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14 de julho de 2013

Lembre-se de Mim

Ele não consegue esquecer…

O coração de Clay LeGrand partiu-se no dia em que sua esposa, Francesca,
desapareceu. Será que ela havia fugido? Teria sido sequestrada? Ou simplesmente, ela
o teria abandonado por outro homem? Dois anos depois ele ainda fazia a si mesmo
estas dolorosas perguntas quando chegou em casa e encontrou-a na cama deles, como
se nada houvesse acontecido.
Ela  não consegue se lembrar…
O choque, o ultraje e o ódio nos olhos de Clay diziam tudo ele não acreditava
que Fancesca não se lembrava de nada do que havia acontecido nos últimos dois anos.
Viu a estranha tatuagem no pescoço dela, as marcas de agulhas em seus braços. E o
casamento deles transformou-se num interminável turbilhão de perguntas não
respondidase negros buracos na memória. No entanto, as respostas ali estavam,
esperando nas sombras, tão maldosas quanto o homem que marcara Francesca como
sendo dele. Desta vez ela planejava levá-la embora para sempre. Só que oara apderarse
dela tinha que lutar contra a força mais poderosa que existia: o amor de Clay por
sua esposa.

Capítulo Um

— Francesca.... venha aqui, meu anjo.
Fran LeGrand começava a se preocupar com as nuvens cada vez mais escuras,
mas a voz do marido pareceu agasalhá-la e a má impressão desvaneceu-se. Ela virou-se,
ficando de costas para a janela junto a qual estava em pé, olhando a tempestade que se
aproximava da casa deles em Denver.
— Acho que vai chover – disse ela.
— E eu acho que não estou ligando para isso.
Fran sorriu. Clay LeGrand era seu marido fazia exatamente um ano e um dia, com
todo seu metro e oitenta e nove. Na maior parte dos dias, ele era a lei até para si mesmo.
Parecia que aquele era um desses dias, e esse era um dos motivos pelos quais ela o
amava. Clay gostava do que gostava, ria quando alguma coisa o divertia e pouco se
importava com que os outros pudessem pensar.
Ela olhou-o de alto a baixo enquanto Clay se aproximava, o instinto feminino
verificando se ele estava preparado para enfrentar a chuva quando saísse, e viu-o pronto
para o trabalho. Calça e jaqueta jeans, camisa de mangas compridas e, claro, botas de
cano alto. O capacete devia estar na caminhonete. Como mestre de obras da empresa de
construção de seu pai, jamais saía de casa sem o capacete.
Um trovão rolou pelo céu, fazendo estremecer a vidraça. Se bem que esse tempo
não fosse comum numa manhã de outubro, Francesca estremeceu e abraçou a si
mesma. O inverno ia chegar e ela detestava o frio.
— Ei – riu Clay-, se está querendo um abraço, deixe que eu faço isso.
— Então, me abrace - pediu ela.
Quando os braços do marido a rodearam, Fran fechou os olhos, saboreando a
segurança do seu amor. O tecido da camisa dele era macio sob sua face e ela inalou o
cheiro dele devagar, enquanto suas mãos percorriam-lhe as costas ao puxá-lo para si.
— Você cheira gostoso – murmurou.
A voz dele soou como um resmungo:
— Francesca...
— Clay, estou numa encrenca?
Ele riu.
— Por quê?
— Porque você resmunga toda vez que está zangado.
Clay franziu a testa.
— Nunca me zango com você e sabe muito bem disso.
— Hum...- Ela arqueou uma sobrancelha.- Talvez ¨perturbado¨ seja uma palavra
melhor. Sei que você ficou perturbado quando pegou o rapaz dos pacotes da mercearia
piscando para mim, na semana passada.
— É verdade - resmungou ele.
Tomou-a nos braços, beijou-a e não interrompeu o beijo enquanto a levava para a
cama.
— Você vai chegar atrasado – disse Francesca assim que pôde.
Ignorando o aviso ele tirou a jaqueta e a camisa.
— Clay, o que seu pai vai dizer?
— Provavelmente alguma coisa como, ¨Onde é que estão os meus sonhos com
creme?¨
A risada dela lembrou-o de cristal se estilhaçando e ele estremeceu. Amava
Francesca de tal maneira que se assustava. Ela o fazia sentir-se fraco, e Clay LeGrand
jamais fora um homem de fraquezas.
Quando o abraçou de novo ela sentiu-se uma mulher abençoada. Clay nunca
faltava ao trabalho, e alguns minutos de atraso não o fariam correr o risco de perder o
emprego, principalmente se levasse uma dúzia de sonhos de creme cobertos com
chocolate, que o pai adorava.
Sentia o calor dos lábios do marido em sua pele. Quando a ponta da língua dele
tocou um mamilo, ela suspirou e fechou os olhos. Clay era sua alegria, sua razão de viver.
Criada num orfanato, ela fora sozinha no mundo, até que ele surgira. Não era apenas seu
marido, era tudo para ela. Segurou-lhe o rosto entre as mãos, interrompendo as carícias.
— Clay...
Ele ergueu as sobrancelhas.
— O que, meu amor?
— Quando eu estava junto da janela...
Clay observou-a, pensando como era possível simples cabelos negros e olhos
castanhos serem tão encantadores num rosto de mulher.
— O que tem a janela? – murmurou.
— Você ia dizer alguma coisa. O que era?
— Que você estava muto sexy com a minha camisa.
Então, os olhos de Clay escureceram enquanto a admirava embaixo dele, nua, os
cabelos em desordem e os olhos semicerrados.
— Mas você é atraente também sem nada...