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12 de abril de 2011

A Princesa De Cléves




A Princesa de Clèves se casa com um homem que respeita, mas não ama, apaixona-se perdidamente pelo Príncipe de Nemours.

Ele, que é o mais belo de todos os que habitam a Corte do Rei Henrique II da França,

também se apaixona e passa a assediá-la constantemente, fazendo com que ela se dilacere entre a paixão e a necessidade de honrar e respeitar seu marido, que também a adora.



Sobre a obra:(extraído da: Leituras do Corvo)
Publicado anonimamente em 1678 e recebido com fervor por leitores em toda a Europa, A Princesa de Cléves é considerada uma das obras fundadoras danarrativa literária moderna.
Mademoiselle de Chartres é uma jovem aristocrata que chega à corte de Henrique II para encontrar um marido com boas condições sociais e financeiras.
Contudo, velhas intrigas de corte e invejas familiares fazem com que a jovem receba escassa atenção da parte dos melhores pretendentes.
Finalmente, segue a sugestão da mãe de aceitar a proposta de um admirador fiel, se bem que não muito interessante, e casa-se com o Príncipe de Cléves.
Pouco tempo depois do seu casamento, conhece o encantador Duque de Nemours, por quem se apaixona irreversivelmente.
Dividida entre a fidelidade e o desejo, a Princesa de Cléves trava um longo combate interior para decidir qual será o seu dever – permanecer com um marido que a aborrece ou entregar-se ao homem que ama!

Capítulo Um

A magnificência e a galantaria jamais tiveram tanto esplendor na França quanto nos últimos anos do reinado de Henrique II.
Este Príncipe era gentil, bem parecido e amoroso: embora sua paixão por Diana de Poitiers, Duquesa de Valentinois, tivesse começado há mais de vinte anos, nem por isso se tornara menos violenta e oferecia testemunhos impressionantes.
Como se saísse admiravelmente em todos os exercí­cios atléticos, ele fazia disso uma de suas mais importantes ocupações: diariamente, dedicava-se à caça, ao jogo da pela, ao bale, jogos de argola e divertimentos semelhantes.
As cores e os monogramas da Senhora de Valentinois apareciam em toda parte, e ela própria surgia com todos os adornos que sua neta, a Senhorita de Marck, já em vias de casar-se, ostentava.
A presença da Rainha autorizava a sua própria.
Esta Princesa era bela, embora já não estivesse na primeira juventude.
Amava a magnificência e os prazeres.
O Rei esposara-a, quando era ainda o Duque de Orleans, e tinha como primogênito o Delfim, que morrera em Tournon, príncipe cujo nascimento e grandes qualidades o destina­vam a substituir condignamente o Rei Francisco I, seu pai.
O caráter ambicioso da Rainha fazia que Henrique II sentisse grande satisfação em reinar.
Parecia que ela su­portava indiferente a dedicação do Rei pela Duquesa de Valentinois, da qual não demonstrava nenhum ciúme.
Mas era dotada de tão profunda dissimulação, que se tornava difícil julgar os seus sentimentos; e a política obrigava-a a aproximar-se da Duquesa, a fim de se aproximar, tam­bém, do Rei.
Este príncipe buscava o convívio das mu­lheres, mesmo daquelas por quem não se sentia inclinado: permanecia, diariamente, junto da Rainha, durante as reu­niões, quando tudo o que havia de mais belo e de melhor, de ambos os sexos, não deixava de se fazer notar.
Jamais houve em uma Corte tão belas pessoas e homens tão admiravelmente
bem-parecidos; tinha-se a im­pressão de que a natureza se comprazia em atribuir às grandes Princesas e aos grandes Príncipes o que de melhor possuía.

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