Série Família O'Neill Link
Encantadora, traiçoeira...
Ela era um desafio para o intrépido corsário inglês.
Viagens, aventuras no mar... Por que apenas aos homens era reservado esse destino?
O espírito irrequieto de Samara O’Neill levou-a a quebrar essa regra. Sem avaliar as implicações de seu ato, embarcou clandestinamente numa escuna rumo a Paris. Logo amargou as conseqüências de seu gesto: o navio capturado em área de conflito tornou-a prisioneira do famoso corsário inglês, Reese Hampton. O mesmo ímpeto rebelde e aventureiro movia os dois jovens. Atraíram-se inevitavelmente. Porém, em tempo de guerra era sandice esperar por lealdade.E enquanto Reese hesitava entre a paixão e o compromisso com a Coroa Britânica, Samara se precipitou em agir, atraindo-o para uma emboscada, traindo seu próprio amor.
Capítulo Um
Carolina do Sul, 1812
Enquanto dava pontos de bordado no pano de amostras, Samara 0'Neill pensava aborrecida, na monotonia desse trabalho. Tudo em sua vida era monótono. Nada acontecia para quebrar o desfile sem graça dos dias. Mas seria diferente se ela fosse homem.
Olhou para o tecido entediada. Em sua opinião, já passara da idade de aprender a bordar, mas a mãe insistira e ela não queria desagradá-la. E assim, um dia lindo daqueles, permanecia dentro de casa... Bordando. Dando pontos rapidamente para terminar logo o motivo de que se ocupava, acabou espetando o dedo e uma gota de sangue manchou o pano.
— Inferno! — deixou escapar, colocando o dedo na boca.
Arrependeu-se de haver praguejado, pois a mãe lhe dissera que nenhum jovem decente se interessaria por uma moça de linguagem libertina. Consolou-se, pensando que nenhum rapaz de. suas relações a interessava e que todos podiam pensar dela o que bem entendessem. Eram uns perfeitos idiotas.
— O bordado que vá para o diabo — tornou a praguejar em tom de desafio, olhando para o pano sujo de sangue.
Relanceou o olhar furtivamente ao redor, ficando aliviada ao certificar-se de que ninguém testemunhara aquela nova transgressão às normas impostas pela mãe.
Tenacidade, porém, era uma de suas maiores qualidades. Jamais abandonava algo pela metade e terminaria o trabalho enfadonho de qualquer maneira. Qualidade ou defeito? Às vezes, a compulsão de terminar tudo o que começava levava-a a ler um livro aborrecido até o fim e a executar uma tarefa completamente desnecessária e que a enfastiava mortalmente.
Ouviu um ruído na porta e ergueu os olhos. Conn, o irmão mais próximo dela em idade, observava com um sorriso divertido. Teve vontade de jogar o pano preso ao bastidor no rosto dele.
— Tenho a impressão de que foi domesticada, irmãzinha. É uma pena que esteja bordando, porque eu ia convidá-la para sair comigo em busca de Bren. Mas nem me passaria pela cabeça tirá-la de tão proveitosa ocupação.
Ela ergueu o queixo com orgulhosa dignidade.
— Sempre termino o que começo. Não sou como outros membros da família que não desejo mencionar agora.Conn ficou vermelho. A perseverança de Samara tornara-se famosa, enquanto o seu próprio desleixo vivia sendo comentado por todos. De todos os irmãos, apenas ele ainda não encontrara um objetivo na vida. Bren, o mais velho, dirigia os negócios da família no que se referia às linhas de navegação. Marion tornara-se médico, formado pela Escola de Medicina de Edinburgh, Escócia.
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1 - A Flor do Pântano
2 - Samara
3 - O Elo de Prata
4 - Miracle of the Heart
5 - Against the Wind