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20 de novembro de 2011

O Toque De Um Anjo

Um homem determinado... uma mulher corajosa... um amor explosivo! 
Depois de cavalgar ferido por quase a metade do Novo México, Jake Coulter, policial do Texas, precisava urgentemente de um médico. 
O que conseguiu foi a "bruxa" da cidade, Isabel Bradshaw. 
Enquanto ela cuidava de seu ferimento, Jake descobriu que os habitantes do lugar tinham razão. 
O toque delicado de Isabel transmitia magia pura para o corpo e para a alma! 
Porém, a vida de solidão levada por Jake fazia com que ele considerasse perigosa a paixão por Isabel. 
E quando um inimigo mortal apareceu na cidade, chegou o momento de Jake se decidir de uma vez por todas: abandonar a cidade e jamais olhar para trás ou assumir o dever de proteger a mulher a quem ele aprendera a amar...  


Capítulo Um 


Whispering Creek, Novo México, 1874 
Jake Coulter mancou até a porta do Silver Rose, deixando uma trilha de sangue e poeira. 
Depois de dois dias de galope forçado, com um ferimento na perna, sem dormir e contando apenas com uma garrafa de péssimo uísque para aliviar-lhe a dor, ele sentia-se irritado o suficiente para atirar no primeiro homem que o provocasse. 
Não havia planejado chegar a Whispering Creek com a sensação e a aparência de algo que até os abutres desprezariam. 
Aliás, ele não pretendera vir até o lugarejo. Mas Jerico Grey tinha decidido fugir de volta para o território do Novo México e Jake não havia gasto quase seis meses rastreando-o para, afinal, deixá-lo se apossar da liberdade ao cruzar a fronteira. 
Jake tentou lembrar-se de quanto uísque tinha tomado quando aceitara o serviço que ninguém mais queria. 
Na verdade, achava que era do que precisava para mudar a temporada de má sorte. 
A ilusão durara até ele cruzar com três bandidos perto de Santa Fé. 
O encontro o tinha deixado com um pedaço de chumbo na coxa e uma fúria cuja temperatura se rivalizava com a do calor no deserto. 
Ao arrastar-se para o interior do bar, Jake relanceou um olhar rápido em volta. 
Quase lamentou não ver ninguém com jeito de lhe causar problemas e em quem pudesse descontar a frustração.
 Porém, como ainda faltasse um tanto para o meio-dia, o Silver Rose estava quase vazio. 
Três velhos, com a pele tão bronzeada e estragada como couro velho, jogavam baralho, curvados sobre uma das mesas afastadas. 
Um vaqueiro, com as costas inclinadas no balcão, observava uma das moças do bar rodopiar a saia de cetim amarelo e revirar os olhos escuros e brilhantes com trejeitos tentadores. 
O ar parado, quente, seco e com cheiro de poeira dava idéia de indolência. 
Devagar, Jake aproximou-se do balcão no qual jogou um punhado de moedas. 
Pela sombra da aba do chapéu velho e torto, dirigiu um olhar beligerante para o homem atrás da superfície de madeira marcada e suja. 
O vaqueiro, depois de um olhar rápido para ele e para os dois revólveres abaixo dos quadris, recuou para a extremidade do bar. Uma das moças deu uns passos para o lado. 
O homem do bar, que limpava copos com um trapo tão cinzento quanto seus cabelos grisalhos, olhou para Jake e sorriu, revelando uma fileira torta de dentes amarelos. 
― Ora essa, parece que o diabo veio me fazer uma visita. E nem é meu aniversário. ― Sem indagar nada, empurrou uma garrafa de uísque e um copo embaçado para a frente de Jake. 
― Você parece que não tem tido muita sorte, amigo. Está horroroso o suficiente para assustar um homem corajoso. Mas ninguém pode acusar Elish Dodd de haver virado as costas para um freguês com dinheiro, não importa a feiúra dele. 
― Obrigado pela recepção. Espero que todos nesta cidade sejam tão amáveis quanto você. 
― Ah, isso vai depender do dia e por que você está aqui. Jake, ignorando o copo, tomou um longo gole na boca da garrafa. 
― Preciso de ajuda. 
― Isso, já percebi. Você sujou o chão de sangue da porta até aqui. Péssimo para os negócios ― Elish afirmou, debruçado no balcão e olhando para as manchas vermelhas. 
― Então, vou levar meu problema lá para cima. Preciso de um quarto e de alguém que possa extrair uma bala de minha perna sem cortá-la fora no processo. 
― E eu preciso de um saco cheio de ouro e de uma mulher boa. Isto aqui não é uma missão de caridade. Essas moças não seriam capazes de fazer um curativo num cotovelo esfolado sem devolver o café da manhã em suas botas. 
― Tenho certeza de que uma delas pode ir chamar um médico. 
― Médico?! O amigo deve ter passado muito tempo ao sol e acabado louco. Não existe um médico na cidade. E os que tentaram se estabelecer no lugar, fingindo ser um, eu preferiria cutucar uma cascavel a deixá-los chegar perto de mim. 
Jake endireitou o corpo, mas fez uma careta de dor provocada pelo peso na perna ferida. 
Apanhou a garrafa de uísque e dirigiu-se à escada que levava aos quartos no segundo andar. 
― Mande uma das moças lá em cima. Pensarei em alguma solução. 
― Faça como quiser. Fique no quarto do fim do corredor. Vou deixá-lo ficar lá porque o negócio anda fraco. Isto aqui não é hotel. 
― Percebi. 
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