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6 de setembro de 2015

Quase Inocentes...

Roubando um coração.

Para proteger seu querido tio, Leah Grey, devolve secretamente os objetos que ele tem o hábito, de "tomar emprestado" de pessoas desavisadas.

Mas dessa vez, o excêntrico velhinho escolheu o alvo errado... Ao ser surpreendida, tentando devolver um pertence roubado, Leah é forçada a concordar em ajudar Jack Morgan a resgatar da residência do conde de Instep, uma safira de inestimável valor. 
Jack está determinado a reaver o que lhe pertence, e Leah é a pessoa ideal para ajudá-lo. Linda e inteligente, aquela mulher é capaz de realizar façanhas impossíveis... e se Jack se descuidar, logo ela roubará para sempre o seu coração!


Capítulo Um

Lower Ridington, Inglaterra, 1811
Os jornais fervem com a notícia de que o conde de Instep vai anunciar, dentro de duas semanas, o destino de uma enorme safira de qualidade excepcional. Estou certo de que você será es­perto o bastante para adquiri-la. Se o fizer, asseguro-lhe que tam­bém descobrirá o paradeiro de sua mãe. Eu o encontrarei na Don­zela Dançante. Mais uma vez a jóia atravessa o seu caminho.
Antes de apanhar o bendito e explosivo bilhete em meu bolso para relê-lo, eu não passava de um homem inexpressivo, com rou­pas totalmente comuns, como sempre fora naquela vila minúscula. No entanto, quando o desdobrei, o papel gasto rasgou. Praguejei, provavelmente em voz alta, porque as pessoas à minha volta me encararam assustadas.
— Desculpe-me, senhora — murmurei com educação para uma mulher, e logo tornei a guardar o bilhete em meu bolso. Eu também fiquei bastante aborrecido até o momento em que ela me olhou dos pés à cabeça, torceu o lábio com desdém e empinou o nariz com arrogância.
Então, de repente, me deu um estalo, e em vez de deixar para lá como deveria, ajeitei meu chapéu e pisquei para ela.
— Está frio, não? Mas aposto que você está bem quente. — Era uma proposta explícita e rude. A mulher ficou séria e me deu as costas. Eu ri alto e dei um gole na minha cerveja.
Minha atitude até que era justificada, já que estava sem paciên­cia. Havia três horas eu esperava à toa. Obviamente, o autor do bilhete anônimo apareceria só depois de eu ter roubado a pedra. Sentado no lugar de sempre na Donzela Dançante, girei meu pequeno medalhão, um objeto que me trazia boa sorte, mesmo que eu ainda não tivesse conquistado o que mais desejava, na mesa de carvalho, parecendo distraído. Na verdade observava as pessoas com atenção. A grande quantidade de cerveja que eu bebera não tinha me livrado da tensão. 

Procurava alguém com cara fora do comum. Um único olhar poderia revelar o autor do bilhete. No entanto as horas passavam e nada ocorria.
O tempo estava terrível aquela noite. O vento cortante invadia o restaurante e fazia as sombras dançarem nas paredes. Suspirei. Apenas minha sombra me lembrava de que eu continuava lá. Não havia ninguém ali que pudesse ter escrito o bilhete. O que eu esperava? Um milagre?