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4 de fevereiro de 2022

Entre dois Lados


Para Lucía de Galán, a bela e muito jovem filha do Marquês de Luengo, é chegada a hora de conhecer seu noivo, o duque de La Fontaine, com quem seu cruel e malvado pai a força a se casar. 

O belo duque não é apenas francês, inimigo da pátria, mas também um feroz caçador de guerrilheiros. O dilema surge porque a doce Lúcia, sempre preocupada em fazer justiça e proteger os mais fracos, tem ajudado a guerrilha de Velilla de San Antônio a lutar contra o lado inimigo. No entanto, o duque se apresenta como um homem justo e equânime, sedutor e compreensivo, e nem mesmo pretende fazer uso de seus direitos de quarto. Você pode confiar nele? Lúcia vai se deixar levar pela paixão que seus olhos prometem? Seus primeiros dias de casamento a levam a um turbilhão de emoções e dúvidas que ameaçam sua lealdade e seu segredo sombrio. Mas o duque também esconde algo de sua jovem e cintilante esposa...

Capítulo Um

Velilla de San Antônio, 1812
Lucia e sua mãe sentaram-se pacificamente na sala de estar, bebericando uma deliciosa xícara de chocolate quente. Elas não falavam. Eles não precisavam disso. Elas estavam apenas fazendo um lanche e olhando pela janela. Era uma tarde bastante quente, considerando que era final de março. 
Elas estavam desfrutando calmamente daquela tarde de sexta-feira em paz, sabendo que o marquês não voltaria até o início da manhã. Se ele voltasse. Lúcia esperava que, se o fizesse, o fizesse da noite para o dia, para evitar o estado patético e lamentável em que sem dúvida chegaria o pai.
Ela soltou um longo suspiro resignado e então olhou para sua mãe com um sorriso. O barulho dos cascos de um cavalo apagou o sorriso de seu rosto. Com a testa franzida, ela se levantou e foi até a janela. Olhou para o caminho, nervosa, agitada e intrigada por saber quem iria invadir sua plácida tarde de sexta-feira. 
Quando ela descobriu seu visitante, deixou cair os ombros em desânimo, mas instintivamente os ergueu, endurecendo de repente. Se virou para olhar para sua mãe, agora com as sobrancelhas levantadas. 
― É o pai―, alertou. Quase sorriu quando viu que sua mãe agia da mesma maneira que ela. Seus ombros caíram primeiro, e instantaneamente ela endureceu como uma tábua. Lúcia correu para a cadeira onde estivera sentada até então e as duas se concentraram no lanche, como se houvesse algo mágico nisso. 
Foi assim que Bernardo as encontrou, quando, com passo cambaleante, irrompeu na sala. Ele não se preocupou em olhar para elas, mas foi direto para o aparador, onde se serviu de uma generosa quantidade de conhaque. Em um gole, ele esvaziou o conteúdo, depois se virou para olhar para a filha. ― Bem, parece que a espera acabou. ―Intrigada, Lúcia se virou para olhá-lo e começou a forçar um sorriso. Parou quando viu o brilho perverso nos frios olhos castanhos de seu pai. 
De repente, sua boca ficou seca e as palmas das mãos úmidas. Ela não tentou enxugá-las no vestido, sabendo que tal ato revelaria seu repentino estado de nervosismo. 
Ela sabia que seu pai odiava covardes acima de todas as coisas. Lucia estava com medo, mas estava se esforçando para não deixar seu pai descobrir. Então começou a pegar sua xícara e fingir que bebia casualmente, e, com a maior indiferença, se dirigiu a ele. 
― O que disse pai?
― Algo maravilhoso aconteceu hoje, algo para comemorar. Tobias!