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28 de abril de 2011
O Mistério De Silverdale
Os olhos verdes de lorde Charles, o conde de Eversleigh, pareciam sinceros e demonstravam um sentimento que Hester nâo devia reconhecer.
O jovem e poderoso conde não podia amar uma simples governanta.
Muito menos, ainda, se ela fosse prima de um chantagista.
A verdade que poderia destruir sua felicidade encontrava-se oculta em Silverdale e Hester nâo descansaria enquanto nâo a descobrisse.
Capítulo Um
Depois de ligeira hesitação, Hester Martingale entrou no escritório de advocacia Rundle & Rundle.
O funcionário na recepção olhou-a rapidamente e não deu maior atenção, voltando ao trabalho.
Hester aproximou-se da escrivaninha, sentindo não ser mais alta e imponente.
—Sou a srta. Martingale — anunciou timidamente. — Vim a chamado do sr. Rundle. É para tratarmos de uma herança.
O funcionário tornou a erguer os olhos frios.
Era alto, magro, e estava com as unhas sujas.
Evidentemente, tinha a pretensão de conhecer as pessoas à primeira vista.
Sabia ser amável conforme a ocasião, mas achou que a srta. Martingale merecia apenas desprezo.
Contudo, a palavra herança despertou-lhe a atenção e ele indicou um lugar no banco de madeira.
—O dr. Rundle está ocupado, recebendo sua senhoria,' o conde. Talvez possa atendê-la quando ele sair.
Hester concordou e começou a reler a carta que recebera de Rundle.
Faltavam detalhes, mas informava, como procurador, que um primo desconhecido morrera e tinha lhe deixadouma propriedade por ser a única parenta viva.
Por precaução, o procurador informava que poderia restar muito pouco da herança após o pagamento das dívidas do falecido.
Hester tornou a guardar a carta no envelope e procurou melhorar a aparência.
O vestido de viagem estava empoeirado, depois de tantas horas na estrada, e ela não sabia se também sujara o rosto.
Ao arrumar o chapéu, sentiu que a única pluma estava partida. Provavelmente, tinha quebrado quando ela dormira um pouco na carruagem.
Talvez a herança seja suficiente para eu renovar meu guarda-roupa, pensou Hester com otimismo.
Para se distrair durante a espera, começou a imaginar os trajes que poderia comprar. Mas logo culpou-se pela vaidade inútil.
As roupas de nada adiantariam, porque era uma pessoa de aparência comum e não costumava atrair atenções.
Ela não dava valor aos grandes olhos castanhos e ao sorriso encantador que contagiava a todos.
Quanto ao nariz, era arrebitado, ao contrário do tipo longo e fino, tão admirado na beleza clássica.
A pesada porta de carvalho se abriu e ela voltou de seus devaneios.
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