Série Cavaleiros da Távola Redonda
Bênção ou maldição?...
Acostumado às damas submissas de Camelot, Geraint, a princípio, se vê encantado, e também desconfiado, de sua noiva, uma guerreira forte e independente, dotada de poderes mágicos que lhe foram concedidos pela Dama do Lago.
Enid foi a Camelot para aprender secretamente as técnicas de combate que podem ajudar seu pequeno e pacífico clã a resistir a uma provável invasão.
Quando se dá conta de que Geraint não confia nela, Enid fica dividida entre a sólida lealdade a seu povo e o amor intenso que sente pelo marido, e que nenhuma magia tem o poder de curar.
Temendo que Enid o esteja enganando, Geraint a leva numa perigosa viagem, que servirá não só para testar os verdadeiros sentimentos dela, como também para determinar se as diferenças que os atraíram se fundirão num amor verdadeiro e duradouro, ou se irão separá-los e provocar uma guerra entre os dois reinos...
Capítulo Um
A espada da mulher cortou o ar num arco, refletindo o sol ao descer para desviar a arma do oponente. Sir Geraint, príncipe da Cornualha, observava a luta do lom¬bo de seu cavalo, escondido pelas árvores, relutante em distrair os combatentes.
A mulher era mais alta do que qualquer outra que ele já vira, e tinha membros longos e firmes, com músculos elásticos. Usava um gibão de couro sem mangas que a cobria até a metade das coxas. Os cabelos loiros estavam puxados para trás; o olhar, focado no adversário.
Geraint não conseguia tirar os olhos dela, tão absorto estava com a graça dos movimentos, o poder das estocadas, a perícia implícita em cada giro do corpo.
O homem contra quem lutava era, sem dúvida, um rufião que, em pânico, agitava a espada conforme ela o empurrava pela clareira ensolarada rumo à beira do bosque.
Quando ela poderia tê-lo matado, apenas provocou-lhe um galo na testa e o empurrou para dentro da floresta.
Ela ficou imóvel, com a respiração normal, mesmo depois do esforço. Sangue escorria de seu braço. Olhou para o corte de maneira impassível e depois deu de ombros.
Antes que Geraint pudesse mover-se para ajudá-la, ouviu o estalar de arbustos e viu outro cavalo saltar um tronco caído e aterrissar na clareira, a poucos passos dela. Um patife ergueu a espada, desta vez ao alto, da sela, como se enfrentar uma mulher já não fosse uma desonra.
Enterrando os calcanhares nos flancos do cavalo, Geraint surgiu da cobertura das árvores e viu a mulher recuar, como se avaliando a ambos.
Sua expressão era feroz, desafiadora; ela acreditava que poderia vencer.
Fez com que ele acreditasse também, e a admiração que sentia aumentou.
Ele investiu contra o inimigo.
O homem não usava armadura, nem cota de malha acolchoada, como ele, para proteger o peito, mas lutava com bravura. Com apenas a pressão dos joelhos e calcanhares, Geraint guiou o cavalo numa dança em torno do oponente, ficando com as mãos livres para absorver as investidas com o escudo e empunhar a espada poderosa.
Tentando evitar um golpe, o adversário saltou do lombo do animal.
Sem se deter, deu uma cambalhota para trás e saiu correndo para dentro da floresta.
O cavalo, após empinar e relinchar, galopou numa direção diferente.
Geraint virou-se na sela e, para seu alívio, a desconhecida ainda estava lá. Exibia um sorriso de aprovação que, de repente, fez seu coração cantar.
Deus do céu, apenas a visão daquela mulher o estava transformando em um poeta!
Série Cavaleiros da Távola Redonda
1 - Lancelot
2 - Geraint
3 - Gawain
Série Concluída
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30 de outubro de 2010
28 de outubro de 2010
Lancelot
Série Cavaleiros da Távola Redonda
Um amor mágico que acendeu uma lenda.
Lancelot é um cavaleiro valente, abençoado pela Dama do Lago com um extraordinário talento bélico.
Sua habilidade de combate conquistou-lhe um lugar ao lado do rei Arthur, mas os poderes que a Dama lhe concedeu custam um preço alto demais...
Elaine de Corbenic está fazendo o que pode para conservar unida sua família empobrecida.
A fortaleza está em ruínas, e os camponeses estão passando fome e em vias de uma rebelião.
O pai de Elaine está obcecado com a ideia de encontrar o Santo Graal, e seu irmão mais velho, mutilado por Lancelot numa justa, é um ébrio amargurado. Sem um dote, ela tem pouca esperança para o futuro.
Incógnito, Lancelot entra em Corbenic a caminho do torneio do rei. Fascinado por Elaine, ele fica consternado quando ela revela seu desprezo por ele, e precisa engolir a própria arrogância para conquistá-la.
Pois somente com Elaine a seu lado, ele terá a força necessária para se libertar dos encantamentos que o mantêm cativo...
Capítulo Um
Seculo XI
Assim que Elaine percebeu que seu tio parecia um touro, imaginou por que não se dera conta dessa semelhança antes: pescoço musculoso, narinas arfantes e olhos próximos. Se pusesse uma argola em seu nariz, poderia levar o homem para o mercado.
— Uma praga maldita, isso é o que eles são! — ele berrou, batendo com o punho sobre a mesa. — Piores que os saxões sanguinários são esses servos de Corbenic, e não suportarei mais isso!
— Foi um inverno difícil — Elaine disse, contendo-se com esforço. Os convidados pareciam tomados de constrangimento.
— Um inverno difícil? — Ulfric rugiu, vermelho de raiva. — Todo inverno é difícil, e isso não é desculpa para caçar ilegalmente.
— Mas o senhor sabe que nossa colheita foi pobre e...
— A mesma velha história — Ulfric escarneceu. — Mas não vai adiantar. Eu me fiz de cego no passado, mas, se você pensa que vou ficar parado enquanto seus vassalos invadem minha propriedade e fogem com minha caça...
Elaine pousou o cálice sobre a mesa com todo cuidado.
— Foi um homem — disse — e uma corça. Dificilmente uma invasão.
— Um que eu saiba! Mas esta não é a primeira vez que pego esses ladrões espreitando minhas terras! Seu pai é um inútil, e quanto a Torre... Por Deus, tudo o que fiz por esse rapaz está perdido agora.
Elaine saltou em pé.
— Dobre sua língua quando falar de meu irmão! E de meu pai também! Se quiser o pagamento pela maldita corça...
— Ah, receberei o que me é devido. Eu...
— Ulfric! — tia Millicent exclamou. — Já basta!
Ulfric fitou a esposa e murchou como uma bexiga furada. Elaine olhou para a tia também. Hipócrita, pensou com fúria impotente, fora Millicent quem tocara no assunto da caça ilegal, agitando-a como uma bandeira vermelha diante do nariz do marido.
— Reclamei com o rei, foi o que fiz — Ulfric resmun¬gou, de mau humor. — E não foi a primeira vez.
— Elaine. — Alienor afastou os olhos do pai para Elaine, implorando silenciosamente que a prima se calasse.
Alienor parecia pálida e cansada, não uma noiva animada. O noivo olhava para o sogro como se já pensando melhor a respeito do casamento, nem vinte quatro horas depois de realizado.
Elaine sentou-se sem uma palavra e obrigou-se a sor¬rir para Alienor. Mesmo assim, o constrangimento perdurou. E, no momento em que conseguiu levantar-se sem chamar atenção, disse à prima:
— Devo ir.
Alienor adiantou-se para abraçá-la.
— Obrigada por tudo. — Enfiou algo em sua mão. Elaine olhou para a corrente de ouro e meneou a cabeça.
— Não posso aceitar.
— Pode, sim. Deve. Não sei o que eu faria sem você nessas últimas semanas. Sinto muito por papai — Alienor murmurou. — Foi Millicent quem começou isso — ela continuou, fitando a madrasta.
— Bem, você está livre dela agora. Espero que seja feliz.
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1 - Lancelot
2 - Geraint
3 - Gawain
Série Concluída
Um amor mágico que acendeu uma lenda.
Lancelot é um cavaleiro valente, abençoado pela Dama do Lago com um extraordinário talento bélico.
Sua habilidade de combate conquistou-lhe um lugar ao lado do rei Arthur, mas os poderes que a Dama lhe concedeu custam um preço alto demais...
Elaine de Corbenic está fazendo o que pode para conservar unida sua família empobrecida.
A fortaleza está em ruínas, e os camponeses estão passando fome e em vias de uma rebelião.
O pai de Elaine está obcecado com a ideia de encontrar o Santo Graal, e seu irmão mais velho, mutilado por Lancelot numa justa, é um ébrio amargurado. Sem um dote, ela tem pouca esperança para o futuro.
Incógnito, Lancelot entra em Corbenic a caminho do torneio do rei. Fascinado por Elaine, ele fica consternado quando ela revela seu desprezo por ele, e precisa engolir a própria arrogância para conquistá-la.
Pois somente com Elaine a seu lado, ele terá a força necessária para se libertar dos encantamentos que o mantêm cativo...
Capítulo Um
Seculo XI
Assim que Elaine percebeu que seu tio parecia um touro, imaginou por que não se dera conta dessa semelhança antes: pescoço musculoso, narinas arfantes e olhos próximos. Se pusesse uma argola em seu nariz, poderia levar o homem para o mercado.
— Uma praga maldita, isso é o que eles são! — ele berrou, batendo com o punho sobre a mesa. — Piores que os saxões sanguinários são esses servos de Corbenic, e não suportarei mais isso!
— Foi um inverno difícil — Elaine disse, contendo-se com esforço. Os convidados pareciam tomados de constrangimento.
— Um inverno difícil? — Ulfric rugiu, vermelho de raiva. — Todo inverno é difícil, e isso não é desculpa para caçar ilegalmente.
— Mas o senhor sabe que nossa colheita foi pobre e...
— A mesma velha história — Ulfric escarneceu. — Mas não vai adiantar. Eu me fiz de cego no passado, mas, se você pensa que vou ficar parado enquanto seus vassalos invadem minha propriedade e fogem com minha caça...
Elaine pousou o cálice sobre a mesa com todo cuidado.
— Foi um homem — disse — e uma corça. Dificilmente uma invasão.
— Um que eu saiba! Mas esta não é a primeira vez que pego esses ladrões espreitando minhas terras! Seu pai é um inútil, e quanto a Torre... Por Deus, tudo o que fiz por esse rapaz está perdido agora.
Elaine saltou em pé.
— Dobre sua língua quando falar de meu irmão! E de meu pai também! Se quiser o pagamento pela maldita corça...
— Ah, receberei o que me é devido. Eu...
— Ulfric! — tia Millicent exclamou. — Já basta!
Ulfric fitou a esposa e murchou como uma bexiga furada. Elaine olhou para a tia também. Hipócrita, pensou com fúria impotente, fora Millicent quem tocara no assunto da caça ilegal, agitando-a como uma bandeira vermelha diante do nariz do marido.
— Reclamei com o rei, foi o que fiz — Ulfric resmun¬gou, de mau humor. — E não foi a primeira vez.
— Elaine. — Alienor afastou os olhos do pai para Elaine, implorando silenciosamente que a prima se calasse.
Alienor parecia pálida e cansada, não uma noiva animada. O noivo olhava para o sogro como se já pensando melhor a respeito do casamento, nem vinte quatro horas depois de realizado.
Elaine sentou-se sem uma palavra e obrigou-se a sor¬rir para Alienor. Mesmo assim, o constrangimento perdurou. E, no momento em que conseguiu levantar-se sem chamar atenção, disse à prima:
— Devo ir.
Alienor adiantou-se para abraçá-la.
— Obrigada por tudo. — Enfiou algo em sua mão. Elaine olhou para a corrente de ouro e meneou a cabeça.
— Não posso aceitar.
— Pode, sim. Deve. Não sei o que eu faria sem você nessas últimas semanas. Sinto muito por papai — Alienor murmurou. — Foi Millicent quem começou isso — ela continuou, fitando a madrasta.
— Bem, você está livre dela agora. Espero que seja feliz.
Série Cavaleiros da Távola Redonda
1 - Lancelot
2 - Geraint
3 - Gawain
Série Concluída
1 de fevereiro de 2010
Gawain
Série Cavaleiros da Távola Redonda
Camelot, Século XI
Um amor mais forte que a magia...
Gawain fará qualquer coisa para servir a seu rei.
Por isso, quando uma velha senhora estranhamente aparece na floresta e promete dar a Arthur a solução de um enigma que lhe salvará a vida em troca do compromisso de Gawain se casar com ela, o leal cavaleiro não pensa duas vezes...
Porém, aquela mulher horrível não é quem parece ser.
Na verdade, ela é a adorável Aislyn, antiga aprendiz de uma feiticeira.
Ela foi um dia perdidamente apaixonada por Gawain, que a rejeitou por causa de seus poderes mágicos... ou, pelo menos, é o que ela acredita que aconteceu.
E agora ela se transformou naquela bruxa hedionda para poder se vingar...
No entanto, a gentileza e amabilidade de Gawain suavizam o coração amargurado de Aislyn, e ela fica horrorizada ao descobrir que está, de fato, enfeitiçada, e que só um beijo realmente apaixonado poderá quebrar o encanto e fazê-la voltar a ser a moça linda e encantadora que ela é.
Capítulo Um
Sir Gawain detestava magia.
A floresta de Inglewood assomava diante dele, e o espaço entre as árvores se enchia de sombras mutantes. O próprio ar exalava bruxaria.
Ele, porém, prepa¬rou-se e galopou em frente, alcançando o rei.
— Pensou que poderia se esgueirar assim? — indagou, emparelhando a montaria com a do tio.
— Um rei não se esgueira — o rei Artur retrucou, altivo. — Eu lhe disse que pretendo fazer isso do meu jeito.
— E eu disse que iria com você. — Gawain reprimiu um calafrio ao passarem para a penumbra fria da floresta. — Na verdade, seria melhor se voltasse e me deixasse...
— Não — o rei disse, com dureza. — E se pedir de novo, eu o mandarei de volta a Camelot.
— Não estou pedindo — Gawain respondeu com impaciência. — Estou lhe dizendo...
— E eu estou ordenando que fique longe disso. Não pode lutar minhas batalhas por mim, Gawain, e não lutará. Primeiro, foi o Cavaleiro Verde. E agora esse Somer Gromer Jour.
— Estou fazendo apenas o que jurei fazer. O que cada um de seus cavaleiros jurou...
— Sim, mas nenhum deles deu um passo à frente e aceitou o desafio do Cavaleiro Verde, não é? Não que não seja grato. Você sabe que sou, mas basta.
Somer Gromer Jour é meu adversário, e eu agradeceria se você me deixasse lidar com ele a meu modo.
Gawain respirou fundo. Arthur sorriu e esporeou o cavalo.
Era próprio de Arthur encarar o perigo com um sorriso e, se estivessem cavalgando para uma batalha, o coração de Gawain estaria igualmente tranqüilo.
Contudo, Somer Gromer Jour era, obviamente, uma criatura sobrenatural, aparecendo do nada como no ano anterior para desafiar o rei para um combate.
E quando Arthur fora derrotado, o cavaleiro apresentara ao rei uma pergunta singular que nenhum homem pensaria em fazer, e exigira que Arthur, sob pena de morte, se apresentasse a ele dentro de um ano com a resposta.
O que todas as mulheres desejam?
Como seria possível a um homem adivinhar a resposta de tal enigma?
Qual seria o intento? A coisa toda cheirava à bruxaria.
— Arthur, isso é sério — disse, ao alcançar o rei.
Arthur lançou um olhar triste para seu alforje, estufado com um grosso volume encadernado em couro, resultado de um ano inteiro de trabalho penoso, tanto de sua parte quanto de Gawain.
— Quem haveria de pensar que seria tão difícil conseguir uma resposta direta para uma pergunta simples?
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1 - Lancelot
2 - Geraint
3 - Gawain
Série Concluída
Camelot, Século XI
Um amor mais forte que a magia...
Gawain fará qualquer coisa para servir a seu rei.
Por isso, quando uma velha senhora estranhamente aparece na floresta e promete dar a Arthur a solução de um enigma que lhe salvará a vida em troca do compromisso de Gawain se casar com ela, o leal cavaleiro não pensa duas vezes...
Porém, aquela mulher horrível não é quem parece ser.
Na verdade, ela é a adorável Aislyn, antiga aprendiz de uma feiticeira.
Ela foi um dia perdidamente apaixonada por Gawain, que a rejeitou por causa de seus poderes mágicos... ou, pelo menos, é o que ela acredita que aconteceu.
E agora ela se transformou naquela bruxa hedionda para poder se vingar...
No entanto, a gentileza e amabilidade de Gawain suavizam o coração amargurado de Aislyn, e ela fica horrorizada ao descobrir que está, de fato, enfeitiçada, e que só um beijo realmente apaixonado poderá quebrar o encanto e fazê-la voltar a ser a moça linda e encantadora que ela é.
Capítulo Um
Sir Gawain detestava magia.
A floresta de Inglewood assomava diante dele, e o espaço entre as árvores se enchia de sombras mutantes. O próprio ar exalava bruxaria.
Ele, porém, prepa¬rou-se e galopou em frente, alcançando o rei.
— Pensou que poderia se esgueirar assim? — indagou, emparelhando a montaria com a do tio.
— Um rei não se esgueira — o rei Artur retrucou, altivo. — Eu lhe disse que pretendo fazer isso do meu jeito.
— E eu disse que iria com você. — Gawain reprimiu um calafrio ao passarem para a penumbra fria da floresta. — Na verdade, seria melhor se voltasse e me deixasse...
— Não — o rei disse, com dureza. — E se pedir de novo, eu o mandarei de volta a Camelot.
— Não estou pedindo — Gawain respondeu com impaciência. — Estou lhe dizendo...
— E eu estou ordenando que fique longe disso. Não pode lutar minhas batalhas por mim, Gawain, e não lutará. Primeiro, foi o Cavaleiro Verde. E agora esse Somer Gromer Jour.
— Estou fazendo apenas o que jurei fazer. O que cada um de seus cavaleiros jurou...
— Sim, mas nenhum deles deu um passo à frente e aceitou o desafio do Cavaleiro Verde, não é? Não que não seja grato. Você sabe que sou, mas basta.
Somer Gromer Jour é meu adversário, e eu agradeceria se você me deixasse lidar com ele a meu modo.
Gawain respirou fundo. Arthur sorriu e esporeou o cavalo.
Era próprio de Arthur encarar o perigo com um sorriso e, se estivessem cavalgando para uma batalha, o coração de Gawain estaria igualmente tranqüilo.
Contudo, Somer Gromer Jour era, obviamente, uma criatura sobrenatural, aparecendo do nada como no ano anterior para desafiar o rei para um combate.
E quando Arthur fora derrotado, o cavaleiro apresentara ao rei uma pergunta singular que nenhum homem pensaria em fazer, e exigira que Arthur, sob pena de morte, se apresentasse a ele dentro de um ano com a resposta.
O que todas as mulheres desejam?
Como seria possível a um homem adivinhar a resposta de tal enigma?
Qual seria o intento? A coisa toda cheirava à bruxaria.
— Arthur, isso é sério — disse, ao alcançar o rei.
Arthur lançou um olhar triste para seu alforje, estufado com um grosso volume encadernado em couro, resultado de um ano inteiro de trabalho penoso, tanto de sua parte quanto de Gawain.
— Quem haveria de pensar que seria tão difícil conseguir uma resposta direta para uma pergunta simples?
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