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13 de julho de 2017

Sequestrada por um Highlander

Depois de perder o amor de sua vida anos atrás nas mãos de John Wood, Alexander Chattan tem a oportunidade de se vingar. 

Ele viaja para a Inglaterra representando Angus Campbell, o jovem que vai se casar com a filha de seu inimigo. Ele engana e sequestra Charlotte e a leva para a Escócia para se vingar. No entanto, a bela e rebelde Charlotte atrai Alexander, e faz com que ele se esqueça das razões de sua vingança. A jovem será seduzida pelo rude escocês?
Capítulo Um

1760
Fazia catorze anos desde a batalha de Culloden em que muitos escoceses foram mortos e inúmeras mulheres ficaram viúvas ou perderam seus filhos naquela batalha sangrenta. As coisas deram errado para muitos escoceses, alguns foram presos e enviados para a forca, enquanto outros tiveram que se esconder nas montanhas. No entanto, outros foram sortudos e seus clãs passaram despercebidos para os Ingleses, ou assim parecia no momento.
No entanto, a imagem de um vale cheio de mortos ficou na memória de Alexander Chattan, que teve a infelicidade de testemunhar como os ingleses impiedosamente abateram os poucos escoceses remanescentes que estavam no campo de batalha. 
Todo aquele sangue, o cheiro e os gritos ainda ecoavam em sua cabeça apesar de ter passado mais de dez anos da batalha. Ele ainda era uma criança quando esse conflito ocorreu e não poderia lutar como fizeram seus irmãos e seu pai. Ele ainda se lembrava do rosto de horror que mostrava seu pai quando via cair seus amigos e familiares. E o semblante que apareceu em seu rosto quando uma bala o alcançou no coração, provocando sua morte imediatamente. 
O jovem Alexander esteve a ponto de sair a seu encontro, mas o medo de receber uma bala como aquela o manteve em seu esconderijo. Sua mãe não sabia que estava ali, que tinha escapado com o cavalo de um vizinho para ver como lutavam por seu país. Ele sonhava poder ser igual e forte como seu pai, mas quando o viu cair, seu sonho se tornou um pesadelo. 
Pouco depois viu morrer seus irmãos, perto de seu pai, e não pôde evitar que uma infinidade de lágrimas corressem por seu rosto ao saber-se órfão de pai.
O medo o fez voltar-se e correr para o seu cavalo, deixando para trás os gritos, a fumaça e o aroma da morte. Prometeu a si mesmo esquecer o que havia visto naquele 16 de abril de 1746, mas jamais pôde fazê-lo.
Os sonhos de Alexander se tornavam pesadelos todas e cada uma das noites desde que tinha quatorze anos. Logo que dormia um par de horas, despertava empapado de suor e tremendo. Em seus vinte anos ainda o atormentavam os gritos dos jacobitas desse dia presenciado por ele. 
As imagens de seus sonhos se tornavam de cor vermelho sangue e um intenso aroma de pólvora o envolvia por completo. Em seus sonhos via como se aproximava seu pai para abraçá-lo, mas de repente em seu peito se abria um buraco e um jorro de sangue emanava dele.
Naquela noite nada tinha sido diferente. Voltou a sonhar com aquilo e fez o mesmo ritual que seguia todas as noites fazia anos: ia a seu celeiro, montava à cavalo e cavalgava durante horas pelo bosque próximo a aldeia.
Sua mãe tinha morrido fazia um par de anos. 
Não tinha sido capaz de superar a morte de seu marido e de seus filhos, e o desgosto a levou. Desde que ficou sozinho tinha sido ainda mais difícil aguentar as noites, já que muitas vezes se sentava com sua mãe ao lado do fogo, porque ela tampouco podia dormir.
Entretanto, fazia algum tempo que a ilusão tinha voltado para sua vida. Tempo atrás conheceu uma jovem que encheu de alegria seus dias e, em parte, tinha aplacado alguns de seus pesadelos noturnos. 
Aileen era um sopro de ar fresco em sua vida. Era uma mulher alegre que tentava não pensar nas penúrias pelas quais tinha passado seu clã e sua família. Essa jovem ruiva tinha conseguido lhe arrancar mais de um sorriso e desejar que chegasse a noite, para poder lhe roubar um beijo às escondidas nos estábulos da família de Aileen.