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23 de junho de 2013

O Segredo LeBaron






É importante estar apaixonada? 


Foi esta a pergunta que a jovem Sari Latham fez a si mesma enquanto se preparava para casar com o jovem Peter Powell LeBaron.
Ela estava profundamente apaixonada por Peter, que era bonito, amável e rico. 
Mas embora Sari ansiasse por ouvi-lo dizer que a amava, ele nunca pronunciou tais palavras, mesmo quando faziam amor. Peter estava sempre distante, esquivo e, de algum modo, desligado. 
Muitos anos depois, Assaria Latham LeBaron se pergunta se o amor é importante. Agora uma matriarca de vontade férrea, dirige o negócio de vinhos da família LeBaron, e a própria família, com mãos igualmente firmes. 
E se descobre em conflito com a melhor amiga e cunhada, Joanna, a respeito de quem deveria controlar os interesses dos LeBarons. Joanna conta com o apoio dos próprios filhos de Sari, Melissa e Eric. 
Numa sala de reuniões se desenrolará o confronto final, enquanto a narrativa se precipita para o seu clímax empolgante, desvendando, camada por camada, um drama emocionante de amor, cobiça, coragem e ciúmes. 

Capítulo Um

Manhã, Tarde e Noite - Foi este o modo como a platéia daquela noite no teatro recordou o incidente: O protagonista, um jovem cantor, que sempre se apresentava nu até a cintura, o peito sem pêlos coberto de correntes douradas, de repente emitiu um grito agudo em meio à sua canção, arremessou a guitarra sobre o palco e guinchou:
"As serpentes podem ser substituídas!" E com isto, agarrou a serpente que se enroscara em volta de seus ombros, segurou-a pela cauda e, brandindo-a como um chicote de cocheiro, passou a agitá-la - e malhá-la - furiosamente contra o piso do palco. 
Um fluido, que não era sangüíneo, brotou na boca da serpente. Aquilo, a platéia percebeu, deviam ser os miolos do animal, ou algo ainda mais horrível saído de suas entranhas. 
Então, ainda segurando firmemente seu braço que sangrava, o cantor, autodenominado Lus-cious Lucius, bateu com o pé fortemente, repetidas vezes, atingindo a cabeça da serpente com a sua bota de cano alto de cowboy ornada de lantejoulas até que o ofídio restasse flácido e sem vida a seus pés. 
De início, ouviu-se uma explosão de risos espremidos - nervosos e inseguros - e um grito ou dois de excitação, enquanto todos se perguntavam se aquilo fazia parte do número, se era sangue de verdade o que fluía do braço nu de Luscious Lucius. 
Ou se seria suco de tomate. O grito, o baque da guitarra sobre o palco... fizeram parte do número do cantor, não? 
Mas então, com um arquejo coletivo que soou mais como um gemido de descrença, a platéia de aproximadamente duas mil pessoas, na maioria adolescentes, percebeu que o sangue derramado que viam no palco era bem real. 
Pois justo quando Lucius executava sua última canção, fazendo cabriolas no palco e arqueando sua guitarra, a serpente com a qual ele sempre executava seu já conhecido finale movera subitamente a cabeça para trás e então o atacara, cravando suas presas com força no bíceps do cantor.