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9 de novembro de 2010

Prisioneira do Amor

Betina Krahn

Era impossível negar aquela paixão!

Brenda Woolrich, com seus cabelos brilhantes e seu temperamento forte, administra como ninguém a loja Comercial Woolrich.
Ela adoraria viajar pelo mundo, porém sabe que o dever vem em"'primeiro lugar.
Mas a inquieta beldade está prestes a ter seu sonho realizado... embora não exatamente como ela pensava!
O pirata Raider Prescott é um homem determinado a fazer dinheiro rápido. E raptar uma dama parece-lhe perfeito.
Agora ele se vê no mar com a teimosa Brenda, uma mulher tão irritante quanto adorável. Mas quando ela tenta transformar Raider num cavalheiro, ele decide dar um basta na situação, mostrando que um pirata sempre consegue o que deseja, mesmo que isso seja mais do que algum dia sonhou possuir...

Inglaterra,  
Março, 1768
Era uma noite terrível na costa de Sussex, Inglaterra.
O vento frio soprava forte e, com o passar do tempo, o mar começou a ficar furioso também.
Um navio com a bandeira do rei lutava por conservar-se na superfície. Seu nome era Harriere trazia prisioneiro o navio de contrabandistas Angel, porém mal conseguia mantê-lo preso sem que as duas embarcações se chocassem.
Seis contrabandistas estavam postos a ferro no convés do Harrier, feridos, recebendo os golpes da tempestade em seus corpos alquebrados.
Mas os homens do Harrier também es¬tavam feridos devido à luta que haviam travado com os contrabandistas antes de prendê-los, e agora lutavam por manter seu navio no rumo certo.
Um dos contrabandistas ergueu os olhos para a lua e em seu rosto aristocrático se formou uma expressão de raiva. A luz que ela fornecia fora sua derrota. E uma imprecação saiu de sua garganta cansada.
O capitão do Harrier, que estava próximo, chutou-o com violência nas costelas.
— Cale a boca, seu imundo!—protestou ele. — Vai poder dizer suas imprecações quando estiver a ponto de ser enforcado! E eu vou estar lá, rindo. Passei meses atrás de você! — E se afastou, deixando o capitão dos contrabandistas dobrado em dois no convés.
Preocupados em levar seu próprio barco e o que puxavam em segurança para o porto, sem estragar a mercadoria dentro dele, os marinheiros não perceberam a aproximação de outro navio.
Quando, por fim, um dos homens o notou, o capitão pegou sua luneta, buscando identificar a embarcação. Viu que era inglesa, forte, bem construída.
E que se mantinha a boa distância. Mandou que se levantassem mais velas e que se seguisse com maior determinação para o porto de Plymouth.
Sentia, com um frio no estômago, que seu navio era agora a presa!
Três horas mais tarde, com o tempo mais tranqüilo, o navio perseguidor aumentou a velocidade e, pouco depois, disparou balas de canhão contra o navio do rei.
Não demorou para que se colocasse ao lado do navio e seus marinheiros passassem a invadi-lo como verdadeiros piratas.
A luta começou violenta, mas não foi longa.
Não houve sequer mortes. E, logo em seguida, a tripulação invasora estava pilhando os dois navios.
Um homem alto, musculoso, aproximou-se da tripulação de contrabandistas, exclamando:
— Mas o que temos aqui?! —- Ele vestia o casaco do capitão do Harrier e tinha um tampão preto sobre o olho esquerdo. Sorria de forma desagradável.
— Sujeitos sem sorte! Perderam sua carga duas vezes, hein! Mas têm um belo barco, sem dúvida. Qual de vocês é o capitão dele?
— Sou eu — declarou o homem que havia sido golpeado pelo capitão do Harrier pouco antes.O pirata olhou-o com atenção.
Notou suas feições refinadas, bonitas até para um contrabandista. Viu que era alto, forte, esguio.
— O que estava fazendo navegando na costa francesa numa noite de lua cheia? Não tem juízo? — indagou.
— Não havia lua quando zarpamos. A noite estava perfeita. Mas o vento acabou ajudando nossos inimigos. Tiveram sorte.