade.
Igual a alguns aldeãos que entravam no bosque procurando sua ajuda quando o médico do povoado não conseguia curar suas doenças, Helena apreciava também o magnífico talento da mulher como curadora.
Ainda que outros acreditassem que a velha bruxa possuía poderes obscuros e a evitavam, razão pela qual seu próprio pai, sempre covarde, havia permitido à mulher viver em suas terras, Helena não sabia de uma só ocasião em que teria utilizado sua sabedoria para outra coisa que não fosse curar e socorrer os seus semelhantes.
Outra pontada lhe atravessou o coração.
Demente ou não, Sally havia sido sua única amiga, e sentia falta dela terrivelmente.
Respirou fundo.
Com a morte de seu pai, esperava que a patrulha que havia disposto para vigiar o perímetro das terras de Lambarth tivesse desaparecido também.