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8 de abril de 2010

Peregrino Apaixonado






Inglaterra, 1359

Um dilema difícil...

Merielle St. Martin já sofrerá demais.
Viúva duas vezes, culpava sir Rhyan Lombard pela perda do filho.
Ao preparar-se para visitar a sobrinha órfã em Winchester, ficou furiosa quando sir Rhyan apareceu para acompanhá-la.

Um contrato entre as famílias de ambos decretava que cabia a ele aprovar ou não, quando Merielle decidisse se casar.
E ele logo tratou de deixar claro que o único candidato possível seria ele próprio!
Mas, para Merielle, não importava que sir Rhyan despertasse nela sensações e emoções indescritíveis. Ela jamais concordaria em ser mulher dele!

Capítulo Um

Primavera, 1359

Se lhe fosse dado escolher, Merielle St. Martin tomaria banho de água quente perfumada com lavanda.
Em vez disso, fora obrigada a aceitar a guirlanda de poejo para sua dor de cabeça e ainda escutar, com o melhor dos sorrisos, os poemas de amor lidos por seu fiel adorador, Bonard de Lincoln.
Estava desatenta, não por os versos serem em latim, mas pelo dia estafante que precedia a chegada de sir Adam.
Esticou as pernas no banco do átrio e ajeitou as dobras do tecido fino de lã, que roçou com graça no chão lajeado.
Girou os pés doloridos e observou como.o sol do entardecer refletia-se nas pedras e pérolas da filigrana de prata da caixa de noz-moscada.
Merielle usara o odor forte da semente na casa de tingimentos, naquela manhã, e mais tarde nas ruas de Canterbury, apinhadas de peregrinos, onde o cheiro de suor e imundície eram constantes.
Bonard declamava o poema, que dizia ser de sua própria autoria e escrito especialmente para Merielle.
Ele afirmara que em latim a poesia era mais bela. A verdade era que Bonard, por timidez e respeito, não ousaria dizê-los em inglês.
Pobre Bonard... Era um bom amigo, e trabalhara para o falecido marido de Merielle. Ela não tivera coragem de dispensá-lo, pois ele se considerava membro da família.
Embora um rapaz mais jovem ocupasse então o cargo de assistente administrativo, Merielle creditava a Bonard a fide
¬lidade, que escoltava-a sempre com cavalheirismo e não lhe tolhia a liberdade de tomar as decisões.
Se fosse de outro modo, Merielle não teria suportado. Philippe de Canterbury, seu marido, falecera fazia três anos. Bonard nunca a aborrecera com interferências, e dera-lhe apoio no penoso período de luto, quando a tristeza fora muito maior pela criança que perdera do que por Philippe.
O zumbido da roda grande chamou-lhe a atenção.
Merielle fitou, sob os cílios espessos e negros, Bess, uma encantadora ruiva, dar um piparote no raio e tirar a outra mão, amarrada à bobina com um cordão de fios entrelaçados.
— Já basta, Bonard — Merielle disse, gentil. — É muito difícil ler com metade da visão e tão pouca luz.

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